terça-feira, 26 de julho de 2011

As relações interpessoais positivas no processo Ensino-Aprendizagem



      Muito se tem falado sobre a importância das relações interpessoais no nosso cotidiano. Outro dia mesmo, li um artigo na folha de São Paulo em que o articulista afirmava que, nas grandes empresas e mesmo nos pequenos negócios, o relacionamento positivo gera perspectiva de bons negócios. Pensei muito no que li e me perguntei: Em Educação, é necessário discutirmos relações interpessoais? A resposta veio com Celso Antunes, renomado educador que no livro Temas em Educação (2003, P.33) afirmou: “Todo professor íntegro se preocupa em dar uma boa aula. Mais ainda, gostaria de ministrar uma aula memorável, inesquecível... Com esse objetivo, pesquisa, estuda, debate, consulta, experimenta. Envolve-se no domínio de teorias pedagógicas... Nem sempre porém esse meritório esforço implica em resultados... O que falta? Muitas vezes a resposta a essa pergunta sintetiza-se no imenso tema das Relações Interpessoais”.
     Mas o que seriam Relações Interpessoais? Poderíamos dizer que se trata de um conjunto de procedimentos que facilitam a comunicação, estabelecendo laços fortes no relacionamento entre os indivíduos. Significa estabelecer entre a instituição, professores e alunos uma integração que permita a existência de confiança. Retomando Celso Antunes, diria que, principalmente na relação professor-aluno, o professor tem que buscar meios de transformar contatos em convívios, no sentido de estabelecer uma relação de troca. Em um sentido mais amplo, seria muito interessante que o professor desenvolvesse um papel de orientador, aplicando linguagens de comunicação que passe pelo aspecto afetivo. Manter um papel de autoridade ou uma relação distante com os alunos dificulta muito o processo Ensino- Aprendizagem. Portanto, investir em Relações Interpessoais é desenvolver estratégias de um bom relacionamento que servirá para a pavimentação de uma boa comunicação entre Educador e Educando. Desnecessário dizer que o projeto de uma boa relação interpessoal não exclui a necessidade da disciplina e o cumprimento das normas de convivência. Imagine, por exemplo, o professor de História tentando fazer uma explicação e a classe sendo incomodada pela indisciplina de um ou de outros? A boa relação interpessoal exige entendimento e entrega de ambos os “atores” no cenário da Educação. Professores e alunos têm que construir um clima de amistosidade, cordialidade, gentileza e cooperação.
      Nas relações interpessoais, é preciso considerar que cada indivíduo é um. O que vale para um não necessariamente é bom para o outro. Mesmo que uma brincadeira ou a utilização de um vocábulo pelo professor possa ser recebido naturalmente por todos em uma sala de aula, cada um terá uma impressão e acolherá a mensagem a partir de uma leitura fundamentada em sua experiência de vida. É preciso que o professor, disposto a construir relações interpessoais positivas, amenize os fatores geradores de conflitos presentes na própria forma de se dirigir aos alunos.
      A ideia de Escola avançou junto com a Evolução da Educação. Hoje, temos certeza de que não é a única função da Escola a transmissão de um conteúdo. A Escola aceitou o desafio de “transformar” o educando, a partir de uma formação cidadã que desperte o senso crítico e dê a ele uma consciência ecológica e responsabilidade social. Nesse cenário, as relações interpessoais passaram a ganhar importância fundamental e os laços entre o professor e o aluno estreitaram-se. Por tudo isso, o educador deve buscar estratégias de relacionamento interpessoal, cuidando com afeição de preservar o papel do professor que, em síntese, está relacionado a ensinar, a formar pessoas de maneira consciente, a partir de um relacionamento afetuoso e confiante com os alunos.



Fonte Bibliográfica:

TEMAS EM EDUCAÇÃO II – Livro das Jornadas 2003. Ed. Gráfica PubliCOC.

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