sexta-feira, 29 de abril de 2011

A educação nossa de cada dia


                 Atualmente, considera-se a educação um dos setores mais importantes para o desenvolvimento de um país, pois o povo escolarizado constitui mão-de-obra especializada, eleitor consciente, consumidor exigente e cidadão completo Nações como Espanha, Coreia e até o Chile retomaram a linha de desenvolvimento econômico após investirem em educação..
                Pesquisas na área educacional sinalizam que um terço dos brasileiros frequentam atualmente a escola. Temos 57 milhões de estudantes em todos os níveis de ensino, além de registro na queda de analfabetismo. Em 1992, tínhamos 16,4% de analfabetos no país; em 2002, os índices apresentam uma queda para 10,9%, o que reflete políticas educacionais melhores direcionadas nos últimos anos.
                É importante registrar também que tivemos avanços significantes na queda dos indicativos de repetência escolar, devido a mudanças na orientação das políticas educacionais na rede pública que vêm ampliando a possibilidade de recuperação do aluno, além das “classes de aceleração”, que estão apresentando resultados positivos. Devemos considerar também a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação), que desde 1996, quando da sua aprovação, oportuniza a maior democratização da escola pública, valorizando o respeito à pluralidade cultural e trazendo as famílias próximas à gestão das escolas nos bairros. Mas nem tudo são flores...
                Recentemente, o Banco Mundial apresentou alguns resultados de uma conta diferente no campo da educação e que partia da seguinte questão: Quanto o país perde em dinheiro quando uma criança abandona a escola? O banco concluiu que o Brasil deixa de gerar R$ 755 milhões. Ao longo da vida de toda geração que deixou, a escola esta conta significa R$ 300 bilhões de reais. (Banco Mundial, “Jovens em situação de risco no Brasil”, vol. 1, Brasília, 2007). Parece assustador e é mesmo. O nível educacional do Brasil é o mais baixo se comparado com os países mais populosos da América Latina. Passamos menos tempo na escola, lemos menos e por isso mesmo temos uma capacidade produtiva engessada. Estamos perdendo em relação aos países vizinhos e apresentamos índices menos animadores quando falamos em capacidade de retomada de crescimento econômico e investimentos em tecnologia.
                Em Ribeirão Preto, cidade universitária e detentora de uma das rendas per capta mais altas do país, apenas 3 escolas municipais das 26 avaliadas pelo IDEB (Índice de Educação Básica) alcançaram nota 5,5 (padrão para países desenvolvidos). As demais escolas estiveram bem abaixo desse índice, revelando a baixa qualidade do ensino público municipal na cidade. Para piorar o quadro, de quase 300 creches e escolas de Educação Infantil na cidade, muitas não têm alvará de funcionamento. De cada 5 creches e escolas de Educação Infantil no município, apenas uma tem alvará de funcionamento. Assim, 220 não têm alvará nem programa pedagógico aprovado pela Secretaria Municipal de Educação.
            Em Maceió, os dados são ainda mais comprometedores e a violência toma conta das salas de aulas das escolas da rede municipal e estadual. Professores são ameaçados por alunos que encontram no tráfico de drogas alguma oportunidade, face a falência do poder público no que tange a adoção de políticas sociais capazes de gerar sinergias positivas para as crianças e jovens da periferia da cidade.
                Diante dos desafios que temos pela frente no Brasil, que objetivos educacionais a escola pública de qualidade deve abraçar? Que pressupostos e diretrizes devem guiar a prática política pedagógica dessas escolas? Que cidadão queremos formar para o país? Essas são perguntas clássicas que exigem respostas nada fáceis. As transformações pelas quais a sociedade brasileira passa e as exigências do mundo globalizado nos obriga a buscar uma educação que vise não só ao “alfabetismo” das letras, ao domínio dos números, mas também à aquisição do domínio tecnológico. Trata-se de disputar concretamente o progresso técnico e a qualificação do educando da escola pública, para que ele possa ser competitivo no mercado de trabalho. É promover a sua inclusão, através de uma política educacional que o capacite. Dessa forma, a educação escolar precisa oferecer respostas concretas à sociedade.
                Devemos entender, então, que o país necessita de uma educação pública de qualidade, onde a escola deve promover para todos os estudantes o domínio dos conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades cognitivas e afetivas indispensáveis ao atendimento de necessidades individuais e sociais (Libâneo, 2007). Isso significa inseri-lo no mundo real, preparando-o para os desafios da vida. É na verdade preparar o estudante para ir se colocar no processo produtivo de uma sociedade técnica e capitalista. A escola privada não tem poupado esforços nesse sentido e, mais recentemente, principalmente no interior do estado de São Paulo, muitos municípios também têm buscado na parceria com sistemas de ensino, as ferramentas necessárias para o cumprimento dessa missão. O que se percebe claramente é uma corrida para a instrumentalização de crianças e jovens que deverão dar ao mercado, no futuro, respostas às demandas.
 
 
 
Bibliografia

LIBÂNEO, José Carlos. Educação escolar: políticas, estruturas e organização / 
José Carlos Libâneo, João Ferreira de Oliveira, Minza Seabra Toschi. 4ª ed. São Paulo. Cortez, 2007.

As maneiras da construção da família e a criação dos filhos


Hoje, muito se fala sobre o papel da família na construção de pessoas estáveis e felizes. Hoje não! Na verdade, ouço isso desde criança. Nas antigas aulas de “Moral e Cívica”, meu professor sempre dizia: A família é a célula “mater” da sociedade. Parece que de um tempo para cá essa visão de família saiu de moda. Era ser contemporâneo atribuir à família os problemas (depressão, divórcio, dificuldade de relacionamento etc.) do dia-a-dia das gerações dos anos 80 e 90.
Mais recentemente, a família vem reconquistando espaço. Em uma edição da revista Veja de 2007 que encontrei quando buscava gravuras para a tarefa de minha filha do Maternal II, a articulista Lya Luft escreveu um artigo intitulado Família tem de ser careta, onde  afirmava “quem não estiver disposto a dizer não na hora certa e se fizer de vítima dos filhos, que, por favor, não finja que é mãe ou pai”. É o que vem acontecendo. Depois de percorrer um caminho do “amor negligente”, pais que se diziam modernos sentiram na pele os problemas de terem criado filhos “sem limites”. Atualmente, é usual o discurso da necessidade do “amor responsável”, do “amor exigente”. É isso, a geração de pais afetada pelo psicologismo está dando lugar a uma geração de pais mais cuidadosos e dedicados no relacionamento cotidiano com os filhos.
Tem sido comum encontrarmos nas livrarias obras de autoajuda sobre o tema. A busca pela “família ideal” leva a um consumo de livros que tentam passar uma fórmula perfeita para a construção de uma família perfeita. Eu, por experiência e observação, penso que a busca do equilíbrio na família se dá a partir de pontos simples como o respeito mútuo, sinceridade no falar e no agir, visão otimista da vida, tolerância, que é resultado da cordialidade e do entendimento, flexibilidade, confiança nas pessoas que compõem a família. Como podemos ver, a fórmula é simples, não há nada de novo. Dessa forma, fica evidente que cabe a nós a responsabilidade pelo sucesso ou não do bom relacionamento familiar. A busca tem que ser permanente,  e a fé no sentido de que a família vale a pena é o combustível para o bom relacionamento, para o sucesso da família feliz.
Os filhos, frutos de amor e dedicação, devem ser tratados como parte efetiva da família e não como uma classe de pessoas abaixo da vontade dos pais. É preciso dar ouvido a eles e respeitar-lhes a individualidade. Não os compare, pelo menos na frente deles, e saiba que cada ser é um ser único. Tenha afetividade e norteie os passos deles. Não dê a eles tudo o que pedem e nem achem graça quando falam palavrões. Faça-os guardar os brinquedos após as brincadeiras e nunca brigue na frente deles. Exija responsabilidade e não tome partido dos seus erros, faça-os enxergar a verdade. Dê a eles conselhos, carinho e atenção. Dessa forma, pavimentamos o caminho que nos levará a uma família consistente e feliz.
Se você quiser ler um pouco mais sobre o assunto, eu gostei muito de dois livros da Tânia Zagury. Um chama-se LIMITES SEM TRAUMAS, e o outro EDUCAR SEM CULPA. Ambos são da editora Record e estão no mercado em edições novas. Vale  a pena conhecer mais um pouco do comportamento das crianças, para termos parâmetros de como sermos mais eficientes com os nossos filhos.
 
Muito obrigado.

Minha criança de 8 e 9 anos de idade: quase um adulto...


                Nossas crianças chegaram aos 9 anos ou quase isso. Digo nossa criança, pois eu tenho um garoto de 8 para nove anos e que está no 3º ano do Ensino Fundamental. Por uma questão quase natural, principalmente depois que ele completou 8 anos, a aproximação comigo foi maior. Quando viemos para Maceió, mais próximo ainda ficamos, o que tem me dado muita alegria e também oportunizado a mim uma maior leitura de suas linguagens e manifestações. Como sou um amante de Piaget e um pedagogo por opção, passei a observar mais e mais esta fase do desenvolvimento humano e quero dividir com vocês um pouco da característica comuns a todos eles, meninos e meninas. Leiam, observem seus filhos e saibam que nós, pais e educadores, somos os únicos responsáveis pela felicidade de nossas crianças. Cada um em seu papel, porém todos de olho no bem estar da meninada.
        À Escola cabe a educação formal, o ensino e a aprendizagem, a disciplina e o desenvolvimento das habilidades e competência da criança. Às famílias, em harmonia com a Escola e nunca em oposição a ela, cabe acolher afetuosamente seus filhos, dando suporte moral e religioso, exigindo deles o cumprimento das obrigações e disciplinando-os de acordo com os valores da sociedade e princípios de cada lar. Veja, então, que somos parceiros na tarefa de educar as nossas crianças. Por isso mesmo, estamos sempre abertos a dividir com todos as nossas experiências e afirmar sempre o nosso compromisso de buscar sempre o melhor em educação.
         Meninos e meninas, nessa fase, são mesmo muito engraçados. Eles possuem um grande afã para crescer e começam a manifestar interesse pela anatomia de seu corpo. A personalidade é mais expressiva e os gestos são próprios. Estão ganhando personalidade própria. Adoram dramatização dos pequenos problemas. Têm uma influência muito grande sobre a família e são muito sensíveis a qualquer desacordo na família. Se têm mais irmãos... Meu Deus! Que luta! Os meninos são “bangunceiros”, não aceitam o hábito de higiene com tranquilidade, obrigando-nos a constante supervisão, embora queiram e precisem autonomia. Estão “se achando” não é mesmo? Parecem rapazinhos (deixa eles...)!
         Quando chegar aos 9 anos, e essas características podem estar precocemente nos de 8 anos, as coisas melhoram um pouco. Diminuem a aspereza e adotam um comportamento mais responsável. Passam a ter inúmeros interesses (muitos até fora do estudo). O mundo imaginário dá lugar ao mundo real. É a idade do tesouro, das coleções, das descobertas. Passam a ter um apurado senso de justiça e necessitam de muita ajuda em suas relações interpessoais.
         Veja que maravilha! Elas são assim e aproveitemos isso, pois irão crescer, virarão “aborrecentes” e aí complica um pouco (naturalmente...). É importante aceitar a criança tal como ela é, em cada momento de seu desenvolvimento. Mantenha com os filhos um clima de confiança. Eles precisam sentir segurança. Saibam que, embora crescidos, eles necessitam de orientação e supervisão. Saibam que, a mãe ainda tem um papel muito importante. Motivem e incentivem. Valorizem as conquistas de seus filhos, corrijam os erros e mostrem a eles o que é certo. Na vida escolar de nossa criança, convém estimular o interesse pelo que aprendeu, e pelos eventos da Escola. Saibam que a Escola é um espaço muito importante na vida deles. Por isso, estamos aqui, confiantes em nossa missão e em nossa visão.
          Educar é isso, um pouco de estratégia e técnica, muito de amor e um montão de compreensão.

A CRIANÇA, A FAMÍLIA E A ESCOLA DE EDUCAÇÃO INFANTIL: ANSIEDADES E DIRETRIZES.


                 No início da vida da criança, o bebê e a mãe estão em um relacionamento muito próximo. Ainda não há para o bebê uma diferenciação entre ele e a mãe. Seria como pensar que para o bebê seus primeiros meses de vida fosse, assim, uma extensão da vida uterina. Dessa forma, a criança sente-se segura e confortável,  e a mãe, dedicada e feliz, quase se anula na tarefa de cuidar desse pequeno ser vivo. A interação é total. É como se um ser completasse o outro. Nessa fase, é assim mesmo que tem que ser.
                Com o crescimento gradual da criança, ela começa a “ganhar luz própria”. A mãe também vai aos poucos desejando retomar a sua vida, provocando naturalmente uma gradativa separação entre as duas pessoas, que pareciam ser apenas uma. Assim, a criança vai crescendo, se desenvolvendo e interagindo com o mundo à sua volta, o que naturalmente se dá através do relacionamento com a família. O mundo conhecido da rotina familiar se torna as primeiras referências da criança. Os pais, os avós, o aconchego do quarto carinhosamente planejado, as trocas afetivas, a  amamentação, o confortável banho diário e tudo o mais.
                Em um determinado momento, que coincide com o crescimento da criança e o desejo dos pais, chega a hora de levá-la à educação infantil. Já é hora de a criança ter contato com o mundo além da família. Aí, naturalmente bate uma insegurança tremenda nos pais. É uma decisão difícil. É preciso escolher a Escola certa e o horário certo. É necessário conciliar a vida doméstica ao novo ritmo e, acima de tudo, é importante que essa Escola dê segurança e sensação de conforto. É assim mesmo! Sempre!
                Uma situação nova e desconhecida suscita medo, ansiedades e insegurança. Por isso, nós, educadores, temos a sensibilidade de considerar essas emoções como algo esperado. Sabemos, por experiência, que é assim mesmo e temos consciência da repercussão desta vivência. Sabemos que a intensidade com que cada um vai experimentar essa situação nova depende muito dos aspectos particulares da personalidade de cada pai e de cada mãe e também da dinâmica familiar de cada família, que, de passagem, digo que muito respeitamos. De maneira geral, nesse momento, as famílias vivem a experiência da ruptura, da entrega. Sei, como pai presente que sou, da dificuldade de entregarmos os nossos filhos. Dá uma sensação de perda, de vazio. Sei disso! Mas sei que tudo isso passa.
                Com a “entrega” da criança na educação infantil, nos deparamos com uma nova etapa: a difícil adaptação, ao mundo novo. Não só da criança, mas também dos pais (mais da mãe, não é?). A criança pode ter medo de a mãe não voltar, levando a uma sensação temporária de abandono. Essa sensação inconsciente certamente aflige também os pais  ( mais a mãe, que muitas vezes é consolada pelo marido, não é?). Tudo passa. O fato, é que a separação é inevitável na vida de cada um de nós, para que haja crescimento. Temos que tolerar, superar e, principalmente, enfrentar as angústias provenientes dessa vivência.
                A experiência que a criança vive no Maternal é de muita importância para a sua vida. Além do espaço para brincar e o início de aplicativos pedagógicos adequados, é lá que a criança vai aprender a se relacionar no mundo fora da família. Ela vai poder experimentar o dar e o receber, vai experimentar raiva, vai aprender que as outras crianças são amáveis, mas também hostis. Vai descobrir que o mundo fora de casa exige dela habilidades comportamentais que ajudam a moldar os traços de personalidade. Aí é que o nosso papel de educador é fundamental. É nesse ambiente que ensinaremos a criança como conviver com os amiguinhos e como educar os impulsos. Vai aprender a diferenciar o certo do errado, com tranquilidade e cuidado. A Escola é para isso: educar com tranquilidade e cuidado. Sabemos que alguns pais têm mais dificuldades do que outros para entenderem as linguagens das crianças, que falam não por palavras, nessa faixa etária. Sabemos que alguns pais temem as “trocas sociais positivas” dos filhos, mas é assim mesmo que acontece. Cabe à Escola, nesses casos, ajudar esses pais a fazerem uma reflexão sobre os aspectos emocionais envolvidos na relação com os filhos e perceber o quanto estes aspectos podem influenciar no crescimento e sociabilização da criança.
                Nós, educadores da Educação Infantil, sabemos que nossa missão é ajudar a criança a realizar suas descobertas e a saber conviver com a ausência temporária da mãe. Estamos também preparados para ensinar-lhe os primeiros passos no processo de interação com o ambiente e com as regras sociais de relacionamento interpessoal. Estamos prontos para aplicarmos as primeiras lições que ajudarão no seu desenvolvimento motor. Estamos prontos para fazê-la expressar-se em suas linguagens e prepará-la para os desafios que teá que enfrentar. Estamos prontos para educar crianças pequenas e ajudá-las a transformá-las em pessoas seguras e felizes. Essa é a nossa missão e a nossa visão de educação infantil.

O mais importante no educador


O mais importante para nós educadores, é acreditarmos realmente no potencial de aprendizagem de nossos educandos. Mais do que isso, o importante é estimular no aprendiz, o desejo de aprender, dando a ele a dimensão real da importância do aprendizado para vida.
A tarefa de educar torna visíveis os nossos valores, desnunando a nossa história de vida. Todos os dias, diante da classe, deixamos transparente as nossas emoções e postura diante as coisas do mundo. Por isso, a necessidade constante de buscarmos o equilíbrio nas diversas situações pedagógicas e principalmente nas posições de idéias e valores. Devemos nos colocar de forma a apresentarmos como pessoas facilitadoras e não complicadoras. Devemos apresentarmos como uma visão construtiva, de tal forma que ganhemos credibilidade junto aos nossos alunos.
O educador, no exercício de seu magistério deve nutrir o educando de uma visão confiante das coisas da vida. Não se pode confundir “visão crítica” com “pessimismo estrutural”. Esse substrato pessimista leva o jovem aprendiz a adotar uma visão derrotada da vida e serve como desestímulo ao desejo de aprender.
O educador é um ser humano com suas limitações, mas é um testemunho vivo de que podemos evoluir sempre. É um orientador, um indicador de possibilidades, onde ele se coloca como exemplo para os seus alunos. É alguém que se apresenta como intelectual que tem a compreensão do mundo.
Como agente transformador da sociedade, o educador é testemunha viva da capacidade que o homem possui de se organizar, disciplinar e concernistar. Claro que enquanto ser humano, o educador traz consigo a “dialética da felicidade”. Há dias que as contradições do cotidiano reserva para ele a decepção, o cansaço e o desanimo. Mas, como síntese desse processo dialético, temos o homem capaz de superar. Retoma o rumo revigorado, estimulado por novos desafios, passando aos alunos a certeza inconsciente de que somos capazes de nos reinventarmos o tempo todo. O inesquecível Paulo Freire deixou para nós a mensagem de reconstrução (“continuo buscando, re-procurando. Ensino porque busco, porque indaguei, porque indago e me indago. Pesquiso para conhecer o que ainda não conheço e comunicar e anunciar a novidade”), da busca pelo “re-encontro” após o poema.
O educador tem que estar atento às armadilhas da rotina. Ela corrói uma parte do sonho e pode levar à tentação da acomodação. Necessitamos de estar atentos ao perigo de nos deixar acomodar. A tentação é grande. Muitas vezes sentimos vontade de parar, de querer fazer outra escolha e mudar. Mas é necessário acreditar em nosso “feeling” como educadores. É preciso que nos eduquemos na certeza que os rostos que estão a nossa frente necessitam e muito de um trabalho habilidoso e competente.
O educador que buscar a fórmula do professor de sucesso. Esse é o profissional que estabelece vínculos e mostra um genuíno interesse pelo aluno. Ele é capaz de motivar o aluno de forma constante e competente. É simpático e possui a força e o magnetismo capaz de gerar sinergia natural. É o que procura ter com a classe uma grande sintonia interpessoal. O professor de sucesso é aquele se prepara para dar o que tem de melhor, fazendo de suas aulas um momento encantador e fascinante. Ele consegue levar aos alunos o desejo de aprender. O sucesso pedagógico, depende também da capacidade do professor expressar os seus conhecimentos de forma coerente, mostrando aos alunos a importância do que está sendo ensinado. O educador que une então a simpatia, a competência e a ética, certamente provoca na classe que leciona um impacto muito positivo.
Ensinar, sempre será difícil devido ao abismo natural que existe entre os jovens e os adultos. Por outro lado, essa distância nos torna interessante, pois somos diferentes. Devemos aproveitar bem essa diferença que reside principalmente no fato de termos mais experiência e vivências que servem como ferramentas necessárias ao cotidiano daqueles que ainda não percorreram a mesma caminhada. Assim, o educador não precisa ser perfeito, mas apenas alguém que se apresenta na forma mais próxima de seus alunos. Aquele que é acolhedor, e principalmente capaz de estimular as melhores qualidades de seus alunos.



Bibliografia:
1. A Educação que desejamos: nossos desafios e como chegar lá.
2. http://novaescola.abril.uol.com.br