quinta-feira, 17 de maio de 2012

Somos o lado maduro na relação com nossos filhos e alunos.



As crianças e mesmo os pré-adolescentes, essa moçada de 11 e 12 anos, têm muita dificuldade em dominar suas emoções. Os sentimentos são muito fortes, e o tempo todo estamos presenciando “destempero” emocional entre irmãos e amigos destas faixas etárias: crianças de 03 a 10 anos e pré adolescentes de 11 e 12 anos.
Há mesmo uma falta de maturidade emocional. Depende de cada criança, mas o que temos aqui varia de choro a agressividade. Bater, empurrar, morder, xingar... Isso tem sido cada vez mais normal esse descontrole.
Em sua teoria psicanalítica, Freud explica que o homem, ao nascer, tem em sua estrutura emocional apenas o “ID”, composto basicamente de instintos. Isso explica o fato de os bebês se manifestarem no choro e na birra. Com o tempo, o ser humano desenvolve o “EGO”, que é o eu, fase mais madura do aparelho psiquiátrico, sinal de crescimento e, claro, do amadurecimento. Aqui, o ser humano já consegue resistir às frustrações, e conquista a capacidade de se fortalecer, pois o “EGO” é uma defesa do homem que se faz mais tolerante e compreensivo.
Conhecer a forma como nossos filhos crescem e amadurecem as suas emoções é fantástico, ficamos mais calmos e compreensivos diante das situações diárias, mas isso não pode ser motivo para não educarmos nossas crianças. Elas necessitam de orientação sempre para que possam se socializar, e principalmente, saber conviver com seus pares, com maturidade necessária para saber lidar com os problemas, com as situações postas a elas na escola ou mesmo em casa com os irmãos, com os amigos e no prédio ou condomínio.
Também não devemos negligenciar, aceitando que a criança nessa fase nos bata, chute, cuspa e nos dê as costas, quando estamos orientando ou disciplinando. Eles podem ter emoções ainda não dominadas, mas sabem quando estão errados e conseguem entender os limites, quando isso lhes é colocado.
Alguns pais permitem que seus filhos lhes batam, achando que são pequenos e que quando crescerem não mais o farão. Cuidado! Compreender é uma coisa; permitir é algo bem diferente. Não devemos também bater no filho, quando ele nos bate. O que se aconselha é não permitir que a situação chegue a esse ponto. Vamos segurar a mão da criança e deixar claro que você não gostou da atitude dela. O mesmo se faz com os maiores. Não aceite que batam a porta ou retruquem as suas palavras. Tenha segurança na relação e deixe claro sempre que você é que está no comando. Para isso, não precisa mostrar nervosismo, vamos lembrar sempre que o nosso “EGO” é bem maduro.
Na escola, não é diferente. Nós, educadores, estamos preparados emocionalmente e tecnicamente para lidarmos com situações-problemas que acontecem no cenário pedagógico. Sabemos que a disciplina e o senso de autoridade devem ser trabalhados. Os educadores, no exercício de seu magistério, são conscientes de seu papel, e as crianças sabem disso. A clareza do papel do educador nos permite lidar com muitas crianças no mesmo espaço e, claro, com muitos “EGOS” diferentes. Com base em nossa vivência, digo a vocês: podemos sim, desde bem cedo, orientar as nossas crianças, para que, educadas, possam viver felizes em casa e na sociedade.
Na verdade estou retornando a uma fala recorrente em meus discursos: nós somos o lado maduro na relação com as nossas crianças. Portanto, precisamos mesmo é de “dominar” essa relação, sempre com muito afeto e respeito. Sejam firmes, eduquem as crianças e saibam que isso será bom para todos.
  

Fonte: ZAGURY, Tania. Educar Sem Culpa 17ª edição. Ed. Record. 2001. São Paulo.

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