Hoje, muito se fala sobre o papel da família na construção de pessoas estáveis e felizes. Hoje não! Na verdade, ouço isso desde criança. Nas antigas aulas de “Moral e Cívica”, meu professor sempre dizia: A família é a célula “mater” da sociedade. Parece que de um tempo para cá essa visão de família saiu de moda. Era ser contemporâneo atribuir à família os problemas (depressão, divórcio, dificuldade de relacionamento etc.) do dia-a-dia das gerações dos anos 80 e 90.
Mais recentemente, a família vem reconquistando espaço. Em uma edição da revista Veja de 2007 que encontrei quando buscava gravuras para a tarefa de minha filha do Maternal II, a articulista Lya Luft escreveu um artigo intitulado Família tem de ser careta, onde afirmava “quem não estiver disposto a dizer não na hora certa e se fizer de vítima dos filhos, que, por favor, não finja que é mãe ou pai”. É o que vem acontecendo. Depois de percorrer um caminho do “amor negligente”, pais que se diziam modernos sentiram na pele os problemas de terem criado filhos “sem limites”. Atualmente, é usual o discurso da necessidade do “amor responsável”, do “amor exigente”. É isso, a geração de pais afetada pelo psicologismo está dando lugar a uma geração de pais mais cuidadosos e dedicados no relacionamento cotidiano com os filhos.
Tem sido comum encontrarmos nas livrarias obras de autoajuda sobre o tema. A busca pela “família ideal” leva a um consumo de livros que tentam passar uma fórmula perfeita para a construção de uma família perfeita. Eu, por experiência e observação, penso que a busca do equilíbrio na família se dá a partir de pontos simples como o respeito mútuo, sinceridade no falar e no agir, visão otimista da vida, tolerância, que é resultado da cordialidade e do entendimento, flexibilidade, confiança nas pessoas que compõem a família. Como podemos ver, a fórmula é simples, não há nada de novo. Dessa forma, fica evidente que cabe a nós a responsabilidade pelo sucesso ou não do bom relacionamento familiar. A busca tem que ser permanente, e a fé no sentido de que a família vale a pena é o combustível para o bom relacionamento, para o sucesso da família feliz.
Os filhos, frutos de amor e dedicação, devem ser tratados como parte efetiva da família e não como uma classe de pessoas abaixo da vontade dos pais. É preciso dar ouvido a eles e respeitar-lhes a individualidade. Não os compare, pelo menos na frente deles, e saiba que cada ser é um ser único. Tenha afetividade e norteie os passos deles. Não dê a eles tudo o que pedem e nem achem graça quando falam palavrões. Faça-os guardar os brinquedos após as brincadeiras e nunca brigue na frente deles. Exija responsabilidade e não tome partido dos seus erros, faça-os enxergar a verdade. Dê a eles conselhos, carinho e atenção. Dessa forma, pavimentamos o caminho que nos levará a uma família consistente e feliz.
Se você quiser ler um pouco mais sobre o assunto, eu gostei muito de dois livros da Tânia Zagury. Um chama-se LIMITES SEM TRAUMAS, e o outro EDUCAR SEM CULPA. Ambos são da editora Record e estão no mercado em edições novas. Vale a pena conhecer mais um pouco do comportamento das crianças, para termos parâmetros de como sermos mais eficientes com os nossos filhos.
Muito obrigado.
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