quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Meu filho não é o primeiro aluno da classe


Eu nunca quis que meus filhos fossem os melhores alunos da classe e muito menos que fossem melhores em tudo o que fazem. Sempre priorizo que eles tenham alegria de fazer o que estão fazendo. Quero sim que tenham prazer no que fazem e que tenham compromisso com os seus sonhos. Ao longo de minha carreira, pude ver alunos brilhantes na escola, mas desejando a felicidade, a alegria de brincar e de poder ser criança.
Estudar é o mais importante que existe na vida de nossos filhos, mas só se concretiza como realização quando se faz com alegria. Estudar não pode ser um estorvo, um peso, mas sim um desejo adquirido através da consciência de que será através do estudo que eles terão seus sonhos realizados. Portanto, estudar é um meio de se buscar a felicidade e, por isso, não pode ser um castigo ou um peso. Daí a necessidade de compreensão dos pais. Alunos terão um bom desempenho nos estudos, se tiverem a consciência de que o estudo é o caminho para a sua felicidade.
É através dos estudos e da vida escolar que os nossos filhos aprendem a importância da disciplina, da organização e, principalmente, da determinação. Contudo, todo esse aprendizado tem que acontecer de forma natural, sem aquela pressão por resultados. O que precisamos é ensinar às nossas crianças que, se não estão bem na escola hoje, certamente estarão amanhã. E que o que elas hoje nos entregam de nota pode vir a ser uma entrega melhor amanhã. Mas sem culpa ou comparações. E castigo muito menos. O que necessitam é de motivação e de encontrarem nos estudos a razão para a vida.
Procure ter com seus filhos uma postura conciliadora para que eles consigam avançar em suas metas. O tom conciliador não é a aceitação de um resultado ruim, mas apenas uma forma diferente para dizermos aos nossos filhos que esperamos mais deles e que podem render mais para seu próprio sucesso.
Eu bem sei da ansiedade de nós, pais, sempre querendo o máximo para os filhos. Queremos que eles estejam bem, seguros, saudáveis e com ótimo aproveitamento na escola. Todos queremos, mas precisamos de ter um pequeno cuidado... pode ser que algum de nossos filhos não tenha tanta aptidão assim para os estudos, mesmo que isso possa ser temporário. O certo aqui é estarmos acompanhando as nossas crianças, dando-lhes o incentivo e o suporte emocional para seu crescimento.
Tenham tranquilidade e saibam que todos eles, cada um a seu tempo, nos surpreenderão positivamente.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Deixe que seus filhos manifestem as suas emoções




As emoções são energias da vida. Saber lidar com elas é fundamental para sermos completos e felizes. As gerações de filhos do passado sempre tiveram suas emoções “controladas” pelo rigor e pela severidade da educação dos pais. Eu mesmo fui criado ouvindo de meu pai frases do tipo: “Homem que é homem, não chora.” e “Faça como eu, que sou durão”.
É com os pais que os filhos aprendem a manifestar os próprios sentimentos. Assim sendo, é natural que filhos de pais depressivos sejam mais tristes; filhos de pais que brigam muito sejam também brigões; e, claro, pais alegres e resolvidos emocionalmente, seus filhos também o serão. Portanto, é hora de percebermos que somos também responsáveis pela forma como os nossos filhos lidam com as suas emoções.
Infelizmente, todos temos uma tendência a reprimir as emoções de nossos filhos. Raros são os pais que ajudam os filhos a conhecer a energia de suas emoções. Como pais excessivamente rigorosos poderão entender os filhos que desabam em choro quando algo os desestabiliza emocionalmente? Pois é, as crianças necessitam de compartilhar o seu afeto, as suas alegrias e suas tristezas. Mas, para tanto, temos também que aprender a lidar com as nossas próprias emoções. Precisamos disso e com urgência. Precisamos de nos permitir, para que possamos permitir aos nossos filhos a liberdade natural de suas manifestações emocionais. Deixe-os chorar, gritar e manifestar raiva, ciúme e frustração. Não podem se machucar ou machucar os outros, mas podem desabafar. Depois deste “surto”, dê colo, amor e diálogo. Bater nunca é preciso, quando a crise advém do campo emocional.
Compartilhe as emoções. Sinta-se à vontade diante de seus filhos para expressar sentimentos. Se tiver que chorar, chore, e explique por que está chorando. Se tiver um momento de ira, explique a razão. Declare-se aos filhos e ao companheiro (a) diante de todos e sinta como é gostoso deixar fluir as emoções. Seja alegre ou demonstre tristeza, mas, acima de tudo compartilhe tudo isso com os seus familiares. Guardar sentimentos nos causa angústia e até somatização. Além disso, não estamos ensinando aos nossos filhos que é bom manifestar as nossas emoções. Pense nisso, viva isso e verá o quanto é maravilhoso sentir as emoções.