Quando o assunto é a
educação dos filhos, certamente as opiniões são diferentes. Cada um acredita
que o seu jeito de educar é mais eficiente e, geralmente, agem sem refletir
muito sobre o assunto. Quando o assunto é bater ou não nos filhos, aí sim é que
as opiniões se multiplicam. Parece não existir mesmo um consenso a respeito do
tema. Alguns acham que uma criança que não apanha diante da indisciplina, não será
um adulto de caráter. Há os que acham que bater, pode causar reflexos danosos
na fase adulta. O que pensar a respeito?
A punição corporal foi
usada há muitos séculos como forma de correção dos desvios de conduta. Era
normal bater nas crianças até mesmo nas escolas. Ainda recentemente, tínhamos
as famosas palmatórias, que eram o terror das crianças e jovens. Em casa, os
pais, principalmente o pai, batia de cinta e de chinelo e de certa forma havia
uma normalidade nessa conduta educativa. Mais recentemente, nas últimas
décadas, essa conduta não tem mais apoio na pedagogia e na psicologia. Até
mesmo a legislação proíbe a prática de castigo corporal na educação de crianças
e jovens. Essa prática é considerada hoje prejudicial e inadequada.
Mas, diante disso, o que
fazer? Como impor limites aos filhos que estão necessitando de correção? Saber
impor limites, sem dúvida, é importante para a educação dos filhos. Contudo, os
limites só fazem sentido para as crianças se postos em um contexto no qual ela
se sinta acolhida e amada. Na verdade, pais que batem em crianças rebeldes,
fazem isso porque perderam o controle da situação. Se sentiram ameaçados em sua
autoridade, sendo, portanto, uma reação violenta. Acaba em brutalidade, o que
certamente não é um gesto educativo. Confesso que já bati em meus filhos e
sempre me veio o remoço, após eu ter-me acalmado. Essa reação raivosa, não
constrói nada de educativo, é apenas uma ação repressiva. Não ensina, mas
somente privilegia a punição. Mas, observe bem... uma tapinha no bumbum,
devidamente dosado, em uma situação de absoluto controle dos pais, aí pode sim
ter um sentido educativo. O tapa, nesse caso, não visa machucar ou humilhar.
Tem na verdade uma função simbólica, significando um não mais enérgico, depois
que o pai ou a mãe já cansou de explicar que a conduta da criança não está
correta. Aí sim, entra essa ação medida, como uma prática salutar para o limite
desejado.
Por mais estranho que lhe
possa parecer, a autoridade dos pais depende do afeto e dos laços de confiança
com os filhos. Por isso, muitas vezes, um olhar severo funciona mais do que um
tapa, pois sugere a perda de confiança. Também, não é para guardar essa raiva
demostrada. As crianças são rápidas em se reposicionarem quando percebem de
fato que foram além. Dessa forma, os adultos necessitam também de reestabelecer-se
rapidamente, deixando de lado a expressão de raiva e voltando a ter com a
criança uma relação afetuosa e saudável. Quando a criança acolhe o limite e se
adapta as exigências, é a hora dos pais deixarem de lado a cara amarrada e
voltarem a sorrir.
Eu gostaria de aproveitar
esse contato para compartilhar um livro muito interessante que eu tenho comigo
e me ajuda a cuidar dos meus filhos e alunos, uma conduta positiva e mais
assertiva. Trata-se do livro Perguntas a
um Psicanalista de Roberto Girola, editado pela editora Ideias Letras. Há
ali um ensinamento às diversas situações de nosso cotidiano no trato com as
pessoas que convivemos e amamos.
Imagem de: http://baebii.com/physical-discipline-reasons-shouldnt-hit-child-part-1/
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