sexta-feira, 22 de maio de 2015

Permita que as crianças falhem e vivam o mundo delas



Jean-Pierre Lebrun, psicanalista reconhecido em toda a Europa nos ensina: “...o processo de humanização começa pelo entendimento de que jamais haverá a satisfação completa. É esse o curso, saudável das coisas. Se os pais boicotam esse processo, podem estar cometendo um erro”. O psicanalista belga concedeu uma entrevista à revista veja, quando esteve no Brasil para o 3º encontro Franco-brasileiro de Psicanálise e Direito. Quebrando paradigmas e evidenciando mudanças acentuada na relação pais e filhos em todo mundo, Lebrun foi enfático: “...até pouco tempo atrás, a sociedade era hierarquizada, de forma que havia sempre um lugar de destaque. Ele podia ser ocupado por Deus, ou pelo Papa, ou pelo pai, ou pelo chefe. Isso foi se desfazendo progressivamente e o processo se acentuou nos últimos 30 anos”.
O que se nota hoje em todo o mundo civilizado, é que a organização social não se faz mais de forma hierarquizada e verticalizada. A pirâmide deu lugar a uma rede e as relações com as “figuras de poder” foram e estão sendo desfeitas. Daí a dificuldade óbvia de conseguir se colocar limites nas crianças e jovens. Os pais, sem observar essa mudança, ainda esperam de seus filhos um tratamento idêntico ao que ele dispensava aos seus pais. Impossível! Se assim se dá, pode ser que haja angústia molestando o coração dessas crianças e jovens. Muitas crianças vivem a réplica do modelo de educação que os pais receberam de seus pais, o que em algumas situações provoca queda na autonomia dos filhos e estes exemplos vistos como positivo na geração de seus pais, passam a ser indicativos de sucesso deste modelo educacional reproduzido. Complicado... o mundo é outro, as relações sociais acontecem em plataformas sociais diferentes e a escola não é mais aquela o que acaba levando à situações conflituosas em sala de aula. Os novos tempos, as novas estruturas, demoram a se acomodar, devido mesmo ao choque de gerações e de culturas de organização de redes sociais. Pais e filhos, professores e alunos, são de tempos diferentes, convivendo no mesmo espaço. “Cabeças” diferentes compartilhando os espaços onde as mudanças são lentas: família e escola são instituições conservadoras em sua essência, mesmo que tenham sofrido mudanças.
Nesse cenário, os atores em seus papéis muitas vezes confundem os personagens. Pais não aceitam notas baixas e querem o sucesso absoluto dos filhos, crendo eles que o sucesso está na realização de um sonho por eles sonhado. Como assim? Querer de meus filhos que nunca falhem para que possam chegar onde eu idealizo para eles é mesmo o caminho certo? Tenhamos tranquilidade... vamos sim orientar as nossas crianças, mostrar-lhes as diversas variantes, discutir o futuro, planejar as metas. Mas, não vamos exagerar nas cobranças. Crianças necessitam falhar. Lidar com as falhas sem a odiosa dor de quem erra, mas com a virtude de quem deva aprender com as falhas. A imperfeição humana está em todos nós. Vamos entender os dilemas dessa nova época e compreender nossos filhos com o olhar desta época e não com o olhar de nossa época. Faça esse exercício hoje. Olhe para o seu filho com o olhar deste tempo e enxergará que não há tantos distúrbios na conduta deles. No tempo deles, no mundo deles é que iremos encontrar as respostas para os questionamentos deles e nas falhas de cada um, é que encontraremos os ensinamentos para que sejam eles mesmos, agentes de suas vidas e condutores de seus sonhos. Dos sonhos deles!


terça-feira, 12 de maio de 2015

O “pequeno-grande” Cérebro



O nosso cérebro é um conjunto de sistemas corporais essenciais à vida e também onde se processa os saberes acumulados e as emoções vividas. Considerando-se que o cérebro, a mente humana, com seus bilhões de neurônios é o “equipamento” capaz de aprender e a reter conhecimentos, além de ordenar os sistemas orgânicos, é claro que precisamos cuidar, e muito, dessa maravilha.

Se considerarmos que a mente humana vem ao mundo pronta para aprender, através da forma ativa de conexões entre os neurônios e que durante os primeiros anos de vida as experiências de uma criança operam mudanças estruturais em seu cérebro, nos faz entender que a importância desses primeiros anos de vida se torna essencial. Considerando-se também que a criança em pleno desenvolvimento cerebral estende essa vivência em toda a primeira infância, é claro que temos que estar atentos as influências do mundo externo e o impacto emocional e de aprendizagem em suas vidas.

As pesquisas sobre o desenvolvimento cerebral têm algumas implicações importantes para pais e mães que eu quero compartilhar com vocês. Estudiosos no assunto dão importantes dicas para que cuidemos com carinho do mundo externo de nossas crianças, para que as respostas no “mundo cerebral” sejam satisfatórias. Aqui seguem algumas recomendações da neurociência para nos ajudar nessa tarefa:
  • Mantenha as crianças bem nutridas e saudáveis. Uma dieta saudável e nutritiva é mais do que recomendado;
  • Desenvolva com seus filhos uma relação afetuosa. O bom relacionamento familiar é o alicerce sobre o qual eles construirão a própria vida;
  • Aprenda a reconhecer as necessidades individuais de seus filhos. Brinque com os pequenos e ensine-os a acalmarem quando necessário;
  • Converse com os seus filhos e leia para eles. A interação com você é essencial para o bem estar deles;
  • Incentive-os a explorar o mundo, incluindo-os no universo de outras crianças. O mundo é deles e para eles;
  • Estabeleça uma rotina e imponha uma disciplina. O cérebro exige organização sistêmica para operar em sua totalidade;
  • Envolva-se na educação de seus filhos. Não seja obsessivo, apenas acompanhe;
  • Diga sempre coisas agradáveis aos filhos e elogie o desempenho de cada um.
O que buscamos aqui é oportunizar um ambiente saudável e seguro para que nossas crianças possam desenvolver a sua inteligência emocional. É essa inteligência entre as inteligências múltiplas que hoje mais define o padrão de pessoa e sua capacidade de se relacionar com pessoas e situações problemas em toda a sua vida.

Como somos parceiros nas buscas que tangem a felicidade de nossas crianças, a sua boa formação e sociabilidade, me convém convidá-lo(a) a um entendimento importante: só teremos sucesso com os nossos filhos, se estivermos bem conosco mesmo! Assim, as dicas aqui dadas se tornam fáceis e nossa meta é facilmente atingida. Ser pai ou mãe é uma das tarefas mais gratificantes que existem. Também é uma das mais difíceis. Tenho meus filhos e claro, muitas dúvidas também. O dia-a-dia nos afasta de nosso foco principal que são eles. Muitas vezes, na nossa correria, utilizamos o pouco tempo que temos para eles, nos desgastando, debatendo e brigando, ao invés de brincarmos, amarmos e orientá-los. Vamos exercitar a nossa tolerância e dar a eles pouco tempo que temos com sabedoria e paz.

O psicólogo Neozelandês Nigel Latta, autor do livro Por dentro da cabeça do seu filho, (Editora Fundamento) é hoje o neurocientista mais respeitado no mundo. Com várias publicações acerca do comportamento cerebral e a influência do ambiente em crianças, aposta na tese de que adultos felizes foram ontem, crianças felizes. Sabendo que somos responsáveis pela felicidade de nossos filhos, certamente sabemos também que seremos responsáveis pela felicidade deles na vida adulta. Assim, vamos nos dedicar mais a necessária atenção à nossas crianças.


Maria me cativou



Estamos em Maio, mês dedicado à Maria e às mães. Sinto-me abençoado por ainda ter minha mãe entre nós, sempre me acolhendo com carinho. Nesta época, em que a Escola se dedica principalmente em homenagear as mães, lembro muito de uma música do Pe. Zezinho, conhecida pelo nome “Maria de Nazaré”. Linda! Desde minha infância ouço essa música e ainda costumo cantá-la para meus filhos no momento de Boa Noite. Para mim é uma prece que eleva a Mãe Maria e também a todas as Mães de nossa era.
Nessa linda música há uma parte que dedico a você mãe: “... em cada mulher que a terra criou, um traço de Deus Maria deixou, um sonho de mãe Maria plantou pro mundo encontrar a paz...”
Nesse dia que escolhemos para celebrar a graça da Maternidade e o dom da Vida, dedico às Mães do SEB Maceió todo carinho e respeito de toda a nossa equipe. Nós reconhecemos a grandiosidade do amor de cada uma de vocês e, mais do que isso, reconhecemos em cada uma de vocês uma parceria para que o nosso objetivo final seja atingido: formar nossas crianças com habilidades, competência e humanismo para que possam assim crescerem felizes na vida.
Mãe, eu peço a Deus todos os dias através da interseção de Maria Mãe de Jesus, muita saúde e sabedoria para que você cumpra com segurança a maravilhosa tarefa de gerar vidas e formar pessoas para o mundo.


Feliz Dia das Mães!