No
mercado brasileiro de impressão de livros, já não existe mais um temor em
relação à produção de livros digitais. Dessa forma, há hoje o entendimento de
que a leitura digital não leva grande parte dos leitores de livros impressos,
como aconteceu com o mercado da música. O que evidencia esse fato são os sinais
de estagnação que a venda de livros digitais já nos mostra nos EUA e na Europa.
Nos
primeiros nove meses de 2015 e início de 2016, as vendas de e-book (livros
eletrônicos que podem ser lidos em e-readers, tablets, PCs ou Smartphones)
caíram cerca de 11%. No Brasil, embora o SNEL (Sindicato Nacional dos Editores
de Livros), não apresente dados oficiais sobre a venda de livros digitais,
temos registro que, de fato, nunca houve um crescimento exponencial dessa
modalidade. A Amazon, site de multimídias, que domina esse mercado, não revela
números, mas se pode dizer que vivemos uma estagnação aqui também mesmo diante
desse cenário, os livros impressos estão mostrando uma resiliência e
sobrevivendo a onda de digitalização de textos.
Concomitante
a isso, a gigante editorial Hachette registra que a queda de consumo de e-books
caiu na mesma proporção que aumentou a produção de livros impressos nos últimos
2 anos nos EUA. Hoje estima-se que, nos EUA, o patamar do livro digital seja
entre 20% a 25% DO MERCADO EDITORIAL e, no Brasil, seja na ordem de 3% a 5% e
já consolidado, ou seja, é basicamente a fatia de mercado com atração para essa
plataforma de leitura. Todavia, vale destacar aqui, que esse mercado editorial
digital tem atraído muito os livros digitais de autopublicação já que o próprio
autor publica o seu livro sem passar por um conselho editorial ou editora. Hoje,
na AMAZON Brasil, de cada 100 livros vendidos semanalmente, cerca de 30 livros
são autopublicações.
Com
todo esse “bum”, cabe ressaltar que o período de maior expansão dessa
modalidade digital, no Brasil, foi mesmo nos anos de 2014 e 2015, quando a
AMAZON se posicionou no mercado editorial brasileiro. Contudo, o livro impresso
sobreviveu, mesmo em um país onde a maioria das pessoas não têm o hábito de
ler. Além disso, os leitores não migraram totalmente para a plataforma digital,
mas passaram a consumir os dois modelos de editoração. Há casos em que se recorre
aos títulos digitais quando no mercado de impressos, o título procurado esteja
esgotado.
Quando
se fala em mercado editorial mundial, o Brasil ocupa o 9º lugar. Isso ocorre
não exatamente porque lemos, mas pelo fato de o governo, através do PNBE (Programa
Nacional Biblioteca da Escola), distribuir milhares de obras de literatura, de
pesquisa e de referência para promover o acesso à cultura e o incentivo à
leitura nas escolas públicas. Desconsiderando a participação do governo nesse
mercado, a situação é outra. Em nosso país, apenas 15% da população compra
livros, ou seja, 85% da população não compra nenhum livro. Portanto, precisamos, sim; mudar urgentemente esse
cenário, uma vez que os maiores leitores brasileiros estão na faixa etária de 5
a 17 anos. Alguns leem devido ao incentivo da escola e outros, porque se sentem
“obrigados” a ler.
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