AGRESSÃO: BRIGAS E MORDIDAS, o que os pais devem fazer?
Aproximadamente aos 3 anos de idade, as
crianças são surpreendidas por sentimentos agressivos. Tal comportamento irá se
instalar nelas, de acordo com a história de vida e também da dinâmica familiar.
O grau de agressividade das crianças nessa faixa etária será diretamente
proporcional ao grau de atenção e cuidado que ela está recebendo em casa. Esse
comportamento agressivo pode ser, para nós, bastante perturbador, pois carrega
um pesado preço que está na angústia que a própria agressividade da criança
provoca em todos.
O objetivo maior de nossa reflexão é o
seguinte: como os pais podem ajudar o filho a enfrentar seus próprios
sentimentos agressivos com menos medo, em preparação para a eventual tarefa de
aprender a lidar com eles? A resposta está em uma só atitude: acolher a criança
agressiva com afeto e fazê-la refletir sobre o seu ato, conduzindo-a a pedir
desculpas. No entanto, mais do que isso, ela precisa reconhecer que errou com
segurança. Isto quer dizer que a criança
agressora deve ser orientada a se desculpar e a reconhecer que errou, sem que
isso gere medo ou insegurança.
Nessa faixa etária, se a criança se sentir
insegura e temer um castigo, por exemplo, ela poderá não querer refletir ou
assumir o próprio erro. Portanto, fazem-se necessários pedagogia e carinho. Uma
criança agressiva que se sente rejeitada pelo fato de ter mordido, empurrado ou
batido no irmão ou no amigo certamente corre o risco de sentir-se realmente má.
A criança está pronta para conviver bem com o sentimento de culpa? Essa é a
questão!A criança deve ser conscientizada de suas ações e das consequências,
mas se for arrasada, não aprenderá. Ao contrário, ela será forçada a
proteger-se contra a dor de se sentir culpada e, para isso, eternizará a ideia
de que é má mesmo. Pronto, instalou-se aí o “Mau Comportamento”.
Morder e bater pode ser um comportamento
criado de propósito no inconsciente. A criança agressiva pode ficar fascinada
pelo fato de que todos estão nervosos e ocupados em resolver o problema com a ofendida. Assim, ações violentas dos pais ou
cuidadores podem apenas reforçar na criança a necessidade de repetir esse
comportamento.
O melhor é usar uma técnica muito boa:
oferecer à criança uma boneca ou carrinho para ela morder quando “sentir
vontade”. Agora o ideal será oferecer o brinquedo que a criança mais ama. Aí é
que eu quero ver... Será que não irá se controlar, até mudar esse
comportamento? Tenha certeza que sim. Falar com energia e disciplinar está
correto, mas deixá-la isolada no castigo não resolve. É preciso ajudá-la,
pegá-la no colo e confortá-la, para, então, orientá-la com firmeza, sem
agressividade.
Disciplina significa ensinar. Não é a mesma
coisa de punição e não podemos confundir. A disciplina visa a um objetivo
importante que é a autodisciplina. A criança só atingirá a autodisciplina se ela
aprender a se controlar. Aprende-se com carinho, com orientação e com exemplos.
Como eu disse no início deste ensaio, pais agressivos ensinam com exemplo. O
ambiente familiar tem que ser tranquilo para que as crianças sintam-se seguras
e acolhidas. Mais do que isso, a criança necessita de afeto, de ser ouvida e
integrada à família. Os pais têm que dar atenção, pois o contrário leva as
crianças a buscarem formas de serem notadas. Chamarão a atenção dos pais, mesmo
que, para isso, tenham que morder, chutar, empurrar e bater em alguém.
Lembrem-se sempre de que estamos juntos. A Escola
é a extensão de seu lar. Procurem orientação de nossas educadoras. Estamos
preparados para orientá-los e ajudá-los com muita dedicação e competência.
Bibliografica:
Brazelton,
T. BERRY. 3 a 6 anos – Momentos decisivos do desenvolvimento infantil. Ed.
Arimed, Porto Alegre. 2003.
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