A maneira como os adultos se expressam
na lida com a criança revela os sentimentos que eles têm para com ela. Segundo
o psicólogo educacional Haim Ginott, as palavras dos adultos têm muito poder.
Para as crianças, os adultos sabem de tudo. Estão preparados para os desafios
da vida e, por isso mesmo, são referência. A criança é capaz de fazer qualquer
coisa que um adulto oriente e, com certeza, acreditar em tudo o que ele fala.
Dependendo do que o adulto disser a
uma criança, sua autoestima será afetada. Nesse momento, estamos traçando o seu
destino: vencedor ou perdedor? Por isso, ao nos dirigirmos às crianças,
precisamos estar atentos a todo esse perigo. Nós, pais e educadores, somos os
adultos que convivemos com as crianças e, por isso, dirijo-me a vocês: estamos
realmente atentos à forma como nos dirigimos às nossas crianças? Estamos
cientes da força de nossa palavra? Educar, corrigir e orientar não são
sinônimos de reprimir, ofender e humilhar. Podemos ser firmes e educativos com
afeto e segurança. Mostrar irritação não significa que tenhamos que ser
deselegantes com os nossos filhos e alunos.
Para que nossas crianças e jovens se
livrem da bagagem emocional negativa, precisamos rever o nosso temperamento,
muitas vezes impulsivo. Precisamos refletir sobre as nossas ações e expressar
ideias positivas e construtivas. Serão bem-vindas novas atitudes e
principalmente mudança de comportamento mental com as nossas crianças. É
preciso que estejamos abertos ao diálogo, considerando que todos nós somos
seres humanos sujeitos a erros e acertos e que também somos produto de relações
que nem sempre foram bem resolvidas. Muitas vezes as nossas frustrações e
decepções afloram em um momento de raiva e esquecemos que na outra ponta há uma
criança desprotegida, indefesa e que, por isso mesmo, necessita de nossa
compreensão.
Temos que pensar diferente. É preciso
que nós assumamos a responsabilidade e o compromisso de fazer melhor. Como bem
disse Tania D. Queiroz em sua obra Educar é uma lição de amor, “Não passe a mão na cabeça de seus filhos, mas
tampouco brigue ou discuta antes de verificar a verdade dos fatos com
imparcialidade... não podemos mudar o mundo, mas podemos mudar o que acontece
no nosso mundo, na escola e em nosso lar”. Lendo esse livro, fui convidado a
uma bela reflexão sobre o quanto nós, adultos, influenciamos positivamente e
negativamente as nossas crianças. Aprendi que muito do que falamos a eles irá
ser a formatação da personalidade deles. Aí me vi como filho e como pai.
Lembrei-me de meu pai e percebi o quanto tenho dele impresso em mim.
Já
pensou nisso? Pense, reflita e imprima maravilhas na vida de seus filhos.
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