sexta-feira, 16 de maio de 2014

O outro é a possibilidade de você ser


Nascemos seres humanos, mas a nossa humanidade vai se revelando no relacionamento diário que temos com outras pessoas. Assim, se é nos relacionamentos que moldamos a nossa condição humana de ser, o outro, nessa relação, é certamente a possibilidade que se abre para que seja possível sermos, nos realizarmos, nos firmarmos, nos fazermos. Dessa forma, a minha realização como ser humano depende do outro, que está em minha frente. Reconhecer o ser humano que está diante de mim, respeitá-lo e ser gentil, isso é essencial, pois me possibilitará reconhecer o que de humano há em mim. Devemos compartilhar essa reflexão com os nossos filhos. Escola nenhuma no mundo conseguirá desempenhar esse papel.
Ora, se eu vejo a importância do ser humano com quem me relaciono, apenas porque esse alguém só serve para cumprir uma função, o meu valor como humano será também funcional. Significa dizer que só me verei como alguém capaz de exercer uma funcionalidade. E isso me faria parecer uma máquina, desprovida de emoção. Mas somos muito mais do que isso, não é verdade? E, por isso, ensinamos aos nossos filhos que somos mais do que isso, não é mesmo?
Todo esse pensamento me faz convidá-los a dar um mergulho na seguinte reflexão: é preciso, já, revermos nossa forma de lidar com o outro, pois o que fazemos a ele é reflexo do que somos de humano. Pare e pense: Como você age com as diferentes pessoas com quem convive nas lojas, na Escola, nos restaurantes, em casa, no trânsito etc? Como está ensinando seus filhos a se relacionar  com essas diferentes pessoas?
Se não ensinamos as nossas crianças a ver no outro o mesmo sentido de vida que sopra em nós, certamente não estamos valorizando o sopro da humanidade que todos nós temos em nós, em nossa existência. Quero dizer a você que o eu do outro, por mais distante que lhe possa parecer, tem reflexos em seu eu e, certamente, reflete o seu eu também. Na sociedade, a condição humana de ser é única. Não vale aqui pensar em classe social, status e nível cultural. Vale a pena pensar no outro como porção humana, ser na essência do existir com o sopro de seus desejos e frustrações. Falamos de um outro ser humano e, por isso, estamos falando do outro que reflete a essência que você, que nós temos. Por isso mesmo, nunca esqueci a lição de um “poeta andarilho” do Rio de Janeiro: “Gentileza, gera gentileza”.
Se o bem gera o bem, o mal gera o mal, o desprezo gera também o desprezo e assim por diante, então, se ensinarmos nossos filhos a respeitarem  e serem gentis com os outros, estamos oferecendo a eles o “espelho”, o reflexo deste comportamento. Isso começa na Escola, no condomínio e nos ambientes onde convive.
Então, conserve bons valores, ensine os seus filhos a respeitarem os outros. O mundo necessita de pessoas mais humanas. Não tenha medo de expor as suas sutilezas e lembremos sempre que o mundo gira em torno de todos. Caso você venha achar que seu filho precisa mudar muito em relação ao que estou pontuando, lembre-se de que a chave para mudar a atitude de seu filho é mudar a sua própria atitude. Vamos, então, praticar cortesia, pois com o exemplo ensinamos os nossos filhos. Boas maneiras levarão nossos filhos mais longe na vida.
Nosso desafio é criar filhos com perspectivas positivas, transformá-los não só em “agentes do bem”, mas também em pessoas que irão colher o bem. Caso aconteça algo, que frustre essa lógica, devemos pensar que a caminhada é longa, e não  é por termos tropeçado  em uma pedra que devemos buscar outro caminho. Simples? Não! Mas quando foi que eu disse que formar pessoas era tarefa fácil?

Nenhum comentário:

Postar um comentário