Podemos dizer que crianças e adolescentes e
mesmo os adultos, apresentam inúmeros medos em momentos de suas vidas. Alguns
são normais, enquanto outros podem ser exagerados. Nós, pais e educadores,
devemos estar atentos a essas manifestações de insegurança. Medo em excesso
gera comportamento agressivo e também provoca estresse.
O medo normal é saudável e pode ser entendido
como uma forma de defesa inconsciente dos perigos do cotidiano. Cabe ainda
salientar que o medo é também cultural. Algumas culturas difundem o medo
através de contos de fada e folclore e até mesmo pela religião, ensinando a
temer as coisas do mal. Assim, convivemos com o medo. Ele faz parte de nossa
formação e de nossa história. Crescemos alertados pelos pais a respeito dos
perigos da vida e dos cuidados que devemos ter com as pessoas, que contribuem e
muito para que o medo se instale. Há também o medo que as crianças assimilam
dos próprios adultos, como por exemplo medo de injeção, dentista, polícia,
barata, cobra, cão etc. Esse medo herdado vem do convívio e da insegurança dos
adultos que acabam sendo assimilados pelas crianças.
Como devemos tratar o medo de nossas crianças e
adolescentes, de forma a não os transformar em um grande problema psíquico? Bem
segue aqui algumas dicas importantes:
1. Precisamos de levar a
sério o medo revelado pela criança ou adolescente. Esse medo vem deles e, portanto,
para eles, não se trata de uma bobagem. É medo e é real. A simples banalização
e a não consideração do que está sendo apontado em nada ajuda;
2. O cuidado é essencial e
a sensação de proteção também, principalmente se esse medo vem de algum trauma
sofrido;
3. Caso o medo esteja
associado a sintomas ou mesmo a comportamentos como fazer xixi na cama,
sudorese etc., deve-se procurar sim a ajuda de um profissional da área da
psicologia;
4. O diálogo aberto é
fundamental para que a criança saiba diferenciar o que é real e o que é
imaginário;
5. Respeitar o medo do
escuro e deixar alguma luz acesa para dar segurança é fundamental para ajudar
as crianças e adolescentes a vencerem o medo;
6. Ensine seu filho ou
filha a se acalmar diante do medo e leve-os a desenvolver a percepção do real,
mostrando que não existe aquilo que está gerando o medo;
7. Distrair a criança com
humor e com histórias alegres e suaves é importante na hora da manifestação do
medo. Isso ajudará a superação;
8. Mostre para a criança
que você se preocupa com esse sentimento manifestado e que está com disposição
de ajudá-la a superá-lo;
9. Nunca reprima ou
censure a criança ou adolescente por estar com medo. Como disse, o medo é real
para quem está com esse sentimento;
10. Dialogar sobre a vida e
a morte e ir mostrando que viver e nascer são parte da vida, ajuda a entender o
sentido da vida.
Com o passar do
tempo, as crianças e adolescentes conseguem superar os seus medos ou passam a
lidar com eles. O importante é que no processo do seu desenvolvimento, pais e
educadores estejam cientes de que ajudar a superá-los também é um trabalho
cuidadoso e fundamental para que todos cresçam seguros e prontos para a vida.
Os medos, quando bem trabalhados não impactam negativamente, mas sim
positivamente. Saber superar os medos é um aprendizado importante para que
nossos filhos cresçam em condições de enfrentar os desafios da vida. Se
aprendem a superar e a conviverem bem com os seus medos, certamente serão
corajosos na hora de enfrentarem o chefe, a disputa natural da vida, os
concorrentes, os desafios do relacionamento a dois e tudo mais. Uma criança que
cresceu com medo é inibida e certamente medrosa para os desafios da vida. Ter
medo é natural; não o superar e viver sob proteção excessiva dos pais, não é
bom. Por isso, sejamos pedagógicos diante das situações de medo. É bom, cria
segurança e autonomia.