Recentemente, aproveitei uma folga para colocar a
minha leitura em dia. Tenho procurado aprender mais sobre as pessoas e como
posso entende-las para melhor poder atuar na Educação. Terminei um livro que
havia começado a algum tempo. Retomei alguns capítulos e finalmente terminei de
ler a obra. Trata-se do livro Decifrar Pessoas – Como entender e prever o comportamento humano, de Jo-Ellan
Dimitrius e Mark Mazzarella, editora Alegro. O livro todo é muito interessante
e bastante útil, mas, me chamou muito a atenção o capítulo onde os autores
trataram das crianças. Tão interessante foi, que tomei a liberdade de
compartilhar um pouco do que aprendi com você. A ideia aqui, é ajuda-lo no
sentido de conhecer um pouco mais as suas crianças, a partir de uma interação
mais refinada e assim ser mais fácil a compreensão do mundo deles.
Todos sabemos que as crianças chamam a atenção a
seu próprio modo. Algumas pessoas têm muita facilidade com elas, enquanto
outras, mesmo que sejam pais ou parentes mais próximos, encontram muitas
dificuldades em se comunicar com elas. A interação com as crianças, a forma
adequada de fazer essa interação, é o que pode definir o comportamento das
mesmas, bem como ser a ferramenta que nos dará uma maior compreensão do mundo
de nossos filhos. Na maioria das vezes, saber lidar com as crianças, é um traço
não genético, mas uma habilidade adquirida. Portanto, precisamos conhecer
melhor os nossos filhos, para que possamos então garantirmos uma interação
saudável. O primeiro erro nosso, é acreditar que o comportamento de nossos
filhos, é inerente a um traço de personalidade imutável. Não é verdade. Podemos
sim mudar o outro. A educação é isso: moldar, acomodar, inserir e tornar o
outro socialmente aceito. Se acharmos que está tudo bem com o comportamento de
nossos filhos porque herdaram isso de alguém da família, é admitir que não há o
que se fazer. Aí sim, é que a situação foge ao nosso controle. Por isso, tenho
dito que somente conhecendo mesmo as nossas crianças em casa e na escola, é que
poderemos ter o controle de situações e o domínio saudável de uma relação, onde
a criança busca segurança e confiança.
Crianças manhosas, dramáticas e manipuladoras em
casa, serão assim também na escola, no condomínio em um encontro de família,
igreja e onde mais ela conviver. Se deixarmos ela fazer tudo em casa, estamos
também dando a ela um salvo conduto para que façam em outros ambientes o que
acham que podem fazer. Olhe o problema... em outros ambientes, as regras
sociais e de convívio obviamente são outras e, claro, estamos sujeitos a
respeitá-las. A perfeita interação de nossos filhos no mundo em que vivem,
depende da forma como, em casa, nós colocamos as regras. Afinal, a família é
uma instituição educadora e, é sim a primeira escola de nossos filhos fundamental
para a formação de cada um! Como se diz: “ educamos para o mundo” e o mundo não
é nosso lar. Por isso vai a regra: disciplinar em casa, é ensinar para o mundo.
Nós, pais, precisamos dessa sensibilidade. Precisamos de inserir os nossos
filhos em nossos jantares, de forma a aprenderem a se comportar diante dos
convidados, respeitando as regras sociais e comportamentais. Precisamos de
levar os nossos filhos em nossas viagens e festas, ensinando-os a terem uma
conduta de acordo com o que cada ambiente e evento exige de cada um de nós.
Precisamos inserir os nossos filhos em uma reunião de família, onde se está
discutindo o orçamento doméstico, pois precisam saber como deverão conter os
desejos de consumo para não ficarem exigindo o que não estamos podendo dar.
Tudo isso é uma maneira de conhecermos mais os nossos filhos e também deixá-los
com parcelas de responsabilidade. Essa ação educativa, não só nos ajuda a
decifrar os nossos filhos, mas de maneira positiva, inseri-los na realidade em
que vivem. Cientes e convencidos, passam a fazer uma leitura diferente da vida,
de seus desejos e de suas responsabilidades. Que maravilha! Fácil? Não, nada
fácil. Formar pessoas é sem dúvidas o maior desafio da família e da escola.
Tentamos acertar sempre, aprendendo com os erros e equilibrando as ações. O que
não podemos fazer, é deixar para lá, esperando que o tempo dê jeito. Não resolve
e pode até piorar. O que resolve é o cuidado, a atenção e os esforços conjuntos
da família e da escola. Estamos juntos!
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