Em meio as transformações que o mundo
vivencia nesse Século XXI que avança, na busca por tentar entender o sujeito,
como parte integrante de toda essa transformação, a psicopedagogia busca o
entendimento acerca das diferentes redes relacionais estabelecidas. O aprendiz,
agora “entorpecido” pelas influências desse mundo em movimento precisa ser
compreendido e analisado através de um olhar novo, que esteja também
sintonizado e conectado com todas essas mudanças.
Nesse mundo de tantas mudanças,
precisamos posicionar o ser (sentido sujeito), como um elemento essencialmente
integrado a um contexto sócio-afetivo em que escola e família constituem o
palco onde ele encena os papéis de sua vida. Assim sendo, a escola através de
seu serviço de psicopedagogia deve conhecer e desvendar a posição do aprendiz
em sua escola, mas também em sua família. Sabemos que crianças e jovens comprometidos
emocionalmente ou organicamente respondem a uma intervenção com sucesso, desde
que o núcleo familiar entenda e aceite a leitura e o prognóstico da situação
que está interferindo na aprendizagem ou mesmo no relacionamento interpessoal
do sujeito.
Temos claro como escola que a tarefa
fundamental de nosso trabalho é promover a boa aprendizagem e a perfeita
sociabilização de nossos alunos. Contudo, a aprendizagem depende de elementos
que estão associados às experiências extraescolares, ou seja, na família de
cada aprendiz. Aprender depende de investimentos no ensinar, mas exige muito
das possibilidades sócio-afetivas de cada sujeito. Vale dizer que a
aprendizagem vai acontecendo à medida que a criança vai construindo uma série
de significados que são resultados das interações que ela fez e continua
fazendo em seu contexto sócio-afetivo. Sabendo que a família é a estrutura
social básica e o primeiro núcleo de construção do sujeito, aí está a razão
para darmos tanta importância à família, para que crianças e jovens consigam
uma boa aprendizagem.
Um núcleo familiar estável e acolhedor
assim como motivador e estimulante se faz necessário para otimizar a
aprendizagem. Tem que ser um núcleo familiar que provoque em seus membros o
sentido de pertencimento. Tem que ser gostoso estar em casa. Tem que ser
prazeroso relacionar-se com os demais membros da família, mas tendo a
individualidade respeitada. Família, independente de sua constituição
tradicional ou não, tem que promover o desenvolvimento emocional de cada
membro. É preciso avançar, aceitar as mudanças e observar o que o mundo tem de
novo. Manter valores cristalizados em uma instituição social (pois família é
instituição social) que evolui, é no mínimo trazer os conflitos do passado para
dentro de seu núcleo familiar de hoje.
Hoje é consenso entre os especialistas
que não bastam e não são garantia para uma boa aprendizagem somente os estudos,
um bom projeto pedagógico e professores competentes. É preciso mais! Cabe a
escola e a nós educadores, construir respostas e instrumentos que atendam os
novos tempos que aí estão. A escola é uma instituição que tem uma pauta de
desempenho socialmente bem definida e historicamente situada. A execução
adequada e competente desta tarefa é que estabelece e constitui sua importância
e sua função social. Aderindo aos chamados desse novo mundo a escola tem que
inovar. Atender esta inovação não é só aderir as ferramentas tecnológicas de
ensino, mas também provocar mudanças de mentalidade. Acolher nossa vocação institucional
e ajudar famílias que se encontram com necessidade de apoio em casos
devidamente diagnosticados nos motiva e nos deixa radiantes de felicidade.
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