sexta-feira, 14 de agosto de 2015

O padrão mental: como “fabricar” filhos equilibrados emocionalmente?



Filhos equilibrados emocionalmente e felizes na vida, tenho certeza absoluta, é o desejo de todos nós, pais. Mas, na ânsia por fazermos certo, muitas vezes somos atrapalhados por algum desajuste emocional nosso. O que estou tentando dizer é que causamos efeitos para toda vida de nossos filhos quando somos emocionalmente ineptos. Muitas vezes nosso comportamento emocional pouco equilibrado irá imprimir em nossos filhos um modelo, um padrão mental e emocional de ser. O modo de vida que temos em família acaba sendo a aprendizagem de desequilíbrio emocional de nossos filhos.
Jovens ou adultos que apresentam estresse em seus relacionamentos sociais certamente estão reproduzindo um padrão assimilado de seu pai ou de sua mãe. Pesquisas realizadas em Nova York por Daniel Goleman apontam que pais muito rigorosos na disciplina de seus filhos foram da mesma forma tratados por seus pais. A transferência é fato, e a reprodução desse padrão mental persiste em gerações. Isso se nada fizermos para mudar, é claro!
Exemplos vividos são passados de pais para filhos e, por isso mesmo, precisamos estar atentos. Muitas vezes, o modelo, o padrão mental estabelecido em nossa relação familiar pode estar reproduzindo crianças com as mesmas “fissuras emocionais” que nós temos. Assim, vamos nos conhecer um pouco mais para que possamos identificar o padrão mental em que estamos sintonizados. Pode ser que estejamos tão absorvidos em nossa vida, em nossa rotina, que em momento algum nos questionamos sobre nossos atos e a forma como emocionalmente nos relacionamos com os nossos filhos.
Eu precisei mudar o meu padrão mental, para atingir melhor qualidade no relacionamento emocional com os meus filhos. Como “filho de peixe, peixinho é”, reproduzia o mesmo padrão mental e de relacionamento de meu pai, ao lidar com os meus filhos, principalmente com o mais velho. Estava equivocado. Precisei de um bom tempo para acertar isso. Para tanto, foi necessária uma reflexão interna e uma revisão nas coisas do meu eu. Nada fácil, mas consegui.
Assim, o que tenho que compartilhar com você é isto: para reavaliarmos o relacionamento que temos com os nossos filhos, é preciso, primeiro revermos internamente o nosso relacionamento com os nossos pais. É fundamental sabermos como anda o nosso relacionamento emocional com os nossos filhos e como esse relacionamento está impactando na vida deles. O resgate do passado e a mudança do padrão mental é essencial. Além disso, é preciso oportunizar aos nossos filhos uma aprendizagem emocional. Para tanto, precisamos estar atentos aos indícios de raiva, medo, impaciência, agressividade e somatização, aos indicativos de que algo anda desequilibrado. É necessária também uma revisão interior sobre a forma como estamos nos dirigindo aos nossos filhos. Precisamos estar atentos. Há estudos que constatam que a negligência, pura e simples, pode ser mais prejudicial que os maus-tratos diretos. Por esse estudo, crianças negligenciadas no amor e na atenção são as que apresentaram o pior desempenho na escola e nas relações interpessoais. São mais ansiosas, desatentas e apáticas, alternando agressividade com retraimento.
A primeira oportunidade para moldar os ingredientes da inteligência emocional é nos primeiros anos de vida, embora essas aptidões continuem na formação permanente do ser humano. Elas devem crescer com autoconfiança, interessadas e sabendo qual o comportamento que devem ter diante de uma situação que envolve o emocional. Também devem saber como frear o impulso de se comportar mal; precisam ser capazes de aguardar a sua vez, seguir orientações e de procurar ajuda quando necessário. É necessário que tenham competência para expressar as suas necessidades e que não tenham medo de desafiar. Com essas habilidades, nossos filhos serão crianças felizes e adultos realizados. Não é nada tão difícil assim, depende de nós!


Bibliografia: Daniel Goleman. Inteligência emocional –
A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente. Ed. Objetiva, 2007.


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