terça-feira, 24 de setembro de 2013

Crianças desobedientes: o que fazer?

Tem sido cada vez mais comum nos atendimentos que fazemos ouvir dos pais queixas sobre a desobediência dos filhos. É voz corrente a reclamação: “as crianças de hoje são mais indisciplinadas e difíceis de lidar”. Diante da dificuldade de educar, de fazer com que os filhos ouçam os pais, as famílias têm sofrido e muito no que se refere à harmonia do lar. Às vezes, até mesmo o casal não se entende quanto à educação dos filhos. Nessa divergência é que se instalam as “janelas” por onde as crianças (e principalmente os adolescentes) escapam. E acabam fazendo o que querem, muitas vezes errado.
Para que tenhamos adolescentes obedientes e responsáveis, é fundamental que os pais ou os responsáveis pela formação educacional de um indivíduo, em especial da criança, comece a ensinar-lhe o que é certo e a discipliná-lo em casa, ainda bem cedo. Essa orientação é importante para que a criança se situe e conheça as regras do bom convívio e da boa relação.
Muito do que serão na escola e na rua certamente será reflexo do que estão trazendo de casa. Vamos lembrar que a criança ao nascer é como um livro em branco. Quem irá escrever a história desse ser humano é a família e a escola. A família com amor e com valores; a escola com conhecimento e regras sociais que reproduzem as leis de nossa sociedade. A família ensinando o amor a Deus e ao próximo, a escola ensinando sobre cultura, relação social e esporte. Em uma única coisa, família e escola se encontram quanto à responsabilidade: disciplina e organização. Aí estamos juntos!
Considerando que nenhuma pessoa é educada de uma hora para outra, temos que ter muita paciência (e muita parceria com a escola) e sabedoria para termos sucesso com as nossas crianças. Como ninguém gosta de crianças desobedientes e de adolescentes “rebeldes sem causa”, o que devemos fazer, como devemos agir para que desde bem cedo consigamos estabelecer a disciplina em casa?
A primeira coisa a saber é que pai e mãe são as autoridades para os filhos. Não existe esse negócio de querer se igualar tanto aos filhos, ao ponto de as crianças e os adolescentes ficarem sem norte. Pai e mãe são os que colocam o norte em casa. Nada mudou em relação a isso na tão falada “educação moderna”. Não deixe de, nem por um minuto, deixar claro aos filhos que a orientação na família é dada pelo pai e pela mãe. Por isso, essa orientação não pode ser divergente e contraditória. Se um discorda do outro e na frente das crianças... Complicou e muito! Não abram mão de serem educadores de seus filhos. Não são os avós nem os professores que educam. Quem orienta e educa são os pais!
A segunda coisa a saber é que devemos educar sem culpa! Você está autorizado a educar. É bíblico o seu papel; assim como é bíblico o dever dos filhos de amar e respeitar pai e mãe. Nada de tentar compensar a pouca presença com superproteção ou mimos. Não tolere birra ou qualquer artimanha da criança. Se a criança sentir que tem culpa no ato educativo, ela vai desenvolver comportamento manipulador, defende a psicanalista Patrícia Nagawa (USP – Depto. de psicologia escolar).
A terceira coisa importante é criarmos um bom vínculo afetivo com nossos filhos. Brinque, demonstre carinho e garanta atenção. Não é preciso de muito tempo, apenas um pouco de tempo quando você chega em casa. Mas faça isso diariamente. Um pouco de atenção todos os dias basta.
A quarta coisa importante é entendermos que, diante da birra, é preciso aguentar firme. Corrija, não fique com receio dos olhares dos outros, caso esteja fora de casa. Não são eles que educam os seus filhos. Eles nem os conhecem! Tudo é com você! Não ameace, não bata ou humilhe a criança. Desvie a atenção dela e a acolha nos braços. Mas não ceda!
Estão aí quatro dicas simples e seguras. Não parece orientação de educador ou psicanalista, não é? Parece mesmo dica de métodos antigos e que sempre funcionaram. Pois é! Não precisamos de inventar nada, apenas resgatar métodos que sempre funcionaram.
Na casa da gente, não era assim? Orientação de meus pais era uma ordem a seguir. Eu e meus irmãos cumpríamos com segurança, pois sabíamos que os pais queriam o nosso bem. Sempre foi assim, na infância e na adolescência. Eu aprendi assim. E você?

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