quinta-feira, 21 de julho de 2011

O brincar: a preparação para a alfabetização

 
O brincar, o lúdico, o simbólico no cotidiano das crianças são elementos essenciais para o seu desenvolvimento. As crianças, principalmente as menores, processam o mundo e as informações que recebem através de brincadeiras. É dessa forma que ela cria, imagina e se realiza. Brincando, a criança aprende com toda riqueza do aprender fazendo, sem ter o medo de errar. Ao brincar, as crianças aprendem a conviver respeitando os outros e dividindo com os amigos. É no brincar que as crianças aprendem as primeiras regras de disciplina e a necessidade de negociação. Também é brincando que a inteligência criativa é aguçada e o imaginário torna-se real. Assim sendo, o brincar não é só uma ocupação de diversão, mas um momento muito importante no desenvolvimento infantil.
É no mundo do brinquedo, onde a criança pequena vive mergulhada, é que devemos buscar as ferramentas para trabalharmos os primeiros passos para o desenvolvimento físico e psicológico capaz de assegurar as crianças um nível tal que a alfabetização passe a ser interessante e vivenciada como um jogo. Nesse prisma a escola torna-se lugar de brincar. Um brincar orientado, a partir de propostas e não brincar livre, embora haja também lugar para a recreação. Porém é importante que saibamos que o lúdico tem o lugar de destaque na ação do aprendizado.
Quando a criança entra no 1º ano do Ensino Fundamental, inicia-se de fato o processo de alfabetização do educando. Para as crianças é um marco, uma conquista, pois elas acham que estão entrando em uma “escola de verdade”. Para os pais, também, o primeiro ano é um marco, um começo. Seu filho está entrando no “mundo real”. Esse é um momento crítico, pois como ocorre em cada etapa de conquista, haverá regressão, mas é importante salientar que teremos também nessa etapa inicial do ensino fundamental o brincar como elemento necessário para o aprendizado. Mais uma vez, o lúdico se alia as técnicas pedagógicas para a construção do aprender. Aos poucos o simbólico vai dando lugar ao real e criança vai crescendo e aprendendo a dominar os códigos da escrita e da leitura.
O lúdico possibilita que a criança exerça sua capacidade de criar, favorecendo a auto-estima e auxiliando-as a superar o egocentrismo, contribuindo sistematicamente para que a criança interiorize determinados modelos de adultos, no âmbito de diversos grupos sociais.
Observa-se que crianças que manuseiam deste cedo os brinquedos são seres felizes, aptos a se desenvolverem de forma criativa, conseguindo se expressar melhor com o mundo em que vivem. Assim, por meio do Lúdico, a criança realiza uma aprendizagem significativa, pois o ato de brincar proporciona a ela uma relação entre as coisas e as pessoas e, ao relacioná-las constrói o seu entendimento, refletindo aquilo que percebe do mundo, como os aspectos sociais, familiares e culturais e percebendo os futuros papéis que terão que desempenhar. Com isso o seu cognitivo e afetivo estão sendo estimulados. Por isso, a brincadeira deve ser compreendida como uma atividade social da criança e fundamental para a construção de sua personalidade.
Em alguns estabelecimentos de ensino se trabalha com o “dia lúdico”. Para nós esse dia é sempre a sexta-feira. É um dia definido como de lazer e aprendizagem onde a criança se transforma, toma características que não possui e se remete ao mundo de fantasias que com certeza contribuirá muito para o seu desenvolvimento.
Aproveitem esse momento em que seus filhos estão. Brinquem com eles e acompanhe o seu desenvolvimento, ajudando-os nas lições de casa. Dessa forma, eles crescem confiantes e felizes para o mundo. Tenham certeza sempre que estamos atentos aos movimentos de cada um de nossos alunos, certos de que nossa prontidão é de importância fundamental para o sucesso de nossa missão.

             

Fonte bibliográfica:

1. CUNHA, Nylse Helena Silva. Brinquedoteca: um mergulho no brincar. Ed. Vitor. São Paulo 2001. 

2. BRAZELTON, T. Berry e Joshua D. Sparrow. 3 a 6 anos – Momentos decisivos no desenvolvimento infantil. Ed. Animed. Porto Alegre, 2003.

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