Vivemos
em um mundo em que necessitamos de acompanhar as mudanças e nos adequarmos aos
novos tempos. Nos prender as tradições, a uma cultura conservadora na educação
de nossos filhos, pode ser um grande problema para eles no futuro. Não estou
sugerindo o “vale tudo” e muito menos a libertinagem que se vê por aí. O que eu
proponho é uma educação sintonizada com as novas perspectivas e realidade do
mundo contemporâneo.
O
mundo exige hoje pessoas resilientes, capazes de superarem pré-conceitos e
trabalharem de maneira cooperativa. É
preciso, hoje, que as pessoas mobilizem um conjunto de competências que estão
fora do antigo modelo de educação e que, por isso, nem todos possuem. Esse
modelo individualista ainda existente na educação escolar e familiar, dos tempos
mais antigos, não existe mais. Ter bons conhecimentos técnicos, já não é o que
define um emprego. É preciso desenvolver a inteligência emocional e social, ou
seja, saber lidar com as emoções: alegrias, frustrações, motivação,
aborrecimento, prazer, entre outros sentimentos que afloram ao longo do dia. Essa
competência de saber lhe dar com as emoções tem sido o que garante um bom
desempenho profissional, com as pessoas e nos relacionamentos pessoais e
íntimos de cada um de nós.
No
mundo atual, e com certeza mais ainda no mundo que se desenha para os nossos
filhos, as pessoas de sucesso serão aquelas que souberem entender os
sentimentos, as expectativas e as dificuldades dos outros. Aceitar as
diferenças, interagir de modo respeitoso e adequado, negociando pontos de vista
e promovendo harmonia. Esses serão os vitoriosos. Esse aprendizado, a aquisição
dessas habilidades e competências não depende só da escola. É na família que
começamos a ensinar aos nossos filhos a lidar com as emoções e a respeitar o outro.
A ser colaborativo e sensível ao ambiente em que vive e com quem convive. A
escola complementa. Por exemplo, estaremos desenvolvendo, a partir do retorno
de nosso recesso, com todos os alunos de nossa Escola um projeto de valores que
tem por objetivo despertar em todos essa sensibilidade. O Respeito ao outro, a
si, às diferenças etc., mas é preciso que em casa, as crianças e os
adolescentes sintam também essa acolhida.
Muitos
diretores de empresas importantes contam que, na maior parte das vezes, contratam
as pessoas pelo currículo e acabam demitindo pelo comportamento inadequado na
relação com os outros. Assim, trabalhar e viver bem exige mesmo mobilizar
valores que não são só as competências técnicas, adquiridas na formação em
universidades e cursos de pós-graduação. Está além disso... por isso, o
ambiente mais favorável para o desenvolvimento de seu filho ou filha é: o
amoroso, o respeitoso e o democrático. Mostre aos seus filhos, a partir de
palavras e atitudes, que eles são queridos e que a relação em família é afetuosa.
Permita que todos possam se expressar, mesmo quando as opiniões forem
divergentes. Garanta que cada um seja respeitado em família e ouça sempre o que
os filhos têm a dizer, nas decisões em família. Dessa forma, os seus filhos
aprenderão a lidar com as próprias emoções e a conviver com os outros de
maneira respeitosa. Para que tudo possa dar certo, nessa ação de construção de
pessoas inteligentes emocionalmente, não é necessário bater nos filhos.
Castigos físicos não resolvem. Vale mesmo é estimular as atividades
cooperativas, inclusive nas tarefas domésticas. Deixar de lado essa vivência
colonial, em que a secretária é quem cuida de tudo em casa, ajudará os seus
filhos em sua formação colaborativa. Arrumar o próprio quarto é um princípio
importante. Respeitar o espaço do irmão e as diferenças em relação aos
trabalhadores da casa também é importante.
Algo que jamais devemos fazer, é estressar em casa com os filhos e ceder
para os filhos na hora da pirraça. Tudo isso acontece e a nossa tranquilidade
será o elemento necessário para que tudo acabe bem.
Para
você conhecer mais sobre esse tema, sugiro a leitura do livro de Andrea Ramal, Filhos Bem-Sucedidos – Sete maneiras de
ajudar seu filho a se realizar na Escola e na vida, Editora Sextante. Acho
que você irá adorar essa leitura.
Aproveito
para desejar a todos um ótimo final de semestre.
Após
o breve recesso, estaremos de volta em nossa nobre missão de formar seres
humanos para a vida.
Estamos
juntos!