Ao
assistir a programas de TV
com meus filhos, na hora do
comercial, sempre escuto: Pai, compra!
A minha esposa também vive essa experiência, e, claro, aproveitamos o momento
para educar. É possível que você também tenha crescido numa época em que os
presentes só eram dados em datas especiais:
no aniversário, no Dia das Crianças e no Natal.
Os finais de semana e os feriados eram
reservados para a tão sonhada coca-cola e doce ou sorvete de sobremesa. Nesses
dias, os meninos brincavam de pique -
esconde, jogavam bola, pegavam frutas no quintal do vizinho, subiam em árvores
e soltavam pipas. Muitos também brincavam de queimado, mas com receio, pois
isso era considerado brinquedo de menina. Ganhar era uma maravilha e pouco se
via de TV. Não tínhamos tempo, pois queríamos brincar.
Na
época, as meninas brincavam de casinha e de escola. Como se fossem donas de
casa, faziam comidinha e cuidavam dos filhos,
suas bonecas, reproduzindo o universo das famílias.
As
crianças não tinham uma educação cheia
de vontades. As mochilas e
lancheiras não eram as da moda. Elas
eram usadas enquanto duravam e muitas vezes eram herdadas de irmãos ou primos. Ninguém
nos forçava a consumir nada além do que realmente necessitávamos.
Na
escola, os professores eram firmes com a gente, e a diretoria... Nossa, que
medo! Notas baixas nem pensar, e indisciplina na escola... Nossa, o que era
isso? Minha mãe me tomava o ponto
diariamente e íamos crescendo assim, felizes.
Hoje,
o que mais escutamos dos filhos é marca de roupa, de tênis e de eletrônicos. Querem
decidir o restaurante do final de semana
e até a roupa que nós, pais, devemos vestir.
As
mudanças aconteceram de forma gritante e, se não tivermos cuidado, perderemos a
oportunidade de mostrar aos filhos que a felicidade também está em coisas
simples. Não se trata de saudosismo nem quero aqui dizer que a vida era melhor
e a das crianças de hoje é pior. Longe de mim! Cada geração tem seu tempo. Mas
é importante considerar os exageros!
É
preciso estar atentos a vários aspectos: Como está a disciplina das crianças?
Estão recebendo valores éticos e morais? Estão estudando e cumprindo as
obrigações? Respeitando as pessoas? Você está seguro quanto à formação de sua criança?
Tem oportunizado a ela uma boa acolhida emocional?
É
preciso refletir sobre o modelo de educação que estamos dando aos filhos. Queremos
que tenham todas as oportunidades, mas também que possuam uma boa “cultura de
valores”. Não os queremos fúteis. Terão
tudo o que lhes pudermos oferecer, sabendo
que são privilegiados porque PODEM TER, mas devem ser ensinados desde
pequenos que PRECISAM SER.
Assim,
chame-os ao diálogo sempre e faça-os valorizar o que conquistam. Tenha certeza de que
teremos crianças felizes, seguras e conscientes, que serão adultos também
felizes e seguros.
Fonte: Educação Pública, Biblioteca –
comportamento, 2009.
www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/comportamento/0017.html
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