segunda-feira, 3 de junho de 2013

Fiquem atentos para que a culpa não seja sempre dos filhos dos outros



Essa é uma preocupação que nós, pais e educadores, precisamos ter: “o amor cego” ou a “preferência” por ouvir apenas a versão de nossos filhos pode nos levar a sempre inocentá-los e atribuir culpa aos outros. É uma tendência natural, contudo essa “Percepção Seletiva”, como nos ensina Freud, pode ser uma armadilha pra nossos filhos. Acreditar sempre que o erro está no outro e não nos nossos filhos, pode cegar-lhes a capacidade de desenvolver autocrítica e limite nas questões de relacionamento social.

Não estamos aqui virando o nosso olhar para pais, principalmente mães superprotetoras. Em certo sentido elas até ajudam muito os filhos na construção da autoimagem e da autoestima. Faz parte do relacionamento mãe e filhos ou mesmo pais e filhos. O que devemos, porém, é estar atentos no sentido de evitarmos que o nosso “ amor cego” possa servir de um “caminho de fuga” para os nossos filhos. Isso não é bom para eles, pois podem se esconder de algo que fizeram, certos de que terão a nossa aprovação sempre. 
Na escola, mundo onde nossos filhos se expressam longe dos olhares dos pais, muitas vezes o comportamento das crianças muda. Claro que sim, pois a escola é o primeiro contato que os nossos filhos têm com o “mundo real” da sociedade. As regras são praticamente as mesmas que existem na sociedade e é lá que se relacionam com os colegas e experimentam a autoridade do outro, que não seja o pai e a mãe. É na escola que os nossos filhos assimilam todas as formas de sentimentos humanos, exigências de disciplina e organização. É óbvio, então, que nesse universo, rico em novas experiências, em algum momento, nossos filhos se comportem diferente do que em casa, onde estão acolhidos por laços afetivos e sanguíneos. 

De maneira geral, a melhor forma para sermos justos e termos segurança na educação de nossas crianças é estarmos sempre prontos para desarmarmo-nos os espíritos, toda vez que alguém venha nos falar algo sobre os nossos filhos. Não podemos imaginar que estão nos criticando. O que temos é uma conversa em pauta. Muitas vezes, se nos permitimos ouvir, vamos nos surpreender com a escuta e podemos então conhecer melhor nossos filhos. Ouvir a visão de nossos filhos é fundamental. Dê-lhes créditos e mantenha-se neutro. A neutralidade ajudará a confortar as informações. Essa atitude não significa falta de amor. Aliás, o amor de pais para os filhos é incondicional. Acredite que a melhor forma de demonstrar amor é dar segurança aos filhos e mostrar a eles o mundo. Temos que cuidar para que eles sejam também amados pelos outros. Infelizmente há crianças tão fora do senso-comum que ninguém as quer por perto. Aí eles sofrem, e a família também. Por isso, devemos mostrar-lhes o caminho de um bom relacionamento social, pautado no respeito aos outros e no limite do que, de fato, é o seu direito. 

É assim, gente! Criar filhos é difícil mesmo, e nesse mundo de hoje mais difícil ainda. Contudo, como no passado, os filhos de hoje necessitam de nossa atenção, de nosso carinho e de nossa correção. Nada disso mudou. O ser humano em formação necessita de orientação, de amor e de respeito. Deseja ser aceito e quer ser pleno em suas realizações. Por isso, eu digo que não será se negando a enxergar os pequenos erros de nossos filhos que estaremos dando a eles a chance de construírem um futuro melhor para si e para os demais de sua geração.

O importante, nessa caminhada, é saberem que não estão sós! Estamos juntos! A escola é a sua parceira na linda missão de formarmos pessoas felizes e preparadas para a vida.

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