terça-feira, 25 de setembro de 2012

Mãe, compra para mim?


Ao assistir  a programas  de TV  com meus filhos,  na hora do comercial, sempre escuto: Pai, compra! A minha esposa também vive essa experiência, e, claro, aproveitamos o momento para educar. É possível que você também tenha crescido numa época em que os presentes só eram dados em datas  especiais: no aniversário, no Dia das Crianças e no Natal.
Os finais de semana e os feriados eram reservados para a tão sonhada coca-cola e doce ou sorvete de sobremesa. Nesses dias,  os meninos brincavam de pique - esconde, jogavam bola, pegavam frutas no quintal do vizinho, subiam em árvores e soltavam pipas. Muitos também brincavam de queimado, mas com receio, pois isso era considerado brinquedo de menina. Ganhar era uma maravilha e pouco se via de TV. Não tínhamos tempo, pois queríamos brincar.
Na época, as meninas brincavam de casinha e de escola. Como se fossem donas de casa, faziam comidinha e cuidavam dos filhos,  suas bonecas, reproduzindo o universo das famílias.
As crianças não tinham uma  educação cheia de vontades. As  mochilas e lancheiras  não eram as da moda. Elas eram usadas enquanto duravam e muitas vezes eram herdadas de irmãos ou primos. Ninguém nos forçava a consumir nada além do que realmente necessitávamos.
Na escola, os professores eram firmes com a gente, e a diretoria... Nossa, que medo! Notas baixas  nem pensar,  e indisciplina na escola... Nossa, o que era isso?  Minha mãe me tomava o ponto diariamente e íamos crescendo assim, felizes.
Hoje, o que mais escutamos dos filhos é marca de roupa, de tênis e de eletrônicos. Querem decidir  o restaurante do final de semana e até a roupa que nós, pais, devemos vestir.
As mudanças aconteceram de forma gritante e, se não tivermos cuidado, perderemos a oportunidade de mostrar aos filhos que a felicidade também está em coisas simples. Não se trata de saudosismo nem quero aqui dizer que a vida era melhor e a das crianças de hoje é pior. Longe de mim! Cada geração tem seu tempo. Mas é importante considerar  os exageros!
É preciso estar atentos a vários aspectos: Como está a disciplina das crianças? Estão recebendo valores éticos e morais? Estão estudando e cumprindo as obrigações? Respeitando as pessoas? Você está seguro quanto à formação de sua criança? Tem oportunizado a ela uma boa acolhida emocional?
É preciso refletir sobre o modelo de educação que estamos dando aos filhos. Queremos que tenham todas as oportunidades, mas também que possuam uma boa “cultura de valores”. Não os queremos  fúteis. Terão tudo o que lhes pudermos oferecer, sabendo  que são privilegiados porque PODEM TER, mas devem ser ensinados desde pequenos que PRECISAM SER.

Assim,  chame-os ao diálogo sempre  e faça-os  valorizar o que conquistam. Tenha certeza de que teremos crianças felizes, seguras e conscientes, que serão adultos também felizes e seguros.

 Fonte: Educação Pública, Biblioteca – comportamento, 2009.
www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/comportamento/0017.html

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