sexta-feira, 30 de março de 2012

A nossa educação alagoana de todos os dias.



O Ministro da Educação Aloizio Mercadante, na solenidade oficial de lançamento da Olimpíada de Língua Portuguesa, afirmou, em discurso, que o Estado de Alagoas é detentor do pior índice de alfabetização em todo o país. Que lamentável! Aqui 35% das crianças de até 8 anos de idade ainda não foram alfabetizadas. Significa dizer que uma em cada três de nossas crianças não conseguem aprender a ler e a escrever. O índice é alarmante, assustador.  No Paraná, apenas 4,9% das crianças não conseguem ler até os 08 anos de idade. Estamos, portanto,  liderando a lista negra do Ministério da Educação. Inaceitável!
Enquanto o evento acontecia e nós éramos citados como exemplo de Estado em que faltam condições para alfabetização de nossas crianças,  a situação do calendário escolar de 2012 na rede estadual de educação segue na contramão de qualquer tentativa de se colocar mais qualidade de ensino em nossas salas de aula. As aulas na rede estadual de ensino ainda não começaram para valer. Temos ainda 151 escolas que não iniciaram o ano letivo de 2012 por estarem em reforma ou por estarem ainda terminando o ano letivo de 2011.
Absurdo! Onde iremos parar? O que justifica tanto atraso? As chuvas de janeiro? A morosidade das empresas contratadas? A falta de gestão administrativa na pasta da educação? O que, de fato, acontece? A sociedade alagoana necessita de respostas a essas indagações. Com a educação debilitada, a segurança pública fica ameaçada. Onde estão as crianças e adolescentes que não estão na escola, que é o lugar deles? Nas ruas? Juventude sem escola é  sociedade sem segurança.
Sempre que posso, em diálogos com amigos educadores e amigos da segurança pública, tenho chamado a atenção de todos para a estreita ligação existente entre educação e segurança pública. Quanto mais educada e instruída for a população, mais baixo será o índice de violência; pessoas bem preparadas são mais conscientes e sabem respeitar o direito dos outros; população educada e tecnicamente qualificada é mão de obra especializada e permite que o mercado possa atrair investidores de grande porte. Precisamos pensar nisso!
É fundamental qualificar o educador e preparar a nossa gente para os desafios de uma economia emergente. Temos que pensar em educação não só como direito do cidadão,  mas como investimento no mercado de trabalho. Os benefícios da educação são vistos em todos os setores, inclusive no trânsito. Uma população educada não banaliza a morte e sabe que não pode matar para resolver um problema de trânsito.
Mais uma vez faço uso desse espaço de reflexão para afirmar aos senhores a minha certeza: A educação no Estado de Alagoas tem jeito sim! O que temos de fazer é uma gestão comprometida com os educadores e com os familiares. É preciso criar formas de ação, envolvendo a categoria de servidores e professores e os familiares; envolver toda a a comunidade. Mas isso é fácil? Claro que não. Porém, é tão necessário quanto fazer uma criança na faixa etária de 6 a 8 anos  aprender a ler e escrever. Não podemos nos conformar com o que temos em nosso Estado. Temos, sim, que buscar alternativas. Elas existem, pois não existe no mundo um só caminho para resolvermos os problemas. Sinceramente, o que precisamos é enxergar outras vias e entender que a educação é absolutamente tudo de bom. 
O que precisamos, de fato, é termos mais resultados positivos, como o conquistado pela Escola Estadual Nossa Senhora da Conceição, em Lagoa da Canoa, que  foi destaque em uma feira de ciências que acontece em meados de março na Universidade de São Paulo (USP). Está vendo? Educação tem jeito sim, precisa de ação.

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