sexta-feira, 30 de setembro de 2016

O medo no mundo da infância e da adolescência



Podemos dizer que crianças e adolescentes e mesmo os adultos, apresentam inúmeros medos em momentos de suas vidas. Alguns são normais, enquanto outros podem ser exagerados. Nós, pais e educadores, devemos estar atentos a essas manifestações de insegurança. Medo em excesso gera comportamento agressivo e também provoca estresse.
O medo normal é saudável e pode ser entendido como uma forma de defesa inconsciente dos perigos do cotidiano. Cabe ainda salientar que o medo é também cultural. Algumas culturas difundem o medo através de contos de fada e folclore e até mesmo pela religião, ensinando a temer as coisas do mal. Assim, convivemos com o medo. Ele faz parte de nossa formação e de nossa história. Crescemos alertados pelos pais a respeito dos perigos da vida e dos cuidados que devemos ter com as pessoas, que contribuem e muito para que o medo se instale. Há também o medo que as crianças assimilam dos próprios adultos, como por exemplo medo de injeção, dentista, polícia, barata, cobra, cão etc. Esse medo herdado vem do convívio e da insegurança dos adultos que acabam sendo assimilados pelas crianças.
Como devemos tratar o medo de nossas crianças e adolescentes, de forma a não os transformar em um grande problema psíquico? Bem segue aqui algumas dicas importantes:

1. Precisamos de levar a sério o medo revelado pela criança ou adolescente. Esse medo vem deles e, portanto, para eles, não se trata de uma bobagem. É medo e é real. A simples banalização e a não consideração do que está sendo apontado em nada ajuda;
2. O cuidado é essencial e a sensação de proteção também, principalmente se esse medo vem de algum trauma sofrido;
3. Caso o medo esteja associado a sintomas ou mesmo a comportamentos como fazer xixi na cama, sudorese etc., deve-se procurar sim a ajuda de um profissional da área da psicologia;
4. O diálogo aberto é fundamental para que a criança saiba diferenciar o que é real e o que é imaginário;
5. Respeitar o medo do escuro e deixar alguma luz acesa para dar segurança é fundamental para ajudar as crianças e adolescentes a vencerem o medo;
6. Ensine seu filho ou filha a se acalmar diante do medo e leve-os a desenvolver a percepção do real, mostrando que não existe aquilo que está gerando o medo;
7. Distrair a criança com humor e com histórias alegres e suaves é importante na hora da manifestação do medo. Isso ajudará a superação;
8. Mostre para a criança que você se preocupa com esse sentimento manifestado e que está com disposição de ajudá-la a superá-lo;
9. Nunca reprima ou censure a criança ou adolescente por estar com medo. Como disse, o medo é real para quem está com esse sentimento;
10. Dialogar sobre a vida e a morte e ir mostrando que viver e nascer são parte da vida, ajuda a entender o sentido da vida.

Com o passar do tempo, as crianças e adolescentes conseguem superar os seus medos ou passam a lidar com eles. O importante é que no processo do seu desenvolvimento, pais e educadores estejam cientes de que ajudar a superá-los também é um trabalho cuidadoso e fundamental para que todos cresçam seguros e prontos para a vida. Os medos, quando bem trabalhados não impactam negativamente, mas sim positivamente. Saber superar os medos é um aprendizado importante para que nossos filhos cresçam em condições de enfrentar os desafios da vida. Se aprendem a superar e a conviverem bem com os seus medos, certamente serão corajosos na hora de enfrentarem o chefe, a disputa natural da vida, os concorrentes, os desafios do relacionamento a dois e tudo mais. Uma criança que cresceu com medo é inibida e certamente medrosa para os desafios da vida. Ter medo é natural; não o superar e viver sob proteção excessiva dos pais, não é bom. Por isso, sejamos pedagógicos diante das situações de medo. É bom, cria segurança e autonomia.


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