sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Pais convocados!


Estamos avançados no século XXI e, a cada ano que se inicia, eu tenho a nítida sensação de que o ano anterior passou muito rápido. Agora mesmo, enquanto escrevo este ensaio, tenho a mesma sensação com este ano que mal iniciou. Ele está passando rápido demais! Rápido também estão nossos filhos. A mim fica a impressão de que, em algum momento de nossa evolução, eles já chegarão à vida falando. Como pode? Mas é incrível. Estão rápidos nas “sacadas”, nas brincadeiras, na tecnologia, nas respostas aos desafios. E nós então? Trabalhamos, estudamos, buscamos e corremos. Será que está sobrando um tempo para os filhos?
Vocês estão sendo convocados a encontrarem um momento para seus filhos. Para orientá-los na tarefa escolar, para escutá-los em seus questionamentos, a dar carinho, a brincar com eles. Vocês estão sendo convocados a demonstrar amor, a dizer não, a não sentir culpa por não poder estar mais tempo com eles. Estão convocados a terem ternura, mas firmeza, quando a questão for dar limite; a acompanhar a vida deles na escola, nos eventos, na vida de cada filho. Estão convocados a assumirem a responsabilidade de formar pessoas éticas e felizes e também a serem parceiros da escola.
Os pais estão sendo convocados a participarem do processo educativo de seus filhos, acompanhando-os em suas necessidades. Mas, para que tenhamos sucesso, é muito importante que estejamos felizes. Busquemos, então, o equilíbrio e a entrega verdadeira nos momentos que estamos nos dedicando aos nossos filhos. Não peço aqui a ninguém que se anule para os filhos, ou que viva para eles. Acredito que cada um de nós tem que viver por nós e que nossos filhos estão em nossas vidas e, por isso, são nossos companheiros. Portanto, dedicar algum tempo a eles e com qualidade não é se anular para eles. Assim, não estou convocando os pais para viver a vida dos filhos, mas sim viver a vida com os filhos e deixar que eles sintam isso. Orientar na tarefa diária não é estudar por ele. Participar nos eventos da escola não é fazer por ele, mas para ele (no sentido de ele se sentir importante com a sua participação). Viu como não é uma tarefa tão difícil?
Sei como é, afinal sou pai de três filhos, sendo um já adolescente. As demandas são variáveis e, às vezes, sinto-me cansado, mas sei que é de meu direito. Aí me refaço e vou dar a eles a atenção merecida. Não é todo o tempo, pois quero para mim um tempo também. Mas, com certeza, é o tempo diário necessário para eu passar a eles segurança e confiança, ouvir algo, orientar e na hora de dormir, que nunca ultrapassa às 20h30, dizer a cada um: durma com Deus!


Referência Bibliográfica:
JUNQUEIRA FILHO, Gabriel de A. Conversando, lendo e escrevendo com crianças na Educação Infantil. Porto Alegre. UFRS.
Temas em Educação 11 – Livro das Jornadas 2003.
Gráfica PubliCOC, 2003.

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