O mundo
não gira em nosso entorno! Essa é a descoberta fundamental para o
amadurecimento do homem em sua formação. Já na infância, e principalmente na
pré-adolescência, nossos filhos têm que aprender que eles não são o centro do
mundo. Sei que sob ponto de vista emocional, às vezes não é tão simples tomar
consciência disso, mas é fundamental, no processo de sua formação, a criança
entender que, embora tenha uma personalidade, uma história, sonhos e desejos,
ela vive em sociedade, que possui instituições, regras, e que o relacionamento
humano e as trocas exigem de cada um adaptação para que possa viver bem e com
tranquilidade.
Se não
somos o centro do mundo e nem sempre as coisas acontecem de acordo com a nossa
vontade, o que nos resta é compreender o mundo em que vivemos. A criança e o
pré-adolescente têm que aprender que, se “forçarmos a barra”, a situação pode
piorar para o nosso lado. Claro que isso gera em todos uma frustração, mas,
como lidar com essa frustração? Certamente dependerá de equilíbrio. Difícil,
né? Eu sei! Estou há trinta anos na educação, tenho três filhos em formação e ainda pessoalmente
tenho que lidar com as minhas frustrações também. O nosso lado narcísico tende
a nos levar a querer que tudo gire em nosso entorno e em nosso favor. Mas... não
é assim mesmo e, por isso, temos que encontrar o equilíbrio. Fundamental aqui,
é que tenhamos esse equilíbrio para ajudarmos os nossos filhos e alunos a se
equilibrarem. O que eles esperam de nós é isso.
O que a sociedade exige da família e da Escola é isto: dar, aos nossos
garotos e garotas, o equilíbrio essencial para que eles possam encontrar o
amadurecimento emocional para crescer. Escola não é só o ensino de conteúdos,
mas educação para a vida.
Outro
dia, em casa, eu olhava para meus filhos que ainda são crianças e lembrei-me de
meu compromisso como pai. Eles precisam muito de mim, da mãe e da família.
Querem tudo e acham que tudo está em sua volta para assisti-los. Imaturidade
natural da faixa etária. Coisa de filhos, de crianças. Contudo, esperar o tempo
deles sem orientá-los não funciona. Achar que um dia crescerão e tudo passará
não está correto. Sem a nossa intervenção, no caso, família e escola, eles
crescerão sim, mas sem o norte, sem o amadurecimento necessário para que
enfrentem as dificuldades da vida. Por isso, convido todos a uma reflexão:
vamos ensinar às nossas crianças que existe um mundo além do mundo de suas
vontades? Se fizermos isso, estamos ensinando-lhes a lidar com regras,
autoridades, ética, compromisso e solidariedade. O que é o mundo se não tudo
isso?
Pelo
menos, esses valores é o que certamente queremos para os nossos filhos. Pois
bem, sejamos vigilantes neste propósito: Escola e família se completando. A
família fazendo o seu papel, e a Escola, o seu. O resultado desse esforço são
jovens felizes e comprometidos, organizados e solidários. Seres humanos prontos
para um mundo melhor que tanto desejamos e pelo qual tanto sonhamos.
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