quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A escolarização do brasileiro vai muito mal.


O Instituto Paulo Montenegro e a Organização Não Governamental (ONG) Ação Educativa divulgaram os dados obtidos em uma pesquisa nacional INAF (Indicador do Analfabetismo Funcional), realizado em 2011 – 2012. Esse  trabalho teve por objetivo avaliar o real nível de escolarização do povo brasileiro e, principalmente, analisar se há correspondência entre o nível de escolaridade do cidadão e a série final que teria ele cursado e completado na escola.
Segundo revelaram os dados dessa pesquisa, pasmem, apenas 26% da população pode ser considerada plenamente alfabetizada. Isto é, só esse pequeno percentual consegue fazer a leitura compreensiva de um texto, entendendo  a mensagem ali contida. Só 26% dos brasileiros conseguem analisar o que está lendo. Esse estudo também revelou que apenas 35% das pessoas com Ensino Médio completo podem ser consideradas plenamente alfabetizadas. Pior, constatou-se que 38% dos brasileiros com formação superior tem nível insuficiente de leitura e de escrita. É o caos.
Com a avaliação aplicada, a pesquisa classificou o nível dos pesquisados da seguinte forma: analfabetos, alfabetizados em nível rudimentar, alfabetizados em nível básico e plenamente alfabetizados. Em pleno século XXI, inacreditavelmente o Brasil ainda tem 27% de analfabetos funcionais, que são aqueles que escrevem, mas pouco entendem e erram muito, muito mesmo. E  47% de nossa  população apresenta um nível de alfabetização básico.
Embora esses  índices sejam assustadores, analisando-se os resultados obtidos, constata-se que os números melhoraram desde 2001, quando se iniciou o trabalho de aferir esses dados. A pesquisa também revelou um dado bastante interessante: existe  uma estreita ligação entre a renda do indivíduo e sua escolarização. Outro dado significativo revelado nesse estudo é o fato de os brasileiros de baixa renda terem tido mais acesso à escola. Isso, no entanto,  não significou ganho real na qualidade de sua escolarização, o que comprova que estamos oferecendo escola pública de baixa escolaridade. 

Vamos atentar a isto! Não podemos nos deixar enganar. Precisamos, e muito, de mudar a nossa visão sobre a escola e o modelo educacional brasileiro. Acredito que as políticas educacionais públicas estão equivocadas e se faz necessário revisão imediata de nossas práticas pedagógicas. Para tanto, exige-se de todos comprometimento político.
Não podemos mais suportar tantos índices ruins. Precisamos de resultados de qualidade que coloquem o país em destaque mundial e deem sustentação ao impulso econômico que estamos tendo. Sem uma população educada, preparada, certamente não teremos bons resultados econômicos. O capital internacional exige um mercado capaz de oferecer mão-de-obra capacitada para produzir e consumidores com poder de compra assegurada. E como poderemos  consolidar isso, sem educação? Temos que mudar, e já!
 
 

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