Parece extenso o título deste artigo e é mesmo muito longo, mas ele destaca minha ansiedade para abordar a questão da “Educação sem culpa” que devemos ministrar aos nossos filhos. Neste ensaio, quero muito levá-los a entender que dizer NÃO, disciplinar e “parecer mau” na avaliação de terceiros não nos podem causar o sentimento de culpa. Só nós sabemos exatamente a “dose” de disciplina de que nossos filhos estão precisando. Não tenhamos medo de educar e não sintamos culpa por ensinarmos nossos filhos a serem pessoas melhores no presente e, principalmente, no futuro.
Sei que muitas vezes queremos negar uma coisa aos nossos filhos, mas logo aparece uma amiga ou um parente que nos critica ou opina contrariamente à nossa atitude. isso acaba nos inibindo, fazendo-nos sentir culpa. Mas, na verdade a questão é: quem é que leva essa criança para casa? Quem convive com ela no dia a dia? Sinceramente, amigos e parentes não deveriam interferir em nosso modelo de educar.
Como de outras vezes, também hoje, ao me dirigir a você, quero salientar a importância de se ter segurança, metas educacionais e clareza de objetivos para que tenhamos a convicção de que estamos no caminho certo na educação de nossas crianças. É importante a clareza de que hoje em dia as famílias sentem dificuldade na criação de filhos, o que nos move a ter que repetir várias vezes alguns comandos e orientações, pois parece haver pouco interesse dos filhos em nos atender e em obedecer, como dizem os avós. Mas precisamos insistir com segurança!
Sabemos que a geração de pais atuais tem alguma dificuldade na ação educativa, receando ser vista pelos outros como retrógrada. Ora, ora, quem é retrógrado? Aquele pai ou mãe que deseja ver o filho educado? Será que os pais jovens terão o eterno medo de educar o filho ou filha ao perceber uma atitude inadequada? Não tenhamos medo de parecer, agora, maus. Não tenhamos medo de educar!
Em maior ou menor grau, todo ser humano importa-se com a opinião do grupo a que pertence, sente necessidade de aprovação, de estar integrado a um modelo aceito por todos, ainda que externamente apenas, e isso, aliado à insegurança sobre o que é “certo” e “errado” em educação hoje, tem levado os pais muitas vezes a retraírem-se. O pior é que a criança, percebendo isso, passa a ter o controle da situação.
Adquirir segurança do que se quer na educação dos filhos é fundamental para que a missão de educar atinja os seus objetivos. Precisamos saber exatamente o que queremos de nossos filhos e termos a consciência da hora certa de dizer NÃO, quando necessário. Não podemos desenvolver o sentimento de culpa, se educamos com mais rigor, por uma situação ou outra. Temos que fazer com que os nossos filhos saibam que estamos no controle de situação. Por isso, precisamos mesmo de ter certeza de nossa “atitude educativa”, mantendo-nos alheios às críticas dos outros.
Sei que não é fácil, mas temos que assumir que somos os pais de nossos filhos e, através de nosso amor e de nossas orientações, buscamos o melhor para eles. Por isso, as nossas decisões devem ser tomadas sempre com o objetivo de transformarmos em realidade nossa meta de ver nossas crianças felizes e bem aceitas na sociedade.
Portanto, vamos definir para nós mesmos como queremos conduzir a educação de nossos filhos, conscientes de que, a cada momento, surgirá um novo problema e que, se estivermos preparados, saberemos lidar melhor com essas situações. Mas, para isso, é preciso agir, conforme os princípios em que acreditamos, sem perder de vista nosso amor e compromisso com nossos filhos.
Como sempre tenho dito, educar filhos não é mesmo uma tarefa fácil. Quando temos mais de um (eu tenho três), aí é que a exigência aumenta. Certamente são crianças diferentes e possuem demandas diversas no campo emocional e tudo mais. O que nos valerá aqui é o respeito às diferenças de cada um, mas a manutenção de nossa conduta e princípios não pode ter critérios de escolha. A regra tem que ser para todos. O que vale para um, tem que valer para os outros. Não podemos ter critérios diferentes, pois, se assim o fizermos, estamos certamente dando margens para surgir o “filho predileto”, e isso não é nada bom!
Então, o que devemos fazer? A dica é só uma: vamos nos orientar na ação educativa de nossos filhos, seguindo nossos valores, nossa ética e os princípios que recebemos de nossos pais. Se assim o fizermos, tenho certeza de que ganharemos o respeito deles, por terem entendido a coerência de nossas ações. E se um dia você, pai/mãe/responsável, entender que “pesou na tinta”, acalme-se e, logo em seguida, retome a relação afetiva com a criança, mas jamais peça perdão. Perdão se pede quando se tem culpa e não podemos tê-la, se estamos educando nossos filhos para a vida. Que sejamos felizes!
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