quarta-feira, 29 de agosto de 2012

AGRESSÃO: BRIGAS E MORDIDAS, o que os pais devem fazer?



Aproximadamente aos 3 anos de idade, as crianças são surpreendidas por sentimentos agressivos. Tal comportamento irá se instalar nelas, de acordo com a história de vida e também da dinâmica familiar. O grau de agressividade das crianças nessa faixa etária será diretamente proporcional ao grau de atenção e cuidado que ela está recebendo em casa. Esse comportamento agressivo pode ser, para nós, bastante perturbador, pois carrega um pesado preço que está na angústia que a própria agressividade da criança provoca em todos.

O objetivo maior de nossa reflexão é o seguinte: como os pais podem ajudar o filho a enfrentar seus próprios sentimentos agressivos com menos medo, em preparação para a eventual tarefa de aprender a lidar com eles? A resposta está em uma só atitude: acolher a criança agressiva com afeto e fazê-la refletir sobre o seu ato, conduzindo-a a pedir desculpas. No entanto, mais do que isso, ela precisa reconhecer que errou com segurança. Isto quer  dizer que a criança agressora deve ser orientada a se desculpar e a reconhecer que errou, sem que isso gere medo ou insegurança.

Nessa faixa etária, se a criança se sentir insegura e temer um castigo, por exemplo, ela poderá não querer refletir ou assumir o próprio erro. Portanto, fazem-se necessários pedagogia e carinho. Uma criança agressiva que se sente rejeitada pelo fato de ter mordido, empurrado ou batido no irmão ou no amigo certamente corre o risco de sentir-se realmente má. A criança está pronta para conviver bem com o sentimento de culpa? Essa é a questão!A criança deve ser conscientizada de suas ações e das consequências, mas se for arrasada, não aprenderá. Ao contrário, ela será forçada a proteger-se contra a dor de se sentir culpada e, para isso, eternizará a ideia de que é má mesmo. Pronto, instalou-se aí o “Mau Comportamento”.

Morder e bater pode ser um comportamento criado de propósito no inconsciente. A criança agressiva pode ficar fascinada pelo fato de que todos estão nervosos e ocupados em resolver o problema com a  ofendida. Assim, ações violentas dos pais ou cuidadores podem apenas reforçar na criança a necessidade de repetir esse comportamento.

O melhor é usar uma técnica muito boa: oferecer à criança uma boneca ou carrinho para ela morder quando “sentir vontade”. Agora o ideal será oferecer o brinquedo que a criança mais ama. Aí é que eu quero ver... Será que não irá se controlar, até mudar esse comportamento? Tenha certeza que sim. Falar com energia e disciplinar está correto, mas deixá-la isolada no castigo não resolve. É preciso ajudá-la, pegá-la no colo e confortá-la, para, então, orientá-la com firmeza, sem agressividade.

Disciplina significa ensinar. Não é a mesma coisa de punição e não podemos confundir. A disciplina visa a um objetivo importante que é a autodisciplina. A criança só atingirá a autodisciplina se ela aprender a se controlar. Aprende-se com carinho, com orientação e com exemplos. Como eu disse no início deste ensaio, pais agressivos ensinam com exemplo. O ambiente familiar tem que ser tranquilo para que as crianças sintam-se seguras e acolhidas. Mais do que isso, a criança necessita de afeto, de ser ouvida e integrada à família. Os pais têm que dar atenção, pois o contrário leva as crianças a buscarem formas de serem notadas. Chamarão a atenção dos pais, mesmo que, para isso, tenham que morder, chutar, empurrar e bater em alguém.

Lembrem-se sempre de que estamos juntos. A Escola é a extensão de seu lar. Procurem orientação de nossas educadoras. Estamos preparados para orientá-los e ajudá-los com muita dedicação e competência.



Bibliografica:

Brazelton, T. BERRY. 3 a 6 anos – Momentos decisivos do desenvolvimento infantil. Ed. Arimed, Porto Alegre. 2003.


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