quinta-feira, 29 de setembro de 2011

(POEMA) EU...COMIGO MESMO

Olho o mar distante,
Por entre paredes de vidro
Ao lado do piano de caldas.
Vejo de longe, amendoeiras
Salientes ao vento.
Pessoas que passam,
Anônimas em minha vida.
Ouço borburinhos que vêm das mesas,
 São confidências jogadas ao vento.
De meu lado esquerdo,
 é a porta que se abre e se fecha...
Gente que sai e que entra,
Enquanto o piano é tocado pelo velho argentino.
Entre um aceno e um olhar,
O tempo se vai, vagarosamente,
Esfoliando a vida, provocando pensamentos,
Sobre o tempo da vida que já foi vivido.
Por algumas horas, ali sentado,
Vejo a vida passando em minha mente,
(deasaforadamente desafiadoura)
É tempo de tudo, há pouco tempo para tudo!
Passam as pessoas...
Gente de todas as gentes que se vão e se vêm,
carregando seus fardos de vida,
Sonhos como os que me rondam.
Na mesa ao lado, sussuros e confidências.
Passa-se o tempo...
O vai e vem dos garcons.
Alguns com andar frenéticos, denunciam a casa cheia.
É verão no equador.
La fora, por entre a parede de vidro,
A amendoeira é tocada pela brisa.
(em um beijo melado de maresia)
Céu azul, se despedindo de um dia de sol.
O piano toca a alma, de quem o toca,
O velho argentino,
cabeça baixa e o olhar perdido no rosto pálido.
E eu...como a alma inquieta ,
buscando a Laje de meus sonhos.
Olho para tudo,
Os olhos correm quase sem controle,
buscando tudo o que se pode ver.
O tempo se passa...
Nos sonhos,
Do mundo que é só meu,
Do sete cortado quando se passa a página escrita,
Somente em minha alma...
A parede de vidro e a tarde engolindo o dia
(que se apagou em minha vista).
No final de tarde ainda penso no que serei,
Escrito com a minha tinta,
Quase pena.
O garçon frenético que ia e vinha,
Deixou por aqui um sorriso, um aperto de mãos.
A noite tomba, vou-me embora.

Eu quero muito meus filhos educados

Quando você encontra em algum lugar que frequenta crianças e adolescentes educados, nota logo o quanto é importante as pessoas terem um polimento no relacionamento social. Quando estamos andando no shopping, por exemplo, e somos abordados gentilmente por alguém querendo passar, solicitando licença, isso nos faz até mais rapidamente nos mover e ainda pedir desculpa. Pois é, a gentileza é sempre muito bem recebida e, por isso, o tempo todo em casa com os nossos filhos estamos orientando-os sobre a importância de se dirigirem às pessoas com educação e gentileza.
Ao contrário do tratamento gentil que nos traz tranquilidade, pense em crianças e adolescentes sem nenhuma educação. E os adultos? Nossa, que coisa terrível! Pois é, temos mesmo que nos preocupar e dar aos nossos filhos educação para que possam se relacionar socialmente bem. Precisamos em casa aperfeiçoar a cultura, da educação, do bom relacionamento. Outro dia, um pai abismado me abordou  e disse: “Professor, por que as pessoas não dão bom dia?” Precisamos fazer uma campanha para educar o povo a dar bom dia. É isso, a perplexidade desse pai é produto da gentileza com que as pessoas têm se tratado.


Quase tudo que a criança aprende é por imitação. Elas imitam os pais, a babá e os professores. Por isso mesmo devemos dar bons exemplos. Esse ainda é um eficiente método para educarmos as nossas crianças. Aprender a dar “bom dia” pela manhã, a pedir licença para entrar em um ambiente onde há pessoas, a esperar o outro, respeitando a vez do outro, a lavar as mãos, a falar baixo... tudo isso, nós ensinamos aos nossos filhos o tempo todo. Ser educado é aprendizagem. Aprendemos na família e também na escola. É claro que não é fácil, eu sei disso, pois tenho três filhos ainda crianças em casa. Sei que elas resistem muito a assimilar os princípios da boa educação, pois depende de regras sociais que muitas vezes se chocam com o hedonismo natural que os seres humanos possuem, principalmente na infância e na adolescência.
Então vamos lá... como fazer para que os nossos filhos sejam educados? O primeiro segredo é o exemplo, já falamos nisso. Sei que fazemos com que as crianças tenham o bom exemplo, mas às vezes escorregamos, até porque temos muita liberdade e intimidade com a nossa família. Ser um bom exemplo é ótimo! O segundo segredo é elogiar. Ao ouvirem elogios por terem sido educadas, as crianças sentem o reforço da educação. Através de um novo elogio (lembra do hedonismo que falei acima?), a criança repete o “bem feito” e isso reforça a adoção do bom hábito da gentileza. O terceiro segredo é a sanção disciplinar. Não falo aqui em castigo físico, mas a sanção educacional, a que leva à reflexão. Não perca a calma, isso não vai levar a nada. Mantenha uma postura disciplinar de orientação, fazendo-os perceber que você está no comando. Não mude a sua atitude a cada problema. Tenha sempre coerência e firmeza. Se colocou no castigo, não se arrependa. Espere um pouquinho para a criança entender. O importante é não esquecermos que uma pessoa educada é mais bem aceita em sociedade e que queremos isso para as nossas crianças.
E não se esqueça... “a escolha é totalmente sua e de quem participa da formação de sua criança. Lembre-se, porém, de que, assim como saber não ocupa espaço, educação e finura também não. Ser educado é comportamento que se aprende. Alguém tem que, portanto, ensinar. Pelo exemplo e por decisão. Só não dá pra esperar que aconteça por milagre.” (Tânia Zagury, 103)




Referência: ZAGURY, Tania. Filhos: Manual de instruções. Ed. Record. São Paulo. 2011.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Lançamento do livro: O sapo Leleca e a princesa Lili.

É com orgulho de educador, que anuncio o lançamento de meu livro: O sapo Leleca e a princesa Lili, na V Bienal internacional do livro de Alagoas. 


Data: 28 de outubro, no estande da BÊaBÁ.
Horário: das 15h às 22h.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Por uma Educação Pública de Qualidade


O tempo de nossos avós não existe mais e na verdade já penso que o tempo em que fui criança também não existe mais. Tudo está mesmo mudado e esforço-me para acompanhar as novidades tecnológicas e as mídias modernas. Acompanhar também a linguagem das crianças e jovens e, principalmente buscar entender como eles enxergam o mundo. É mais ou menos o que tento fazer: tentar enxergar o mundo vendo através das mesmas lentes que as crianças e jovens estão enxergando. Assim, como educador, me aproximo mais deles.
Parece até brincadeira mais a coisa está rápida de mais: DVD player, GPS, celular, internet rápida, tablet, net book, E-book, PSP e DS... Meu Deus! Nas duas últimas décadas o mundo conheceu mais desenvolvimento tecnológico e cientifico do que séculos inteiros já passados. Imagine como será a vida de nossas crianças daqui a 30 anos! Certamente o mundo para os nascidos após os anos de 1990 será ainda mais moderno e diferente. É exatamente nesse “povo” que foco as minhas preocupações como educador. Será que toda essa tecnologia, toda essa modernidade exige de nós mais atenção e cuidados? Certamente! E exigem sim mais cuidados com as nossas crianças. Temos que estar atentos à forma como elas estão utilizando dessa tecnologia disponível.
Assistir a TV, brincar com jogos eletrônicos e utilizar o computador não traz nenhum comprometimento a criança. O que não se pode, é sermos permissivos com o que estão vendo ou fazendo. Sinceramente, novela das 21h não é adequada para crianças, jogos de azar e jogos de violência também não. Sites sensuais muito menos. Isso sim é a que temos que estar atentos. As mídias começam a se tornar um problema quando crianças e adolescentes ficam expostos há muitas horas, sem a supervisão dos responsáveis. Há crianças que passam mais tempo à frente da televisão e adolescentes a frente do computador do que o tempo que efetivamente passam na escola. Isso não pode! É danoso para eles.
Outro perigo que as crianças expostas na mídia correm é referente às redes sociais. Já tratamos disso, mas vale à pena reforçar: cuidado redobrado. Há o perigo de pedofilia e sequestro sim! É preciso termos consciência. Entre com o filho e observe onde navegam e com quem estão se relacionando. Não se trata de invasão de privacidade, mas sim de proteção de seu filho. As crianças e adolescentes podem ser atraídos por engano a se relacionar com pessoas perigosas.
          O que fazer, então, nesse mundo cibernético e midiático? Deixar de ter o computador e os jogos ajudam as crianças? Claro que não, seriamos uns trogloditas. O que se faz necessário é os filhos saberem do perigo que existe, terem confiança em você para o diálogo e, mesmo assim, existir a sua supervisão constante. Cabe ressaltar aqui que até os 3 anos de idade a criança não deve estar exposta a nenhuma mídia. Refiro-me aqui a programas de TV. Na televisão fechada temos boas opções, mas para crianças após 5 anos de idade. Bem, sei que não é tão simples, mas é importante que as crianças brinquem de forma sadia, para desenvolver as suas habilidades. A interação social, o brincar é saudável e nos ajuda a oportunizar às nossas crianças capacidade de relacionamento e aprendizagem das regras sociais. Também sabemos que crianças que brincam mais alimentam-se melhor e dormem mais tranquilas. Deixe-as correr, pular e brincar com outras crianças de sua mesma faixa etária. Elas querem mesmo é ser criança.

Como devemos conviver com as mídias

O tempo de nossos avós não existe mais e na verdade já penso que o tempo em que fui criança também não existe mais. Tudo está mesmo mudado e esforço-me para acompanhar as novidades tecnológicas e as mídias modernas. Acompanhar também a linguagem das crianças e jovens e, principalmente buscar entender como eles enxergam o mundo. É mais ou menos o que tento fazer: tentar enxergar o mundo vendo através das mesmas lentes que as crianças e jovens estão enxergando. Assim, como educador, me aproximo mais deles.
Parece até brincadeira mais a coisa está rápida de mais: DVD player, GPS, celular, internet rápida, tablet, net book, E-book, PSP e DS... Meu Deus! Nas duas últimas décadas o mundo conheceu mais desenvolvimento tecnológico e cientifico do que séculos inteiros já passados. Imagine como será a vida de nossas crianças daqui a 30 anos! Certamente o mundo para os nascidos após os anos de 1990 será ainda mais moderno e diferente. É exatamente nesse “povo” que foco as minhas preocupações como educador. Será que toda essa tecnologia, toda essa modernidade exige de nós mais atenção e cuidados? Certamente! E exigem sim mais cuidados com as nossas crianças. Temos que estar atentos à forma como elas estão utilizando dessa tecnologia disponível.
Assistir a TV, brincar com jogos eletrônicos e utilizar o computador não traz nenhum comprometimento a criança. O que não se pode, é sermos permissivos com o que estão vendo ou fazendo. Sinceramente, novela das 21h não é adequada para crianças, jogos de azar e jogos de violência também não. Sites sensuais muito menos. Isso sim é a que temos que estar atentos. As mídias começam a se tornar um problema quando crianças e adolescentes ficam expostos há muitas horas, sem a supervisão dos responsáveis. Há crianças que passam mais tempo à frente da televisão e adolescentes a frente do computador do que o tempo que efetivamente passam na escola. Isso não pode! É danoso para eles.
Outro perigo que as crianças expostas na mídia correm é referente às redes sociais. Já tratamos disso, mas vale à pena reforçar: cuidado redobrado. Há o perigo de pedofilia e sequestro sim! É preciso termos consciência. Entre com o filho e observe onde navegam e com quem estão se relacionando. Não se trata de invasão de privacidade, mas sim de proteção de seu filho. As crianças e adolescentes podem ser atraídos por engano a se relacionar com pessoas perigosas.

O que fazer, então, nesse mundo cibernético e midiático? Deixar de ter o computador e os jogos ajudam as crianças? Claro que não, seriamos uns trogloditas. O que se faz necessário é os filhos saberem do perigo que existe, terem confiança em você para o diálogo e, mesmo assim, existir a sua supervisão constante. Cabe ressaltar aqui que até os 3 anos de idade a criança não deve estar exposta a nenhuma mídia. Refiro-me aqui a programas de TV. Na televisão fechada temos boas opções, mas para crianças após 5 anos de idade. Bem, sei que não é tão simples, mas é importante que as crianças brinquem de forma sadia, para desenvolver as suas habilidades. A interação social, o brincar é saudável e nos ajuda a oportunizar às nossas crianças capacidade de relacionamento e aprendizagem das regras sociais. Também sabemos que crianças que brincam mais alimentam-se melhor e dormem mais tranquilas. Deixe-as correr, pular e brincar com outras crianças de sua mesma faixa etária. Elas querem mesmo é ser criança.

A gestão escolar na administração pública: devemos buscar novos rumos?

A legislação brasileira estabelece as regras de execução do orçamento público em todos os níveis e, de modo muito específico, dita parâmetros para a educação. Os prefeitos e governadores são obrigados a cumprirem regras pré-estabelecidas pela legislação federal, regulamentada pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB – Lei Federal nº, 9424/96), que dispõe sobre o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e valorização dos profissionais da Educação (FUNDEB – Lei nº 11.494 / 2007). Aquela vigindo a partir de dezembro de 1996; esta, a partir de janeiro de 1997 com implantação do FUNDEB em janeiro de 1998, com alteração conforme mensagem da Presidência da República (Casa Civil) em junho de 2007. Questões legais à parte, o fato é que é verdade que os setores públicos estão “engessados” pelos rigores da legislação.
Essa legislação federal obrigou os gestores públicos municipais e estaduais a reverem seus gastos e investimentos. Além disso, a questão da gestão escolar propriamente dita, com a nova LDB, mexeu, e, muito, com a “máquina gestora” nos municípios e Estados da Federação. Se não observadas as particularidades, a gestão escolar pode ser até inviabilizada. Refiro-me não só à gestão do sistema escolar, mas também à gestão de cada unidade de Ensino. Portanto, o problema é mesmo grande. Mas, como todo problema, existe uma “janela de fuga”. Está na gestão compartilhada com a comunidade, na vontade política de se buscar alternativas e no compromisso de inovar, encarando o desafio da gestão dos sistemas educacionais, não como algo já pronto, mas sim como algo que se tem que construir.
Ultimamente a imprensa mostra em nosso Estado escolas sendo furtadas em seus parcos equipamentos, cena de tiroteio no pátio, prédios quase que abandonados despencados na cabeça dos alunos e professores. Greve com calendário anual e os alunos esquecidos. Será que não se encontra uma saída para essa situação? A questão ficará emperrada na falta de verbas e nas amarras da responsabilidade fiscal? Já pensavam em envolver a comunidade em ações diretas de preservação e recuperação predial nas unidades de ensino? As associações de pais e mestres estão atentas? A empresa privada foi chamada a colaborar? Alguém pensou em projetos vanguardistas que transformam as escolas em ambientes de convivência comunitária?
Há sim o que se fazer e sem mais verba! Acredito que a solução do problema que vivemos passa também por um “choque de gestão”, um olhar mais afinado com o problema. Vejo que as Secretarias (estadual e municipal) deveriam estar conveniadas com a Secretaria da Saúde, a da Defesa Social a do Trabalho etc. Há necessidade de mais articulações políticas para gerar sinergia entre as secretarias e os setores. Seria difícil? A questão é política? Acho que não. Acredito ser mesmo de vontade política.
A organização da Educação no município e no Estado tem que ir ao encontro dos anseios da sociedade do séc XXI. Para tanto, se faz mister a busca de um novo conceito em educação.  No Brasil, de norte a sul, há projetos alternativos que, com resultados excelentes, não se aplicam em função de mais verbas públicas. O que está ancorando iniciativas valorosas na educação é o comprometimento com ações educativas envolventes de valorização do “Espaço-escola” e dos agentes de todo o processo educacional. Aqui, refiro-me ao educando, ao educador e ao corpo de apoio de cada unidade e, principalmente, a comunidade. Cada unidade de ensino tem que ser uma célula multiplicadora de novos paradigmas de gestão. A Escola tem que ser da comunidade, e a comunidade, por isso, deve ser chamada a cuidar da escola. O estudante tem que sentir-se inserido no processo educacional e o educador ter a certeza de seu papel transformador. A valorização do professor não passa só pelo salário, mas também pelo “chamamento” à ação política de transformação.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O cuidado com o emocional de nossas crianças

Como pai e educador, tenho procurado sempre aprimorar minhas informações acerca do que tange as várias demandas das crianças. Há, em cada criança, em cada filho, um mundo enorme a ser explorado e conhecido. Cada dia, deparo-me, tanto em casa quanto na escola, com desafios novos em relação às necessidades de cada um, em um universo enorme de crianças.
Aprendi que, observando meus filhos e conhecendo as suas necessidades, aprendizagem, desejos e emoções, acabo por entender melhor a minha escola e as demandas de meus alunos. Funciona mais ou menos assim: diante das observações e acompanhamento de meus filhos, eu acabo entendendo que precisamos ajustar aqui ou ali, mas também entendendo que se faz necessário compartilhar com vocês o meu olhar de pai e educador. Hoje, quero compartilhar um entendimento meu sobre inteligência emocional.
Situações em minha rotina com as crianças em casa me levaram a estudar a inteligência emocional a partir da leitura de Daniel Goleman e sua teoria sobre o que é ser inteligente. A vida familiar é a nossa primeira escola de aprendizado emocional. Aprendemos bem como nos sentimos em relação a nós mesmos e como os membros da família reagem aos nossos sentimentos e às nossas necessidades emocionais. Esse aprendizado emocional não acontece apenas a partir do que os pais falam, mas também a partir dos exemplos que são transmitidos às crianças, nos modelos que são expostos a elas, quando nós, adultos, estamos diante de situações com as quais não é simples lidar. Refiro-me a saber lidar com os sentimentos de nossos filhos, quando os mesmos se colocam diante de nós com algumas problemáticas que para nós é “bobagem”, mas que para a criança é um grande problema.
Diante de situações problemas, alguns pais são talentosos no trato do emocional da criança. Outros, mesmo que se tenha sempre uma justificativa, acabam desastrosas. Ocorre que hoje sabemos, através de várias pesquisas, que a forma como os pais tratam os seus filhos emocionalmente passa a eles poderosos ensinamentos de como devem agir diante de situações problemas que certamente enfrentarão. Portanto, pais emocionalmente inteligentes são aqueles que sabem aproveitar-se do problema para ensinar os filhos a lidar com a dificuldade, com tranquilidade e segurança emocional. Assim, estão ensinando os filhos a terem segurança emocional quando na resolução de seus problemas, em casa ou na escola.

          É fato que eles reproduzem no campo da inteligência emocional o que aprendem nos ensinamentos que receberam de como os adultos lidam com os problemas. Pais que perdem a paciência facilmente com seus filhos, que batem, que negligenciam na disciplina, elevam o tom da voz ao lidar com as crianças não estão ensinando-lhes como lidar com as outras pessoas, diante de uma situação problema. Agora, pais pacientes com os problemas dos filhos, ajudando-os a entender o jogo à sua própria maneira e facilitando-lhe a solução da situação problema, ensinam os filhos a encontrar esse caminho, quando estiverem diante de um problema hoje e no futuro.
Há pais que aproveitam a oportunidade da perturbação do filho para agir como uma espécie de treinador ou mentor emocional (Daniel, página 205). É isso! Devemos ser o treinador, o mentor emocional de nossos filhos. Sinceramente não podemos errar aí. Eu sei que erramos, mas devemos estar atentos para não continuar errando. Para que os pais sejam, então, os “educadores emocionais” de seus filhos é necessário que sejam eles próprios capazes de compreender a inteligência emocional de cada filho. Esse é o nosso desafio! Como sabemos, cada um é um. É mesmo! Não são iguais a irmão, a primos ou a colegas. Não existe isso. O que serve para um poderá não servir para o outro.
Devemos conhecer a “alma” de nossos filhos e saber o que é emocionalmente bem aceito por eles e o que cada um não gosta. Não podemos generalizar a conduta educadora. Devemos aprimorar o nosso conhecimento sobre cada filho, conhecendo melhor a forma de lidar com cada um e, acima de tudo, tendo a consciência de que não adiantará imprimirmos um modelo educador emocionalmente intimidador. Não será bom, pois vamos com isso criar um ambiente que formará adultos que acreditam na intimidação como forma de resolver os problemas. Essa microanálise nos leva a entender que os nossos filhos serão emocionalmente aquilo que os ensinarmos a serem, com conselhos e com modelo.
         À medida que as crianças crescem, mudam as lições emocionais e muda a forma como nós devemos tratar as questões novas. Se começarmos desde cedo a saber lidar com o emocional de nossos filhos, mais fácil será para eles na adolescência e mesmo na fase adulta. O impacto de nossas reações emocionais e da forma como resolvemos os problemas sobre as nossas crianças é muito grande. Em estudos feitos em Universidade de Washington, constatou-se que quando os pais são emocionalmente aptos comparados com os que não lidam bem com os sentimentos, os filhos compreensivelmente se dão melhor. (Daniel, página. 206). Outra coisa interessante é que essas crianças tornam-se mais populares, sabem sair dos problemas na escola sem intervenção da professora e sabem lidar bem com as emoções.
         Pronto! Compartilho com vocês esse aprendizado. Aprendi que preciso melhorar e muito. Espero ter contribuído para torná-los ainda mais eficientes, nessa maravilhosa missão de educar gente.

Referência: GOLEMAN, Daniel (inteligência Emocional. Ed. Objetiva. 10ª Edição, 1995. Rio de Janeiro).