terça-feira, 3 de junho de 2014

Quando as crianças brigam na Escola


Brigas na escola é um assunto importante para colocarmos em pauta, pois comumente atinge também os pais em casa. Como lidar com isso? É preciso orientar as crianças para o diálogo, e a Escola faz exatamente isso. É preciso que a Família siga as orientações da Escola, pois, embora isso possa ser difícil aceitar, é esperado haver um certo “estranhamento” entre os alunos das séries iniciais.  O que temos na escola são crianças estudando não só os conteúdos curriculares, mas aprendendo a conviver, a dividir, a aceitar e, principalmente, a não ser o centro de tudo. As brigas podem, também, estar sinalizando que há algo de errado e temos que estar atentos.
É nosso papel agir se houver um possível  comportamento inadequado de alguns pais querendo fazer  interferência nos conflitos que ocorrem entre seus filhos e  colegas,  quando isso acontece na escola. Essa situação é tratada de forma pedagógica e, para isso, dispomos de um Serviço de Orientação Educacional, composto por educadores com formação especializada para, de forma correta, fazer a gestão desses problemas. No ambiente escolar, só cabe à Escola a gestão dos conflitos, pois esse é o nosso trabalho e, por isso, estamos sempre empenhados em resolver a crise, sem que pais interfiram. Quando essa interferência familiar acontece, e ainda bem que é raro, todos nós corremos o risco de se criar um problema difícil de ser gerido.
Como educador, defendo que a Escola deve sempre adotar a orientação de que, havendo brigas entre as crianças, os pais devem dialogar, incentivando a criança a expressar o seu ponto de vista e ajudando-a a compreender as causas que desencadearam o conflito, com o cuidado de avaliar o grau de sua responsabilidade no ocorrido. Ensinar a criança a descontar não ajuda: a família estará, assim, banalizando um ato incorreto e incitando outra manifestação incorreta. O melhor é sempre procurar a Escola e expor o problema, para que juntos, Escola e Família, possamos encontrar um caminho para a reconstrução de imagens partidas.
Mas de quem é a culpa? Não há culpados quando uma criança se envolve em uma discussão ou conflito. Os pais não devem culpar os professores. A escola é um ambiente de interação social e como tal coloca os estudantes em situações cotidianas que são diferentes das que acontecem em casa. Por isso, diante de uma situação dessas, os pais devem compor com a escola atitudes de acompanhamento e controle do comportamento das crianças envolvidas. É claro que não queremos que nossos filhos apanhem na escola! E também não queremos que batam! Mas é preciso saber que o temperamento humano é sujeito e sensível a fatores diversos: problemas em casa, birra por ter recebido um não, egocentrismo etc. O emocional da criança e do adolescente não é maduro. Eles não estão preparados para absorverem determinadas situações, por isso se irritam. E sabem como mostram essa irritação? Muitas vezes batendo, outras chorando, outras destruindo o brinquedo dos colegas ou algo assim. A “fúria” na infância ou juventude tem muito a ver com as suas experiências emocionais. Com o tempo, tudo tende a se ajustar, e a orientação da Escola certamente ajuda a fazer isso acontecer, mas às vezes é preciso buscar ajuda profissional, para que essa acomodação aconteça com mais facilidade.

Esse é o mundo da escola: um mundo de pessoas em formação, uma oficina de caráter e de modelagem de gente. Essa é a nossa missão. Ensinar só por ensinar, a internet faz isso muito bem. À Escola, à nossa Escola, sempre caberá o desafio de ensinar, a cada novo dia, os nossos alunos a serem pessoas melhores também. 


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