terça-feira, 26 de julho de 2011

O que o aprendizado das letras fala para nós


Eu tenho um filho na fase de alfabetização. Ele está no momento auge da aquisição da escrita e da leitura. Sou eu quem faz as lições diariamente com ele, acompanhando o despertar para a escrita. Vejo-o motivado, alegre a cada desafio vencido e já construindo frases que me enchem de confiança.
Como diretor de uma escola de Educação Infantil e Ensino Fundamental, parei para refletir sobre o seguinte: o que pode estar por trás de crianças que em plena fase de aprendizado da escrita e leitura apresentam tantas dificuldades? Sei que há uma resposta reducionista a essa questão. Os especialistas dizem que o problema é a escola, a família ou mesmo a criança. Muitas vezes, o problema acaba mesmo sendo “despejado” no colo das crianças, que assumem toda responsabilidade no déficit. Felizmente isso está mudando. Hoje sabemos que aprender a ler e a escrever não depende só da aquisição de técnicas, mais do que isso, depende de dar sentido ao que se ensina, da afetividade por parte de quem ensina e da segurança por parte de quem está aprendendo. Assim, não é abuso dizer que crianças felizes, alegres e acolhidas, aprendem mais e melhor. Dessa forma, o sintoma infantil de não aprendizado tem sempre um valor relacional. Nem sempre o problema está na criança, mas sim refletindo na criança.
A escrita é uma marca, é uma expressão de ser e exige tempo e muito esforço. Requer dedicação, mas também acompanhamento e paciência. Cabe ao adulto, professor ou mesmo os pais em casa, ser facilitador do processo. Deve despertar na criança o desejo de aprender e não desvalorizá-la, caso não consiga rapidamente aprender. Faz-se necessário ver o erro da criança não como uma falta, mas como algo construtivo, erra-se no momento em que se tenta construir o correto. Por isso, a criança necessita de apoio e confiança, estímulos, através de elogios e pequenos desafios; um dia uma palavra nova é aprendida e em outro dia a palavra pode ser lida.
         A professora alfabetizadora está atenta ao desenvolvimento de seus alunos e apta a observar se há algo errado no processo. Ela possui a dimensão criadora, capaz de despertar nas crianças o desejo de se expressarem na escrita e na leitura. É ela que conduz o alfabetizando às descobertas mágicas da comunicação. Seu trabalho permite que a junção de símbolos revele um ser que se expressa em uma linguagem. É ela quem busca formas distintas de intervenção no processo pedagógico que oportuniza ao educando o despertar para a escrita e a leitura. Como educadora, está atenta às diversidades e à pluralidade de uma sala de aula, sempre pronta para ensiná-los. Por isso, procure a professora de seu filho, fale com ela, assim saberá se o processo de alfabetização de sua criança está transcorrendo naturalmente e o que é necessário fazer para continuar estimulando e ajudando nessa conquista. 

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