sexta-feira, 31 de julho de 2015

O ambiente familiar: celeiro de emoções



No artigo anterior, eu me dirigi a vocês apresentando um pouco da teoria da neurociência e da neuroeducação. Em todo o mundo, os olhares acadêmicos estão voltados para essas teorias. Há centenas de estudos que demonstram que a forma como os pais se relacionam com os filhos, se com rígida disciplina ou empática compreensão, indiferença ou simpatia, está impactando em suas inteligências emocionais.
Mas o que é inteligência emocional? A Psicologia descreve a inteligência emocional como a capacidade que a pessoa tem de reconhecer os próprios sentimentos e os dos outros, assim como a capacidade de lidar com eles. Ora, o que isso tem a ver com o ambiente familiar? Recentemente descobriu-se que ter pais emocionalmente inteligentes é em si um enorme proveito para as crianças. A maneira como o casal lida com os seus sentimentos passa poderosas lições para os seus filhos.
Como o tema é novidade para muitos, acho interessante aprofundar um pouco sobre o que estou abordando, por isso listei o perfil de pais emocionalmente inábeis.

Observe alguns aspectos:

·        Ignorar qualquer tipo de sentimento, banalizando as perturbações emocionais dos filhos.
São os que acham que tudo passa e não aproveitam essas situações para se aproximar dos filhos;
·         Achar que as crianças saibam lidar com as tempestades emocionais.
São aqueles que tentam compensar os filhos emocionalmente com presentes para que não fiquem tristes e não aprofundam no problema;
·         Ser muito rigoroso e não respeitar o que as crianças sentem.
São os pais que berram irados com a criança, quando ela tenta argumentar.

Muito bem, aí temos as características mais comuns de pais com pouca habilidade emocional. Mas, qual seria o papel dos pais inteligentes emocionalmente que ensinam os filhos a conhecerem e a desenvolverem a sua inteligência emocional? Aqueles que aproveitam um momento de perturbação dos filhos para agir como uma espécie de treinador ou mentor emocional. Levam os sentimentos dos filhos tão a sério que fazem tudo para entender o que realmente está acontecendo. Acolher, conversar, compreender, acompanhar, participar, apoiar, corrigir, interagir, amar, isso é demonstrar esse amor. O impacto de uma paternidade exercida nesses termos é muito significativo. Sabemos que à medida em que crescem, as crianças vão adquirindo maturidade para chegar a um outro nível de aprendizagem emocional. O melhor caminho, até então, é afeição e menos tensão.
A primeira oportunidade para moldarmos os ingredientes da inteligência emocional é nos primeiros anos de vida, quando a criança ainda está formando a sua personalidade. Esse ensinamento emocional elas levarão por toda a vida. Crianças estimuladas de forma positiva e amorosa pelos pais, certamente terão mais energia emocional em suas vidas. Essas crianças crescerão com mais confiança, com curiosidade para descobrir emoções novas, autocontrole para controlar as próprias ações. Também terão mais capacidade de relacionamento e comunicação com as pessoas. Terão mais cooperatividade e habilidade de contornar crises. Que maravilha!
Crianças bem resolvidas emocionalmente... adultos felizes e emocionalmente competentes. O sucesso está aí: lidar bem com as emoções e criar oportunidades de bom relacionamento e comunicação adequada. Quem sabe lidar com tudo isso torna-se uma pessoa resiliente. Os grandes líderes são tudo isso. Por isso, eu me dirijo a vocês, pais. Nós temos em mãos a chave para abrir o portão da felicidade para os nossos filhos. Uma boa inteligência emocional, uma boa escola e boas companhias é tudo o que eles precisam para brilharem. A autocofiança, a fé em si e em Deus os empurram para o sucesso e a felicidade.

Fonte: Inteligência Emocional de Daniel Goleman.
Ed. Objetiva.


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