Para educarmos bem os nossos filhos, necessitamos de pensar com clareza, principalmente se nossos filhos são “crianças difíceis”. E se forem precisaremos mesmo de saber lidar com cada um. No relacionamento com crianças e adolescentes, o que de imediato temos que fazer é deixar de lado o pensamento negativo e, principalmente, o preconceito em relação à postura deles. Pensamentos negativos em destrutivos em relação aos nossos filhos nos levam a um alto nível de aborrecimento e o nosso corpo imediatamente denuncia isso. Ficamos literalmente alterados. Sentimos isso na expressão de nossa face, no ritmo cardíaco acelerado, na sudorese etc. Tudo isso acontece por “ordem” de nosso cérebro na liberação de substâncias químicas. Por isso, devemos afastar os pensamentos negativos. Nada de achar que nossos filhos estão contra nós, ou que só fazem o que fazem para nos contrariar. Cuidado com essa visão negativa, pois ela influencia, e muito, na forma com iremos educar nossas crianças.
Na educação de nossos filhos, é necessário não só aceitar o que vem à nossa mente, mas reconhecer esses pensamentos e até mesmo corrigi-los. Pensamentos negativos podem tomar conta de nosso cérebro e nos fazer acreditar que a visão que estamos tendo sobre algo é verdade, mesmo sendo pura distorção. Por isso mesmo, necessitamos de muito cuidado e atenção para nossa primeira impressão de situações na lida com os nossos filhos. É muito comum, embalados pelos pensamentos negativos, distorcemos as situações, fazendo com que um problema seja na verdade muito pior do que realmente é. Dessa forma, o problema aumenta de tamanho ou instala-se onde na verdade não exista um.
Para que possamos evitar que o pensamento negativo nos domine, temos que evitar alguns comportamentos.
- Generalização: Você toma um fato e acha que irá se repetir. Você acha que seu filho (a) está sempre pronto a enfrentá-lo ou desacreditá-lo (a), que não obedece nunca. Aí complica, porque fazemos uma “abordagem defensiva” e bloquemos o diálogo com a criança ou adolescente.
- Previsão do futuro: é a capacidade que temos de prever que tudo vai dar errado. Por exemplo, quando prevemos que o filho(a) não nos dará ouvido. Acontece também com aquela prevenção de que o filho (a) irá criar problemas em algum lugar para onde estão programando ir. Ora, isso faz com que você já se irrite antes mesmo que algo aconteça.
- Leitura da mente: imagina-se que consegue ler o que o filho(a) está pensando e geralmente acha que ele(a) está pensando algo que seja contrário a sua orientação. Ta vendo só como a gente se arma?
- Rotulação: são os rótulos negativos que colocamos em nossos filhos. Quando chama uma filho de malcriado ou bobo, acabamos inibindo em nós mesmos a capacidade de vermos algo diferente em nossos filhos.
O primeiro passo para mudarmos esse padrão de pensamento é identificarmos a maneira como pensar. Treine para reconhecer os pensamentos negativos e principalmente para saber aboná-los. Eu tenho feito muito esse exercício e, confesso, muitas vezes erro na lida com os meus filhos. Por isso mesmo que compartilho com vocês mais essa reflexão, para que, juntos compartilhemos experiências e busquemos caminhos. Na educação de nossos filhos, estamos sujeitos a erros e a acertos. É assim mesmo. O que temos que fazer é procurar novas formas de lidar com as crianças.
Se achar que precisa aprofundar mais o tema, leia o livro: O Manual de instruções que deveria vir com seu filho, o autor é o Dr. Daniel G. Amen, neurocientita e psiquiatra infantil e diretor da The Amen Clinic, em Fairfield, Califórnia, EUA. Ele é autor de vários livros que me ajudam, como pai e educador, no entendimento de nossas crianças e adolescentes.
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