Nascemos seres humanos, mas a nossa
humanidade vai se revelando no relacionamento diário que temos com outras pessoas.
Assim, se é nos relacionamentos que moldamos a nossa condição humana de ser, o
outro, nessa relação, é certamente a possibilidade que se abre para que seja
possível sermos, nos realizarmos, nos firmarmos, nos fazermos. Dessa forma, a
minha realização como ser humano depende do outro, que está em minha frente. Reconhecer
o ser humano que está diante de mim, respeitá-lo e ser gentil, isso é essencial,
pois me possibilitará reconhecer o que de humano há em mim. Devemos
compartilhar essa reflexão com os nossos filhos. Escola nenhuma no mundo
conseguirá desempenhar esse papel.
Ora, se eu vejo a importância do ser humano
com quem me relaciono, apenas porque esse alguém só serve para cumprir uma função,
o meu valor como humano será também funcional. Significa dizer que só me verei
como alguém capaz de exercer uma funcionalidade. E isso me faria parecer uma
máquina, desprovida de emoção. Mas somos muito mais do que isso, não é verdade?
E, por isso, ensinamos aos nossos filhos que somos mais do que isso, não é
mesmo?
Todo esse pensamento me faz convidá-los a
dar um mergulho na seguinte reflexão: é preciso, já, revermos nossa forma de
lidar com o outro, pois o que fazemos a ele é reflexo do que somos de humano. Pare
e pense: Como você age com as diferentes pessoas com quem convive nas lojas, na
Escola, nos restaurantes, em casa, no trânsito etc? Como está ensinando seus
filhos a se relacionar com essas diferentes pessoas?
Se não ensinamos as nossas crianças a ver no
outro o mesmo sentido de vida que sopra em nós, certamente não estamos
valorizando o sopro da humanidade que todos nós temos em nós, em nossa
existência. Quero dizer a você que o eu do outro, por mais distante que lhe
possa parecer, tem reflexos em seu eu e, certamente, reflete o seu eu também.
Na sociedade, a condição humana de ser é única. Não vale aqui pensar em classe
social, status e nível cultural. Vale a pena pensar no outro como porção
humana, ser na essência do existir com o sopro de seus desejos e frustrações.
Falamos de um outro ser humano e, por isso, estamos falando do outro que
reflete a essência que você, que nós temos. Por isso mesmo, nunca esqueci a
lição de um “poeta andarilho” do Rio de Janeiro: “Gentileza, gera gentileza”.
Se o bem gera o bem, o mal gera o mal, o
desprezo gera também o desprezo e assim por diante, então, se ensinarmos nossos
filhos a respeitarem e serem gentis com
os outros, estamos oferecendo a eles o “espelho”, o reflexo deste
comportamento. Isso começa na Escola, no condomínio e nos ambientes onde
convive.
Então, conserve bons valores, ensine os seus
filhos a respeitarem os outros. O mundo necessita de pessoas mais humanas. Não
tenha medo de expor as suas sutilezas e lembremos sempre que o mundo gira em
torno de todos. Caso você venha achar que seu filho precisa mudar muito em
relação ao que estou pontuando, lembre-se de que a chave para mudar a atitude
de seu filho é mudar a sua própria atitude. Vamos, então, praticar cortesia,
pois com o exemplo ensinamos os nossos filhos. Boas maneiras levarão nossos
filhos mais longe na vida.
Nosso desafio é criar filhos com
perspectivas positivas, transformá-los não só em “agentes do bem”, mas também
em pessoas que irão colher o bem. Caso aconteça algo, que frustre essa lógica, devemos
pensar que a caminhada é longa, e não é
por termos tropeçado em uma pedra que
devemos buscar outro caminho. Simples? Não! Mas quando foi que eu disse que
formar pessoas era tarefa fácil?
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