As emoções são energias da vida. Saber lidar com elas é
fundamental para sermos completos e felizes. As gerações de filhos do passado
sempre tiveram suas emoções “controladas” pelo rigor e pela severidade da
educação dos pais. Eu mesmo fui criado ouvindo de meu pai frases do tipo: “Homem
que é homem, não chora.” e “Faça como eu, que sou durão”.
É com os pais que os filhos aprendem a manifestar os
próprios sentimentos. Assim sendo, é natural que filhos de pais depressivos sejam
mais tristes; filhos de pais que brigam muito sejam também brigões; e, claro,
pais alegres e resolvidos emocionalmente, seus filhos também o serão. Portanto,
é hora de percebermos que somos também responsáveis pela forma como os nossos
filhos lidam com as suas emoções.
Infelizmente, todos temos uma tendência a reprimir as
emoções de nossos filhos. Raros são os pais que ajudam os filhos a conhecer a
energia de suas emoções. Como pais excessivamente rigorosos poderão entender os
filhos que desabam em choro quando algo os desestabiliza emocionalmente? Pois
é, as crianças necessitam de compartilhar o seu afeto, as suas alegrias e suas
tristezas. Mas, para tanto, temos também que aprender a lidar com as nossas
próprias emoções. Precisamos disso e com urgência. Precisamos de nos permitir,
para que possamos permitir aos nossos filhos a liberdade natural de suas
manifestações emocionais. Deixe-os chorar, gritar e manifestar raiva, ciúme e
frustração. Não podem se machucar ou machucar os outros, mas podem desabafar.
Depois deste “surto”, dê colo, amor e diálogo. Bater nunca é preciso, quando a
crise advém do campo emocional.
Compartilhe as emoções. Sinta-se à vontade diante de
seus filhos para expressar sentimentos. Se tiver que chorar, chore, e explique
por que está chorando. Se tiver um momento de ira, explique a razão. Declare-se
aos filhos e ao companheiro (a) diante de todos e sinta como é gostoso deixar
fluir as emoções. Seja alegre ou demonstre tristeza, mas, acima de tudo
compartilhe tudo isso com os seus familiares. Guardar sentimentos nos causa
angústia e até somatização. Além disso, não estamos ensinando aos nossos filhos
que é bom manifestar as nossas emoções. Pense nisso, viva isso e verá o quanto
é maravilhoso sentir as emoções.
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