sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Escola é lugar de gente feliz!



Isso é muito real. Se a escola não for um ambiente em que as crianças se sintam felizes e seguras, então ela não cumpriu o seu papel. Mas o que é um lugar de gente feliz? Seria onde a pessoa pudesse fazer sempre o que quer e na hora em que quer? Claro que não. Se assim fosse, a casa da gente também não seria um lugar de gente feliz. Afinal, lá não se pode fazer tudo o que quer e muito menos na hora em que queremos.
A escola é como a casa da gente e, de certa forma, a casa da gente deveria ser como a escola. Não exatamente no sentido pedagógico da Escola ou no sentido familiar da casa da família, mas, cada uma se completando. A casa deve ser a extensão da escola, na mesma proporção em que a escola deve ser a extensão da família. Há, e certamente há, um encontro delicioso entre a casa e a escola.
A casa é o ambiente de “gestação do ser humano”, e a escola é o lugar de “formação do ser humano”. Só que eu aprendi que para darmos “formação” a um ser, temos que conhecer a sua “gestação”. Não conseguimos formar, sem ter o conhecimento, a cumplicidade, o apoio, o respeito e a confiança dos que geraram ou dos que educaram. É exatamente isso que eu sempre entendi e defendi: a família e a escola têm que caminhar juntas. O universo familiar é diferente do universo escolar. Mas é no universo escolar que a criança ou o adolescente se realiza, se reproduz, se apresenta e se coloca diante o mundo.
Em casa, está seguro e é protegido. Na escola, embora seguro, tem que se colocar. Tem que ser, se fazer! Que maravilha isso! A escola é oficina de gente! É onde as pessoas são forjadas e aceitam o molde, desde que a família esteja acompanhando o molde e ajudando a “malhar o ferro”.
Não faz muito tempo que eu estava na casa de um amigo, e ele mostrava grande preocupação com o filho de 13 anos. Conversamos muito, contrapus, afirmei, questionei e apostei no sucesso da criação dele. Do nada, ele tirou o seguinte questionamento: “Você está muito seguro sobre o sucesso do Gabriel. Por que está tão seguro?”. Não tive dúvida na resposta: “O Gabriel é seu filho, conheço a educação que você dá a ele e ele não é diferente de nenhum adolescente que conheço. E conheço muitos! Então relaxe, tudo será como foi com a gente!” Ele se levantou, me abraçou e disse: “Eu fiz a sessão de psicanálise de hoje!” Ora, amigos, nós, educadores, conhecemos os seus filhos, em muitos aspectos que vocês não conhecem, da mesma forma, que vocês, pais, conhecem os seus filhos, em aspectos que não conhecemos.
Está vendo? Por isso é que digo que precisamos estar juntos. Escola e família, o complemento perfeito para que busquemos a felicidade de nossos filhos. É isso! Quando falo que a escola é lugar de gente feliz, digo com certeza que é o espaço, o ambiente, onde profissionais, familiares e alunos têm que encontrar a sintonia fina. Se isso às vezes não acontece, saibam que não acontece porque somos humanos. Aliás, muito humanos e, por isso, aceitamos a imperfeição, mesmo que nos esforcemos para atingir a perfeição. Mas, esse atributo é dos deuses e não da gente. Nós choramos, amamos, arrependemo-nos, pecamos, erramos e acertamos. Nós, família e escola, temos o mesmo DNA. Somos seres humanos imperfeitos, como disse Fernando Pessoa; imperfeitos, mas felizes. É isso! Queremos apenas acertar e fazer com que seus filhos sejam felizes, que os colaboradores também sejam felizes. Então, aproximem-se, estamos aqui com o mesmo propósito: fazer seu filho feliz! 
Muito obrigado por confiar em nós! Desejo que, assim como nós escola, vocês estejam confiantes na missão de educar, de amar e de se doar. Lembrem-se: o amor dos pais é incondicional e insubstituível. A confiança que os filhos têm nos pais é única e total, e o desejo de ver sua criança feliz e segura é de vocês e de nós educadores também. Por isso, estamos juntos!

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Eu quero meus filhos felizes!



Certamente este é o desejo dos pais: filhos felizes, alegres, saudáveis e com notas boas na escola. Eu quero tudo isso e ainda poder oportunizar aos meus filhos tudo de bom. Quero que brinquem descontraidamente com os amigos e que sejam muito felizes. Mas quero também   poder  comprar coisas pelas quais eles se interessem, levá-los para viagens... enfim, quero  realizar  seus sonhos e desejos.
Tenho conversado com pais, leitores de meus ensaios e acompanhado as postagens de comentários em meu blog. O que todos querem é uma fórmula mágica para, com sucesso, conseguirem educar os filhos. Confesso a vocês que essa fórmula não existe e que eu também, às vezes,  me frustro, quando não tenho a resposta desejada na educação de meus filhos....   
Tenho três filhos e, claro, cada um é de um jeito. Assim sendo, tratá-los com o mesmo rigor ou condescendência, não resolve. Cada um deve ser educado de acordo com a sua sensibilidade. Aí é que reside o problema. Eu sei disso! Crianças emotivas, tímidas e inseguras exigem de nós mais cuidado. Se forem tratados aos gritos e ameaças, poderão recalcar mágoas e ressentimentos que carregarão pela vida. Elas calam a sua revolta e fazem de conta que aceitam tudo que lhes é imposto. Mas, no fundo, os seus sentimentos mal resolvidos poderão resultar em desvios e fugas que virão a se manifestar na idade adulta.

Na outra extremidade, temos crianças que são autoritárias, que adoram dar ordens e fazer cumprir combinados. Aquele tipo que não perdoa ao amigo ou à amiga que burlou regras de convivência. Aquela criança que briga e muito com os irmãos e quer ser a “Chefe” de todos. Essas precisam ser educadas com disciplina para não assumirem o controle da casa, passando a dar ordem nos pais e irmãos. E, para isso, tenho certeza de que  o amor, a tolerância e  muita paciência (e haja...) serão as vitaminas que fortalecerão o bom convívio em casa e a boa educação dos filhos para que sejam felizes. O receituário profilático é o melhor caminho, mas não é o único para uma boa educação. Terapias educativas são aconselháveis para que haja o controle de determinados excessos de individualismo. Contudo, temos que respeitar e muito os filhos que pensam independente, que são criaturas individualizadas, que manifestam as suas próprias preferências. Como dizia a minha mãe: “Nascemos prontos”. É uma verdade.
Uma outra coisa é muito importante: os nossos filhos não são nossas propriedades, mas foram postos aos nossos cuidados para serem preparados para o futuro. Por isso, somos os mentores do crescimento sadio de nossos filhos. A boa educação é nosso dever e direito das crianças. Serão felizes e crescerão felizes, se tratarmos todos com respeito, amor, disciplina, organização e senso de dever. Sei que a carga é grande, mas somos nós  os responsáveis pela felicidade de nossos filhos. Por isso, tenham força, confiança e saibam que estamos juntos!
Realmente não é fácil educar nossos filhos. Formar pessoas, capacitá-las para o bom convívio doméstico e social é tarefa difícil. Eu, como pai e educador, sinto-me ainda mais cobrado nessa missão, mas tenho me preparado a cada dia. Hoje, tenho em minha formação de Psicanalista uma ferramenta muito útil para entender melhor o ser humano. Então, vamos lá e que Deus nos oriente na linda tarefa de formar pessoas alegres e felizes.

Temperamento não é destino!



Isso, não é destino mesmo. Mas e quanto aquelas pessoas consideradas difíceis e apontadas como herdeiras genéticas de um temperamento forte? Elas têm jeito? E a tímida, reservada ao extremo e que sempre foi assim, o que fazer? Bem, em certa medida, cada um de nós tem uma gama emocional que trazemos desde a nossa infância. O temperamento é parte da “loteria genética” que recebemos como prêmio. Tem força compulsória, mas, claro, podemos educá-lo.

O ser humano é assim: composição genética, mas também uma forte ação comportamental que, é claro, tem a ver com educação no sentido mais lato do significado de educar. Saber domar os impulsos é competência adquirida com educação. Portanto, temos que ajudar os nossos filhos e se educarem para que possam viver melhor e conviver com todos.

Bem, mas vamos voltar à reflexão original... A nossa biologia fixa o nosso destino, ou pode mesmo uma criança tímida tornar-se um adulto comunicativo? A resposta mais clara a essa pergunta é que SIM, mesmo que haja um determinismo a um certo padrão de atividade cerebral. Sabemos que há crianças e pessoas adultas tímidas, ousadas, otimistas e melancólicas. Contudo, esse padrão pode ser trabalhado de forma a moldar as pessoas no sentido de que os impulsos sejam melhor trabalhados, principalmente nos tímidos, cuja “reserva” pode dificultar a vida da criança na escola e, depois de jovem, a vida em todo o seu sentido. Assim, temos que ensinar os nossos filhos a lidar com as emoções. É preciso oportunizar às crianças e mesmo aos adultos, principalmente aqueles que habitam o mesmo lar, saber lidar com a sua inteligência emocional. Ela não é genética e é quem agirá em nós para “polir” os efeitos genéticos de nosso caráter. Se não podemos alterar a genética, com certeza podemos conhecê-la e suavizar os impactos de seu determinismo em nossa vida, principalmente quando a questão é o emocional, o temperamento, o gênio, como a gente costuma dizer.

O controle é o segredo. É preciso termos o controle emocional, o que certamente não está ainda bem desenvolvido em crianças e também em alguns adultos, ou em muitos... A inteligência emocional não é genética, podemos adquiri-las, e com isso, mudar completamente o nosso temperamento. Assim, os padrões emocionais estabelecidos podem ser mudados, porque temperamento não é destino. Todas as emoções surgem através dos pensamentos. Se souber conduzi-los, poderemos direcionar as nossas emoções. E “são tantas as emoções...”!

Crianças emocionalmente inteligentes são mais seguras para encontrar soluções para os problemas que a vida traz no cotidiano. Além disso, esse controle ajuda a criança a ser menos agressiva, mais sociável, permite que ela tenha uma vida mais tranquila e com menos conflitos. Para ajudar seu filho(a) a desenvolver a inteligência emocional adote estes comportamentos:
  • reconheça as emoções de seu filho sem repreendê-las, desrespeitá-las ou ignorá-las. Você que ensiná-lo a reconhecer as suas emoções;
  • diante a recusa de executar as suas tarefas escolares, ensine-o que precisa aceitar de forma natural o desafio e a disciplina “para o fazer”;
  • ajude a criança a verbalizar as emoções;
  • imponha limites e eduque para o bom convívio social.
Para você conhecer mais sobre o assunto, eu sugiro os livros:
  • Inteligência emocional – Daniel Goleman – Ed. Objetiva;
  • Inteligência emocional e a arte de educar nossos filhos – John Gottman. Ed. Objetiva.

Meu filho está tirando notas boas



“Os dedos de nossas mãos não são iguais”. Nossos filhos também não!
Como sabem, eu tenho três filhos e, claro, entendo que cada um é um. Por isso, lá em casa, eu e minha mulher respeitamos  o jeito de ser de cada um na lida diária com as crianças. E como diz o ditado, “Em casa de Ferreiro,  o espeto é de pau”, sendo educador e pai, eu também estou o tempo todo buscando caminhos para acertar na educação de meus  filhos, pois, no dia a dia, essas diferenças, às vezes,  são difíceis de serem gerenciadas.
Mesmo sem querer, muitos pais criam expectativas de que os filhos serão os melhores em tudo. E como nem todos nós nascemos para gostar de estudar, pois essa ação depende da personalidade de cada um, os resultados da escola costumam frustrar muito a família. Não entendam que estou defendendo que devamos aceitar notas vermelhas como algo normal. Não é isso! Só não acredito que é necessário que a criança seja o melhor aluno ou que tenha as melhores notas. Cabe a nós, pais e educadores, conscientizar nossos filhos sobre a importância dos estudos para a vida.
Já tratei deste assunto com vocês, mas retomo à questão, compartilhando minha  própria experiência. Orgulhosamente, meu filho tem me apresentado bons resultados, depois de várias recuperações na escola. Sinto que ele está mais motivado e feliz. Confiante, ele tem me trazido o bom resultado, que não é o dez, com um lindo sorriso no rosto. Qual é a mágica? É simples assim...
  • Quando seu filho chegar com notas baixas da Escola, não o recrimine nem fique bravo com ele. Pergunte o que houve e argumente sobre a necessidade de ele recuperar a nota;
  • É importante ter paciência. O processo de recuperação das notas é a médio prazo, pelo menos;
  • Converse com seu filho sobre a importância dos estudos, sem criar a expectativa futura, pois isso gera ansiedade, o que não é bom;
  • O estudo tem que ser diário e supervisionado por um adulto. Tire as dúvidas, mas não faça a atividade para ele;
  • Incentive a criança a despertar o interesse pelos estudos, através de desafios;
  • Dê carinho e atenção e compreenda que o que a criança lhe entrega de resultado pode ser melhorado, mas é o que temos no momento para ser valorizado e elogiado.
Se você se permitir dar um mergulho em sua consciência, vai se lembrar de que, em algum momento de sua vida, você não foi a excelência nos estudos ou nos esportes. Pode até ser que se lembre de algo que levou os seus pais a repreendê-lo. Não foi isso? Pois é, você está aqui e com responsabilidades na família, no trabalho etc. A vida é assim mesmo. A gente cresce e amadurece.
Por isso mesmo, compartilho com vocês essa maravilhosa experiência para que aproveitemos esse momento para nos lembrarmos do que já sabemos: nossos filhos, com base moral sólida, escolaridade e afeto, serão adultos felizes que também terão responsabilidades futuras. A vida é assim! Estamos juntos!