sexta-feira, 10 de abril de 2015

A Família, a Escola e o aprendiz: as dificuldades na aprendizagem e as relações familiares



Em meio as transformações que o mundo vivencia nesse Século XXI que avança, na busca por tentar entender o sujeito, como parte integrante de toda essa transformação, a psicopedagogia busca o entendimento acerca das diferentes redes relacionais estabelecidas. O aprendiz, agora “entorpecido” pelas influências desse mundo em movimento precisa ser compreendido e analisado através de um olhar novo, que esteja também sintonizado e conectado com todas essas mudanças.
Nesse mundo de tantas mudanças, precisamos posicionar o ser (sentido sujeito), como um elemento essencialmente integrado a um contexto sócio-afetivo em que escola e família constituem o palco onde ele encena os papéis de sua vida. Assim sendo, a escola através de seu serviço de psicopedagogia deve conhecer e desvendar a posição do aprendiz em sua escola, mas também em sua família. Sabemos que crianças e jovens comprometidos emocionalmente ou organicamente respondem a uma intervenção com sucesso, desde que o núcleo familiar entenda e aceite a leitura e o prognóstico da situação que está interferindo na aprendizagem ou mesmo no relacionamento interpessoal do sujeito.
Temos claro como escola que a tarefa fundamental de nosso trabalho é promover a boa aprendizagem e a perfeita sociabilização de nossos alunos. Contudo, a aprendizagem depende de elementos que estão associados às experiências extraescolares, ou seja, na família de cada aprendiz. Aprender depende de investimentos no ensinar, mas exige muito das possibilidades sócio-afetivas de cada sujeito. Vale dizer que a aprendizagem vai acontecendo à medida que a criança vai construindo uma série de significados que são resultados das interações que ela fez e continua fazendo em seu contexto sócio-afetivo. Sabendo que a família é a estrutura social básica e o primeiro núcleo de construção do sujeito, aí está a razão para darmos tanta importância à família, para que crianças e jovens consigam uma boa aprendizagem.
Um núcleo familiar estável e acolhedor assim como motivador e estimulante se faz necessário para otimizar a aprendizagem. Tem que ser um núcleo familiar que provoque em seus membros o sentido de pertencimento. Tem que ser gostoso estar em casa. Tem que ser prazeroso relacionar-se com os demais membros da família, mas tendo a individualidade respeitada. Família, independente de sua constituição tradicional ou não, tem que promover o desenvolvimento emocional de cada membro. É preciso avançar, aceitar as mudanças e observar o que o mundo tem de novo. Manter valores cristalizados em uma instituição social (pois família é instituição social) que evolui, é no mínimo trazer os conflitos do passado para dentro de seu núcleo familiar de hoje.
Hoje é consenso entre os especialistas que não bastam e não são garantia para uma boa aprendizagem somente os estudos, um bom projeto pedagógico e professores competentes. É preciso mais! Cabe a escola e a nós educadores, construir respostas e instrumentos que atendam os novos tempos que aí estão. A escola é uma instituição que tem uma pauta de desempenho socialmente bem definida e historicamente situada. A execução adequada e competente desta tarefa é que estabelece e constitui sua importância e sua função social. Aderindo aos chamados desse novo mundo a escola tem que inovar. Atender esta inovação não é só aderir as ferramentas tecnológicas de ensino, mas também provocar mudanças de mentalidade. Acolher nossa vocação institucional e ajudar famílias que se encontram com necessidade de apoio em casos devidamente diagnosticados nos motiva e nos deixa radiantes de felicidade.


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