É muito
comum, crianças terem comportamento inadequado que cause insatisfação aos pais
e aos educadores. Mas se o comportamento estiver mesmo muito fora do gráfico, é
preciso estar atento. Ao perceber crianças teimosas, inquietas e rotuladas de
mal educadas em casa e na escola, principalmente se apresentarem dificuldades
no aprendizado escolar e no relacionamento social com os amiguinhos, é hora de se
procurar um profissional para uma avaliação mais profunda. Geralmente, a escola
percebe primeiro que as famílias a necessidade de um apoio à criança com essa
sintomatologia. Crianças que apresentam esse quadro: desorganização,
impaciência, dificuldade de aprendizagem e de relacionamento podem ser
portadoras de TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção / Hiperatividade).
O TDAH é
uma patologia que se caracteriza por uma alteração no lobo frontal, causadas
por fatores externos ou genéticos. Portanto, trata-se de um transtorno
neurobiológico que aparece na infância e acompanha a pessoa por toda a vida.
Segundo Silva (2009, p. 23), ninguém adquire TDAH durante a vida, mas nasce com
ele. Portanto, se faz necessário um acompanhamento médico, e a escola deve ser
informada através de laudos médicos para que o trabalho das Psicopedagogas
sejam adequados a cada caso. Escola, família e profissionais de saúde devem
formar juntos o tripé de apoio a essa criança ou adolescente, sem dramas. Os
portadores de TDAH são inteligentes, criativos e intuitivos. Apresentam
dificuldade em administrar o tempo, manter a concentração e dar continuidade ao
que iniciam. O transtorno apresenta três sintomas específicos: desatenção,
impulsividade e hiperatividade. Cuidado! Não vamos confundir o portador de TDAH
com uma criança ativa, esperta, brincalhona e inquieta. São situações
diferentes e, por isso, a importância de uma avaliação médica.
O
diagnóstico de TDAH é muito importante, e para fechar esse diagnóstico é
necessário que o paciente apresente claras evidências de prejuízo clinicamente
significativo no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional (conforme a CID
10). Por isso mesmo, o tratamento é muito importante. Não só a medicação, mas
técnicas que venham auxiliar a criança ou adolescente a melhorar o seu
desempenho na escola e no relacionamento com os amigos. Aí entra o importante
trabalho do Psicopedagogo na escola.
Convém salientar
que é importante e fundamental a diferenciação entre TDAH e indisciplina. Um
diagnóstico correto é fundamental para o bom desenvolvimento social, cognitivo
e afetivo da criança, uma vez que o não tratamento pode vir a comprometer
gravemente a vida do paciente. Assim, é relevante a participação da família nesse
empenho de buscar ajuda, caso haja suspeita por parte da escola ou mesmo de um
familiar. No mais, não há com o que se perturbar. A escola está preparada para
acompanhar os alunos que venham apresentar esse quadro e, além disso, tudo se
organiza quando realizamos as nossas trocas com confiança e segurança. Como
sempre digo, estamos juntos! Acredite nisso!
Referências:
1) Silva, Ana Beatriz. B. Mentes inquietas. São Paulo, Ed. Gente, 2003.
2) CID – 10, classificação de transtornos mentais e de comportamento. Descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. Porto Alegre, Artmed; 1993 R. 2011.