Brigas na escola é um assunto
importante para colocarmos em pauta, pois comumente atinge também os pais em
casa. Como lidar com isso? É preciso orientar as crianças para o diálogo, e a Escola
faz exatamente isso. É preciso que a Família siga as orientações da Escola,
pois, embora isso possa ser difícil aceitar, é esperado haver um certo “estranhamento”
entre os alunos das séries iniciais. O
que temos na escola são crianças estudando não só os conteúdos curriculares,
mas aprendendo a conviver, a dividir, a aceitar e, principalmente, a não ser o
centro de tudo. As brigas podem, também, estar sinalizando que há algo de
errado e temos que estar atentos.
É nosso papel agir se houver um
possível comportamento inadequado de
alguns pais querendo fazer interferência
nos conflitos que ocorrem entre seus filhos e
colegas, quando isso acontece na
escola. Essa situação é tratada de forma pedagógica e, para isso, dispomos de
um Serviço de Orientação Educacional, composto por educadores com formação
especializada para, de forma correta, fazer a gestão desses problemas. No
ambiente escolar, só cabe à Escola a gestão dos conflitos, pois esse é o nosso
trabalho e, por isso, estamos sempre empenhados em resolver a crise, sem que pais
interfiram. Quando essa interferência familiar acontece, e ainda bem que é
raro, todos nós corremos o risco de se criar um problema difícil de ser gerido.
Como educador, defendo que a Escola
deve sempre adotar a orientação de que, havendo brigas entre as crianças, os
pais devem dialogar, incentivando a criança a expressar o seu ponto de vista e ajudando-a
a compreender as causas que desencadearam o conflito, com o cuidado de avaliar
o grau de sua responsabilidade no ocorrido. Ensinar a criança a descontar não
ajuda: a família estará, assim, banalizando um ato incorreto e incitando outra
manifestação incorreta. O melhor é sempre procurar a Escola e expor o problema,
para que juntos, Escola e Família, possamos encontrar um caminho para a
reconstrução de imagens partidas.
Mas de quem é a culpa? Não há
culpados quando uma criança se envolve em uma discussão ou conflito. Os pais
não devem culpar os professores. A escola é um ambiente de interação social e
como tal coloca os estudantes em situações cotidianas que são diferentes das
que acontecem em casa. Por isso, diante de uma situação dessas, os pais devem
compor com a escola atitudes de acompanhamento e controle do comportamento das
crianças envolvidas. É claro que não queremos que nossos filhos apanhem na
escola! E também não queremos que batam! Mas é preciso saber que o temperamento
humano é sujeito e sensível a fatores diversos: problemas em casa, birra por
ter recebido um não, egocentrismo etc. O emocional da criança e do adolescente não
é maduro. Eles não estão preparados para absorverem determinadas situações, por
isso se irritam. E sabem como mostram essa irritação? Muitas vezes batendo,
outras chorando, outras destruindo o brinquedo dos colegas ou algo assim. A “fúria”
na infância ou juventude tem muito a ver com as suas experiências emocionais. Com
o tempo, tudo tende a se ajustar, e a orientação da Escola certamente ajuda a fazer
isso acontecer, mas às vezes é preciso buscar ajuda profissional, para que essa
acomodação aconteça com mais facilidade.
Esse é o mundo da escola: um mundo
de pessoas em formação, uma oficina de caráter e
de modelagem de gente. Essa é a nossa missão. Ensinar só por ensinar, a
internet faz isso muito bem. À Escola, à nossa Escola, sempre caberá o desafio
de ensinar, a cada novo dia, os nossos alunos a serem pessoas melhores também.
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