Logo
no início de agosto, num domingo, eu e minha família decidimos almoçar em um
restaurante na Barra Nova. Gostamos dali, à beira da lagoa, onde se tem um bom
serviço e uma música deliciosa. Chegamos e logo fomos instalados bem próximos à
orla lagunar, onde as crianças puderam brincar, remexendo a areia para
encontrar filhotes de caranguejos, enquanto eu e minha mulher deliciosamente
curtíamos aquele momento, fazendo planos e compartilhando ideias.
O
movimento de clientes saindo e chegando era bem intenso e chamou-me à atenção a
aproximação de uma família que chegava. Eram muitos! Ali eu vi três gerações
chegando e interessantemente muito juntos. Apoiavam os avós com carinho e muito
cuidado. Havia adolescentes que cuidadosamente conduziam o avô, que me pareceu
ser cego. A avó, também amparada, puxava o pequeno cortejo em direção à mesa.
Acomodados e atendidos, a família me chamava a atenção e muito. Não por outra
coisa, mas pela união, afeto e cordialidade entre eles.
O
tempo ia passando e entre a atenção dispensada aos meus e à deliciosa conversa
com a esposa, mesmo que disfarçasse, o meu olhar era atraído para a família.
Foi em um olhar desses que pude testemunhar uma cena de carinho que quero
compartilhar, por nos fazer pensar e refletir: o pai dos adolescentes abraçava
e carinhosamente apoiava a cabeça no ombro de um filho ainda adolescente. Esse
jovem visivelmente recebia o afeto com alegria e retribuía com os braços depositados
no ombro do pai. Que cena terna e linda! Um exemplo de amor e sem essa história
de “pagar mico”. Uma troca de carinho entre pai e filho.
Esse
quadro ainda foi ilustrado com a cena de duas adolescentes que se posicionaram
para fotos que certamente seriam postadas em rede social com a legenda:
“Domingo Feliz em Família”, ou algo parecido. Que beleza! Só não senti inveja,
no sentido mais puro, porque também estava com a minha família e também
trocávamos carinho. Que maravilha! Como é bom o amor em família. Como nos
consolida como pessoa e como nos dá segurança.
Entre
um pedido e outro, um petisco e uma música, o ambiente daquela família me
provocou uma inevitável reflexão: No mundo de hoje, estamos negligenciando o
amor à família. Entendam... Amamos nossos filhos e esposa/marido, mas estamos
sem tempo para eles. Mesmo no domingo, os compromissos sociais, o futebol, o
cinema no Shopping, o encontro com amigos e tantos outros pequenos prazeres
estão nos tirando de nosso convívio familiar. O domingo não está sendo
reservado à família e precisa estar! Quando é que as nossas crianças irão
sentir-se acolhidas e seguras? Quando irão trocar afeto com os pais? Durante a
semana é trabalho, escola, tarefas escolares, reuniões de trabalho, academia,
banco etc. O domingo é para a família. Vamos eleger isso!
Mas
não pensem que estamos descobrindo a fórmula mágica, pois sempre foi assim. Não
se lembram? Eu não esqueço os meus domingos em família. Havia espaço para tios
e primos. Meu pai colocava música, petiscava antes do almoço e eu ia à padaria
comprar a coca-cola família. Era minha missão. Escutávamos música (Luiz Gonzaga
– meu pai era um Pernambucano apaixonado!) e, no final da tarde, já quase à
noite, íamos à Missa na Paróquia.
Escrevo este ensaio com objetivo único de convidá-los
a ter domingos em família. Mas não só isso. Aproveitem esses momentos para
realizar, principalmente com os filhos, trocas afetivas que certamente
impactarão a vida deles e trarão para vocês uma felicidade enorme. Amem os seus
filhos e digam isso a eles. Tenho certeza de que tamanha segurança transforma
essas crianças e adolescentes em adultos felizes e futuros pais de família.
Estamos Juntos!
Professor Luiz Romero,
ResponderExcluirtenho acompanhado seus ótimos artigos que chegam pelas mãos do meu filho Louis, e também nas páginas da Gazeta. São mensagens sempre valiosas que estreitam esse relacionamento casa-escola, e nos ajudam nesse processo de educação familiar.
Parabéns pelo blog, e aproveitamos para lhe convidar a conhecer o nosso Projeto Engenho de Leitura e Artes Bititinga, também aqui no blogspot.
abraço
vanessa Omena