“Eu
não compreendo essa criança!”, desabafa um pai ou uma mãe. Talvez não
reparemos, mas este desabafo pode soar como uma confissão de nossa falta de
habilidade, como pai ou mãe. Se os pais não compreendem os filhos, quem é que
irá compreendê-los?
O
que os filhos desejam da gente é compreensão. Precisam de compreensão, pois
necessitam de amparo, principalmente quando entram na adolescência. Isso não
significa dizer que não querem ser compreendidos na infância. Hoje em dia, já
com quatro anos de idade, a criança necessita de ser compreendida.
Hugo
de Azevedo, no livro O que os filhos
esperam dos pais, cuja leitura recomendo, ensina-nos que, como pais,
necessitamos dominar a inquietação que sentimos pelos filhos e dar a eles a
liberdade necessária para que cresçam. Eles precisam sair do ninho, amparados,
mas respeitados e compreendidos em suas demandas.
Compreender
significa, aqui, não se escandalizar com as mudanças rápidas dos filhos e
reconhecer que não podemos projetar com segurança o destino de nossos filhos;
reconhecer que os filhos são projetos vivos em evolução imprevisível. Não
controlamos o futuro, e muito menos o futuro de nossos filhos. A nós, pais,
cabe animá-los, avisá-los, orientá-los e respeitá-los, porém jamais
conseguiremos substituí-los. Eles são para sempre e é assim que se sentem
compreendidos.
Sinceramente,
esta leitura me impactou e, por isso, terei que operar uma enorme mudança em
mim. Realmente preciso ser mais compreensivo com meus filhos e isto significa
não apenas ser tolerante ou paciente, mas de fato compreensivo.
Os
filhos esperam que os pais sejam pais se preocuparem com as que amem, que se
preocupem com relacionamento antes de regras, que tenham compromisso com
prioridades, que estejam sempre próximos, não atribuindo às babás a missão de
ensinar e amar. Eles precisam que saibamos colocar limites sem traumatizar, que
ofereçamos o perdão verdadeiro. Esperam que sejamos pais e amigos, companheiros
comprometidos com o mundo deles.
Todo
filho quer “presença” antes dos presentes. Quer ter pais que ensinam mais com
exemplos, do que com palavras. Esperam que os pais vivam com emoção e que a
família seja um lugar seguro e feliz.
Se
observarmos os anseios dos filhos, o que temos de fato? O desejo de serem
felizes... É o que desejamos a eles e a nós mesmos. Todos buscamos a felicidade
e se, quando ainda criança, por diversas vezes, achamos que faltou compreensão
a nossos pais, todos carregamos alguma coisa em relação a isso.
Pois
é, vamos fazer diferente. Vamos de fato compreender os nossos filhos no sentido
de acolhê-los e fazê-los entender que pais e filhos é uma aliança eterna,
independentemente da situação civil do pai e da mãe. Não se deixa de ser pai e
de ser mãe. Não existe ex-pai ou ex-mãe. Independentemente de qualquer coisa,
pais e filhos estarão juntos e, por isso mesmo, vamos oportunizar às nossas
crianças tudo o que necessitam, começando pela compreensão. Estamos juntos e
confiantes!
Referência: Azevedo,
Hugo de. O que os filhos esperam dos pais. Ed. Quadrante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário