Atualmente, é comum encontrarmos famílias
em que pai e mãe trabalham. Essa tendência é mundial e não há como mudar. Cada
dia mais, o casal tem que trabalhar. Está aí não só o sustento da família, mas
a realização de cada um.
Isso faz parte da vida cotidiana, e é preciso que as famílias aprendam a organizar
melhor a rotina com os filhos. Eles necessitam de entender essa nova realidade,
mas, para isso, é fundamental que se dê a eles um suporte emocional e uma boa estrutura
de apoio. É aí que entram outras pessoas
da família ou funcionários que passarão a ter uma grande importância na vida
deles e na nossa!
Há muitos casos de pais que não têm
nenhum familiar próximo e que são obrigados a deixar os filhos, desde muito
pequenos, com babás. Nesse caso, a atenção da mãe e do pai deve ser maior ainda,
uma vez que as crianças passarão todo o tempo com alguém que foi criado em universo
diferente do nosso e daquele que desejamos ter para dar aos nossos filhos.
Essa situação obriga aos pais há
encontrarem alguém que possa assumir,
com grande responsabilidade, o compromisso de supervisionar as tarefas escolares, o banho e a alimentação,
garantindo que princípios morais que devem ser trabalhados pela família sejam
ensinados aos pequenos. Como se vê, se os pais ficam muito ausentes da rotina familiar da criança,
essa pessoa, seja na figura da babá ou
da secretária do lar, assume o que seria função da família, e é preciso que os pais tenham a convicção de
que, mesmo não estando diretamente com os filhos, as crianças recebem as mesmas
orientações que eles dariam, se pudessem estar presentes em sua rotina diária. Os educadores do lar são os pais e a eles
cabem as instruções que certamente deverão ser seguidas sem muita negociação
pelas crianças, babás, motorista, secretária do lar etc.
Outro dia, resolvi reler o livro do Dr.
Daniel G. Amen, intitulado “O manual de instruções que deveria vir com seu
filho”. Esse texto é muito bom, pois nos lembra sempre como devemos cuidar de
nossas crianças. O autor é um famoso neurocientista conhecido mundialmente
pelos estudos em distúrbios de déficit de atenção (DDA). Ele estudou muito o
comportamento de crianças, jovens e adultos e formulou uma tese interessante sobre
o comportamento humano, que nos ajuda muito a errar menos na educação de nossos
filhos.
Para o pesquisador, o TEMPO é fator
fundamental para que pais e filhos estabeleçam um bom relacionamento. Não basta
passar algumas horas do dia com os filhos, mas é importante estar presente para
eles. Procure não se distrair ao ser solicitado pelos filhos e sempre mostre
interesse pelas coisas da vida deles, como escola, atividade esportiva e
brincadeiras. Seja, portanto, um bom ouvinte. Eles serão educados a sempre lhe
contar as coisas. Que bom! Você e eles estarão mais seguros.
Seja claro nas expectativas. Diga a eles o que
espera de cada um em casa e na escola, mas não seja um “exigente sem meta”,
aquele que só cobra e não valoriza. Não deixe que a culpa que sente por
trabalhar muito, seja motivo para sempre ceder aos apelos emocionais. Seja pai
e mãe, firmes quando necessário.
Nunca substitua amor ou tempo por
dinheiro ou presente: seus filhos podem perder a noção de respeito e limite e
acharem que o dinheiro pode tudo. Seja consistente ao lidar com as crianças.
Escolha, para acompanhá-los no dia a dia, babás mais experientes e maduras.
Elas terão que administrar as suas ordens como uma gerente.
A chave do sucesso é a supervisão. Não
negligencie. Supervisione sempre se tudo foi feito como desejado e determinado.
Eles precisam saber que não poderão burlar as regras. Ressalte mais os pontos
positivos do que os negativos. Quando ignorados, os filhos costumam querer
chamar a atenção da gente. Nunca esqueça que a disciplina é mesmo tudo de bom.
Tenha o controle de tudo e deixe claro que na casa quem manda são os pais.
Agora, uma última reflexão: é fundamental cuidar da relação do casal. Os filhos
aprendem sobre relacionamento observando os pais. Eles sentem-se mais seguros,
quando sentem que o casal vive bem. Fácil, né? É nada! Mas tenho certeza de que conseguiremos.
Referência: AMEN. G. DR. DANIEL. O manual
de instrução que deveria vir com seu filho. Editora Mercuryo LTDA. 2005. São
Paulo.
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