sexta-feira, 1 de julho de 2011

O papel do Educador na formação de pessoas – o aluno visto como ser humano em formação

     A Psicologia Moderna tem colocado, com freqüência, questões que norteiam, ou tentam nortear, a relação professor-aluno em sala de aula. Muito se tem dito sobre a necessidade de resgatarmos o papel do professor na “formação de gente”. Na verdade, hoje, a pedagogia e ciências afins vêm discutindo não só o papel do Educador, mas principalmente o seu desempenho como agente capaz de oferecer ao educando mudanças significativas não só no aspecto cognitivo - afetivo, mas também no sócio-ambiental e no ético-moral.
      Ao contrário do que muitos imaginam, os alunos não querem um professor “amigo”, da forma como entendemos o significado da palavra. Eles querem um professor sério e comprometido. Um professor que saiba brincar com inteligência e na hora certa. Bem humorado e ativo. Contudo, querem que ele exerça a sua autoridade com segurança e com respeito aos direitos de todos. Amigos, eles têm vários, autoridades com respeito, poucas. Por isso, tenha certeza de que o professor que se coloca respeitosamente diante da classe ganha confiança e transmite valores. Já  o professor que se coloca de forma agressiva ou desorganizada, colhe falta de confiança e falta de respeito.
     Muitos alunos estão insatisfeitos com as aulas e os professores. Apresentam-se desmotivados e apresentam um rendimento médio (quando muito), mostrando interesse apenas em “passar de ano”, sem aprender de fato o conteúdo. Isso ocorre, acredite você, devido à falta de autoridade do professor em sala de aula. A autoridade a que me refiro não é a imposição da vontade pessoal do professor, mas o respeito conquistado por ele diante da classe. O Educador que tem autoridade possui a capacidade de liderar e conduzir os alunos. O professor respeitado consegue da classe e faz pela classe, é admirado e torna-se fonte de inspiração e modelo. Ao contrário, o professor que não está “vestido” da autoridade do educador dissipa a motivação e mantém os alunos na passividade total. O professor que tem a consciência de seu papel, de sua personalidade e da sua identidade construída não se sente inseguro, ele transmite confiança e em seguida respeito. Assim, pode ser amigo, pois um professor amigo é alguém com abertura, autoridade e segurança. É alguém que faz justiça, que não humilha, que controla a disciplina e ensina com vontade. Com tanta vontade que o aluno percebe. Essa é a base para que os alunos confiem a ponto de aceitarem os valores daquele Educador, absorvendo também a metodologia e o conteúdo. Dessa forma, um professor para ser o educador que forma seres humanos não pode ser apenas um grande conhecedor de sua disciplina, é preciso que seja humano, real e “possível”, construa uma relação de respeito mútuo com os alunos e os demais colegas, tenha uma vida pautada em valores éticos e morais e que tenha consciência da importância de seu trabalho. Esse modelo de educador é o que constrói o vínculo necessário com o educando, transformando-o em alguém capaz de confiar amplamente no professor. Aqui está a matriz de valores que constrói no inconsciente coletivo o verdadeiro papel do educador.



  Fonte bibliográfica:

  1. DELORS, Jacques. A educação para o século XXI, questões e perspectivas. Porto Alegre. Ed. ArtMed, 2005.
  1. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia.São Paulo. Ed. Paz e terra, 1997.

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