segunda-feira, 28 de abril de 2014

A pessoa é tamanho de seu sonho


Quem não tem um sonho não tem motivação. Mostre aos seus filhos que somos exatamente do tamanho de nossos sonhos. Eu acredito nisso prontamente e, por isso, ensino meus filhos a sonharem grande. Eu tenho a certeza de que realizo meus sonhos na mesma medida em que verdadeiramente sonho com o que desejo de verdade em minha vida. Lá em casa somos assim. Mas, por que estou lhe falando isso? Exatamente porque o sonho de cada um é aquilo que lhe dá energia para realizar na vida. Portanto, devemos educar os nossos filhos no sentido de torná-los senhores de seus sonhos, prósperos e felizes.
Quando as pessoas não possuem sonhos, vão ficando sem motivação e sem energia. As decisões ficam sendo adiadas e quando perguntamos a eles o que desejam ser quando crescerem, simplesmente não sabem dizer. Ora, se não desejam, é claro que não perseguem, não buscam o que querem. Se não tem por que lutar, para que estudar? Qual o sentido da escola, se não há o que se conquistar? Quero muito que meus filhos sonhem e que principalmente procurem realizar os seus sonhos.  Alguns sonham mais do que outros, mas meu objetivo é despertar neles o desejo de sonhar. Faça isso sempre!
Em nossa cultura, muito pela nossa religiosidade, há um pouco de receio em falar do sucesso. Nossa mentalidade moral nos leva a pregar sempre a humildade e ser comedido em tudo parece-nos uma grande virtude. Mas, já pensaram que as pessoas que mudaram o mundo não tiveram receio em sonhar grande? Os grandes empreendedores e líderes da humanidade partiram de um sonho, de um desejo de realizar. Se fossem comedidos e resignados, certamente não teriam realizados grandes feitos. Isso não tem nada a ver com valores éticos e morais que lhes tenham castrado o desejo, o sonho. Empresários e líderes mundiais respeitados pela dignidade e ética foram ousados em seus sonhos. Por isso, ensinem seus filhos a sonhar e (por que não?), sonhem com eles. E sonhem seus sonhos também. Eu mesmo tenho muitos sonhos a serem realizados e desejo realizá-los. É tão bom isso, nos dá tanta energia para a vida...
Sempre digo a você que seus filhos têm você como maior referência. Já se deu conta do importante papel que você tem na construção da personalidade deles? Assim, ensine-os a pensarem em algo importante e valioso que desejam ser ou fazer. Ensine-os a serem condutores de suas vidas, a terem autonomia e a lutarem pelo que desejam. Para que isso dê certo, é importante incentivá-los, contando a eles histórias de gente de sucesso. Peça a eles que imaginem o que querem ser na vida e nunca desestimulem ou ridicularizem uma ideia deles. Fiz isso uma vez e me arrependo muito. Aprendi com o meu erro e compartilho com você esse equívoco meu. Não podemos deixar que isso aconteça. Seja positivo, mostre confiança. Mostre que o estudo é fundamental para a realização dos sonhos e faça-os acreditar no trabalho como caminho para a concretização dos sonhos. Portanto, sejam exemplo de quem sonha e mostre que os sonhos são pulsão de nossos desejos. Mostre a eles sempre que a pessoa é do tamanho de seus sonhos.


Referência Bibliográfica:
JUNQUEIRA FILHO, Gabriel de A. Conversando, lendo e escrevendo com crianças na Educação Infantil. Porto Alegre. UFRS.
Temas em Educação 11 – Livro das Jornadas 2003.

Gráfica PubliCOC, 2003.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Poema de Páscoa



Não atrapalhe o trabalho da Escola; seja parceiro(a) na educação de seus filhos


Tomei coragem! Há muito tempo que pensava escrever a vocês sobre esse tema. Sei que não é fácil, mas gostaria muito de poder compartilhar com você essa minha inquietação. Afinal, você já pensou que, em alguns casos, os pais podem, em vez de ajudar, atrapalhar o trabalho que a escola vem desenvolvendo? Mas como isso pode acontecer? De várias formas! Acontece quando você faz a tarefa de seu filho(a), o que reforça nele a incapacidade de fazer essa atividade. Isso ocorre quando você castiga seu filho por baixo rendimento escolar, ao invés de privilegiar o diálogo. Atrapalha também quando fala mal da escola ou critica as atividades propostas e quando demonstra pouco respeito ou confiança pelos educadores. Para o aluno, e seu filho(a) é um aluno(a), os professores e a escola têm que ser “o máximo”.
É evidente que, caso haja qualquer insatisfação, a família tem que procurar a escola. A equipe pedagógica está organizada para melhor atender às suas demandas. Problemas de escola resolvem-se na escola e não em grupos nas redes sociais. Você estará se expondo e também a seu filho(a). Tenho gerenciado conflitos de alunos e familiares por exposição em redes sociais. Definitivamente é na escola, com profissionais capacitados e com base em um “contrato de confiança” mútua, que se resolvem os problemas naturais e pertinentes ao desenvolvimento e ao relacionamento das crianças. Sempre foi assim! Para facilitar tudo, conheça as normas de convivência da escola e conscientize seu filho sobre a importância de cumpri-las. Isso não significa impor uma cultura de obediência cega. Seu filho pode colocar o que sente, mas precisa conhecer os limites que a sociedade nos coloca, para viver bem e feliz.
Se a escola convidar você para uma reunião ou atendimento no Serviço de Orientação, venha com atitude aberta, sem defesa. A escola não está chamando para falar mal de seu filho: queremos compartilhar situações que certamente ajudarão seu filho(a) no cotidiano da escola e na vida. Somos educadores e o nosso foco é apenas a formação de pessoas. Tenha certeza de que temos habilidades e competência para lidarmos com os problemas de seus filhos aqui na escola.
Quando se dirigir a seu filho(a) falando algo sobre a escola, lembre-se de que é da “escola dele” que você está falando. Um ambiente onde ele se realiza como pessoa, onde se desenvolve emocionalmente e cognitivamente. Lembre-se que é nela que ele tem amigos, onde mostra as suas potencialidades e onde todos se expressam. Portanto, trate a escola com carinho, afinal somos parceiros e somos mesmo! Para nós, o que está em foco é o desenvolvimento integral e harmonioso das competências e potencialidades de seu filho. Por isso, a Escola é um lugar mágico para ele. Para nós, esse ambiente deve ser o espaço perfeito para que eles realizem suas trocas sociais, afirmem-se em valores éticos e também se façam atores desse teatro, cuja peça é um grande ensaio para a vida real.
O que pretendo com esse rápido ensaio é sinalizar que nós, educadores, estaremos sempre aqui para alinharmos ações eficazes que ajudem as nossas crianças a se sentirem acolhidas emocionalmente e preparadas social e cognitivamente para os desafios da vida. Vivemos esta escola com entrega e compromisso e, por isso, nos orgulhamos de colher excelentes resultados e também de sermos um “celeiro de pessoas” com as mais variadas experiências e complexidade na condição de ser humano, de cada um aluno, cada um colaborador e cada um educador. Nos orgulhamos de sermos referência em nosso Estado e oferecermos padrão de alta qualidade em nosso projeto pedagógico. É por tudo isso que afirmo que somos parceiros na formação de nossas crianças e adolescentes, e saibam que estamos vigilantes em nossa missão, iluminados por nossa visão.

Lembro-me aqui do grande educador e pensador Rubem Alves. Certa vez, escreveu um artigo no jornal Folha de S. Paulo, no qual abordou sobre as “escolas que são gaiolas” e sobre as “escolas que são ASAS”. As Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob  controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Já as escolas que são asas amam os pássaros em voo. Nós somos assim e, por isso, incentivamos a autonomia de nossos alunos e as múltiplas linguagens de sua expressão. Somos grandes, do tamanho do mundo, e nos reproduzimos como mundo, formando nossas crianças para voar no mundo. Como temos orgulho de nossa escola e de nosso projeto, convidamos você, nosso parceiro, a compartilhar deste orgulho e da certeza de que juntos, família e escola, faremos o melhor para as nossas crianças.

segunda-feira, 7 de abril de 2014

A educação dos filhos: o respeito ao eu e ao outro


“Ninguém faz isso.” “O que os outros irão pensar?” “Por que você não é igual a todo mundo?”. Quando, em casa, ao corrigirmos os filhos, usamos desses clichês, não estamos educando, mas “uniformizando” uma personalidade. Você já pensou que, às vezes, a educação que oferecemos aos nossos filhos pode funcionar como um mecanismo para igualar condutas e até mesmo o jeito de ser? Observe bem o modelo educacional que você está adotando em casa para a formação de suas crianças. Ele sufoca as diferenças e apaga o brilho das crianças? Pois é... Precisamos estar atentos para não contribuirmos para a construção de um mundo marcado por determinismos que “uniformizam” as condutas das pessoas.
O mais interessante é que, ao educarmos assim, estamos nos baseando num padrão pré-estabelecido que pode até ser preconceituoso. Corremos o risco de estabelecer na mente de nossos filhos padrões pessoais e padrões de valores que poderão levar a uma visão preconceituosa do mundo, o que certamente não é bom. Podemos estar criando crianças que se tornarão adultos intolerantes e convenientemente robotizados no que tange às suas manifestações de personalidade. Alguém consegue mesmo ser feliz tendo que ser como o outro é? Alguém pode ser feliz tendo que se anular como pessoa e se projetar no eu do outro?
Em um sentido mais amplo, precisamos estar atentos ao modelo de educação que estamos adotando. É preciso oportunizar aos nossos filhos a segurança no sentido de garantir-lhes crescerem sendo eles, mas também crescendo respeitando o eu dos outros, as diferenças e a diversidade. Deverão crescer, sabendo que as pessoas são diferentes sim, pois são resultados de etnias e culturas diversas ou mesmo de outro meio cultural e sócio-econômico que determinam as diferenças. Mas não significa, por isso, serem superiores ou inferiores.

Para que nossos filhos cresçam conhecendo a si e respeitando os outros, é preciso que em casa eles aprendam o que é preconceito, a ver o mundo como ele é: plural, diverso e múltiplo. Mostre como é bom viver em uma sociedade que inclui e que respeita. Da mesma forma, permita a seus filhos afirmarem a sua personalidade a partir da essência de cada um e façam que, em família, os irmãos passem a respeitar cada um, a partir do jeito de ser de cada um. Nunca esqueça que as crianças têm direito a se desenvolver num ambiente de alegria, diálogo e respeito às características que são próprias de cada um. Se seu filho viver a experiência de ser acolhido, aprenderá a valorizar o diferente, respeitando a todos e a si mesmo.


JUNQUEIRA FILHO, Gabriel de A. Conversando, lendo e escrevendo com crianças na Educação Infantil. Porto Alegre. UFRS.
Temas em Educação 11 – Livro das Jornadas 2003.
Gráfica PubliCOC, 2003.