Segundo
alguns especialistas contemporâneos, os cérebros das crianças e adolescentes de
hoje em dia, estimulados que são por toda “tecnologia internética”, são mais
rápidos do que os cérebros das crianças e dos adolescentes do passado. Os estímulos provocados pelos jogos
eletrônicos, a exposição midiática e toda evolução tecnológica dos dispositivos
disponíveis no mercado provocaram uma aceleração das atividades cerebrais. Neste
mundo tecnológico, crianças e adolescentes convivem com personagens
maravilhosos, belos, fortes, corajosos e sensacionais que são capazes de
ofuscar a imagem de pais e educadores. A exposição midiática e os jogos
eletrônicos têm sido tão grande, que é comum crianças e adolescentes
apresentarem algum tipo de distúrbio emocional ou comportamental. A
neurociência chega a afirmar que a ansiedade gerada, provoca uma certa
dependência, levando a necessidade de buscar novos estímulos.
Assim,
como a escola e mesmo a família vai perdendo espaço para o mundo dos jogos e da
mídia, fica claro entendermos o tamanho do abismo que vai se formado e claro o
desinteresse por esses ambientes. Essa tem sido uma realidade, principalmente
em crianças e adolescentes, que não são disciplinados no uso de seus
dispositivos. Famílias, com dificuldades de dizer não aos filhos, têm deixado
eles horas e horas expostos aos encantos dessa tecnologia. Qual o problema
disso? Sequelas enormes, principalmente nas relações interpessoais e na
valorização dos pais e professores. Para eles, nós nos tornamos
desestimulantes, cansativos e repetitivos. Ultrapassados e lentos. Estamos
assim sem cor, sem termos a linguagem deles. Isso é um enorme problema.
Claro
que o contexto é complexo e polêmico, mas nem tudo está perdido. Precisamos
tomar a frente, conhecer as linguagens modernas, melhorar a comunicação e o
relacionamento com as nossas crianças e adolescentes e valorizar os momentos
com eles. Precisamos tomar consciência de que os avanços são importantes para
nós e que não dá para fugir da evolução. A própria escola tem ido ao encontro
de novas linguagens de comunicação com os alunos. Temos procurado estar mais próximos
das novas tecnologias, incorporando-as ao nosso projeto pedagógico. Mas, mais
do que isso, estamos atentos às múltiplas linguagens de expressão de cada um,
visto que elas estão conectadas com o mundo contemporâneo em que vivem as
nossas crianças. Por isso, convido-os à quebra de paradigmas. Precisamos estar
conectados ao novo tempo. Tudo muda e vem mudando. Precisamos estar abertos a
isso ou perdermo-nos com a ilusão de que os valores do passado eram melhores. Cada
tempo tem os seus valores e os nossos valores serviram para a nossa geração.
Precisamos
nos atualizar como pais e educadores. O abismo não pode ser tão grande. Estamos
certos da necessidade de um novo modelo de educação que já vem nascendo com
força. Precisamos saber que os nossos filhos necessitam de ambientes que
garantam o desenvolvimento de suas múltiplas inteligências e para tanto se faz
necessário uma nova forma de comunicação. Isso, em casa e na escola. Esses
cérebros agitados necessitam de novos modelos e, até para receber o nosso não,
precisamos ter maneiras contemporâneas de comunicação. Os estímulos, o diálogo franco
e a proximidade que garantem um conforto emocional, são fundamentais para o
nosso sucesso. Embora modernos e ágeis, são crianças e jovens que necessitam estar
acolhidos emocionalmente e seguros em sua caminhada. Essa segurança e essa
acolhida encontramos no seio da família e nas trocas que acontecem na escola.
Contudo, é na família que o amor irá ser a ferramenta mais importante na
formação de nossas crianças e jovens. Portanto, temos aí os papéis da Escola e
também da Família. Absolutamente em momento algum podemos inverter esses
papéis. Igualmente é necessário supervisionar os filhos, exigindo que cumprem
as suas obrigações escolares. É importante que saibam sempre que estudar é
fundamental para as suas vidas e que o conhecimento transforma as pessoas.
Muito importante essa consciência. Vale também ressaltar que, se faz importante
dar autonomia aos filhos para que possam se expressar, lerem o mundo e por ele
serem lidos. Superproteção não tem sido hoje o melhor caminho para que as
nossas crianças possam se desenvolver de maneira saudável e confiante.
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