Isso é muito
real. Se a escola não for um ambiente em que as crianças se sintam felizes e
seguras, então ela não cumpriu o seu papel. Mas o que é um lugar de gente
feliz? Seria onde a pessoa pudesse fazer sempre o que quer e na hora em que
quer? Claro que não. Se assim fosse, a casa da gente também não seria um lugar
de gente feliz. Afinal, lá não se pode fazer tudo o que quer e muito menos na
hora em que queremos.
A escola é como a
casa da gente e, de certa forma, a casa da gente deveria ser como a escola. Não
exatamente no sentido pedagógico da Escola ou no sentido familiar da casa da
família, mas, cada uma se completando. A casa deve ser a extensão da escola, na
mesma proporção em que a escola deve ser a extensão da família. Há, e
certamente há, um encontro delicioso entre a casa e a escola.
A casa é o
ambiente de “gestação do ser humano”, e
a escola é o lugar de “formação do ser humano”. Só que eu aprendi que para
darmos “formação” a um ser, temos que conhecer a sua “gestação”. Não
conseguimos formar, sem ter o conhecimento, a cumplicidade, o apoio, o respeito
e a confiança dos que geraram ou dos que educaram. É exatamente isso que eu
sempre entendi e defendi: a família e a escola têm que caminhar juntas. O
universo familiar é diferente do universo escolar. Mas é no universo escolar
que a criança ou o adolescente se realiza, se reproduz, se apresenta e se
coloca diante o mundo.
Em casa,
está seguro e é protegido. Na escola, embora seguro, tem que se colocar. Tem
que ser, se fazer! Que maravilha isso! A escola é oficina de gente! É onde as
pessoas são forjadas e aceitam o molde, desde que a família esteja acompanhando
o molde e ajudando a “malhar o ferro”.
Não faz muito
tempo que eu estava na casa de um amigo, e ele mostrava grande preocupação com
o filho de 13 anos. Conversamos muito, contrapus, afirmei, questionei e apostei
no sucesso da criação dele. Do nada, ele tirou o seguinte questionamento: “Você
está muito seguro sobre o sucesso do Gabriel. Por que está tão seguro?”. Não
tive dúvida na resposta: “O Gabriel é seu filho, conheço a educação que você dá
a ele e ele não é diferente de nenhum adolescente que conheço. E conheço
muitos! Então relaxe, tudo será como foi com a gente!” Ele se levantou, me
abraçou e disse: “Eu fiz a sessão de psicanálise de hoje!” Ora, amigos, nós,
educadores, conhecemos os seus filhos, em muitos aspectos que vocês não
conhecem, da mesma forma, que vocês, pais, conhecem os seus filhos, em aspectos
que não conhecemos.
Está vendo? Por isso é que digo que precisamos
estar juntos. Escola e família, o complemento perfeito para que busquemos a
felicidade de nossos filhos. É isso! Quando falo que a escola é lugar de gente
feliz, digo com certeza que é o espaço, o ambiente, onde profissionais,
familiares e alunos têm que encontrar a sintonia fina. Se isso às vezes não
acontece, saibam que não acontece porque somos humanos. Aliás, muito humanos e,
por isso, aceitamos a imperfeição, mesmo que nos esforcemos para atingir a
perfeição. Mas, esse atributo é dos deuses e não da gente. Nós choramos,
amamos, arrependemo-nos, pecamos, erramos e acertamos. Nós, família e escola,
temos o mesmo DNA. Somos seres humanos imperfeitos, como disse Fernando Pessoa;
imperfeitos, mas felizes. É isso! Queremos apenas acertar e fazer com que seus
filhos sejam felizes, que os colaboradores também sejam felizes. Então,
aproximem-se, estamos aqui com o mesmo propósito: fazer seu filho feliz!
Muito obrigado por
confiar em nós! Desejo que, assim como nós escola, vocês estejam confiantes na
missão de educar, de amar e de se doar. Lembrem-se: o amor dos pais é
incondicional e insubstituível. A confiança que os filhos têm nos pais é única
e total, e o desejo de ver sua criança feliz e segura é de vocês e de nós
educadores também. Por isso, estamos juntos!
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