As relações dinâmicas inconscientes entre pais e filhos
Recentemente,
li um livro do psicanalista Maud Mannoni e muito me interessaram as
considerações feitas acerca da importância fundamental do bom relacionamento
entre pais e filhos para o bom desenvolvimento das crianças e, também, para a
sua vida de adulto. É interessante e muito importante termos a consciência de
que os filhos refletem a insatisfação e a infelicidade dos pais. É a criança e
o adolescente que suportam inconscientemente o peso das tensões e interferência
da dinâmica emocional dos pais. Assim, seria como dizer que crianças e
adolescentes são porta-vozes de seus pais.
As
crianças e os adolescentes são as respostas às inquietações dos pais, podendo
até, em situações de ambiente conflituoso no lar, desenvolverem problemas
psicossomáticos e, claro, baixo rendimento escolar. Tudo isso é sim produto do
emocional da criança e que, não cuidado, é carregado até á vida adulta,
mergulhando o sujeito em um mundo interior conflituoso, com reflexos na vida
sentimental, profissional e tudo o mais. Como o que desejamos é a felicidade de
todos, bem como um desenvolvimento sadio para as nossas crianças, quais são,
portanto, as condições necessárias e suficientes no meio em que vivem as nossas
crianças?
Para que
elas vivam em um ambiente emocionalmente seguro, é necessário que tenhamos
assumido com fé o nosso papel emocional e educativo. Os pais têm que mostrar
afeição aos filhos, transferir a eles confiança e educá-los para a vida. As
crianças necessitam de apoio de adultos resolvidos e conscientes, para que
possam crescer felizes e seguras. Importante colocar aqui que o papel de pai,
desempenhado por um pai, e o de mãe, desempenhado pela mãe é fundamental. Mães
que fazem o papel de pai e pais que assumem o de mãe devem ficar atentos para
ter certeza de que não estão se omitindo
de cumprir todas as responsabilidades
que cabem a cada um. A presença
efetiva de adultos bem resolvidos, atuando como pai e mãe da criança, gera a segurança
necessária para que ela se torne um adulto autônomo, seguro, responsável,
assertivo. E isso independe de ele ser ou não pai e mãe biológico.
Um dia
desses, em uma postagem no Facebook, um amigo que é especialista na área postou
esta mensagem, que mexeu muito comigo, o que me levou a querer compartilhá-la com vocês: “Crianças difíceis, crianças alienadas,
crianças em perigo moral, crianças rebeldes a qualquer tratamento médico, quem
são vocês, quem são seus pais?” (Maud Mannoni)
Deixo,
aqui, esse questionamento para que possamos avaliar o impacto de nossa
existência na vida de nossas crianças. Temos que estar atentos e é por isso que
eu como pai, amigo e educador me dirijo a vocês. Vamos olhar com muito cuidado
para as nossas crianças e procurar sempre em nossa relação com elas passar
sempre a certeza de que a amamos, conscientes de que somos referência positiva
para elas.
Continuamos juntos nesta caminhada em busca da
educação plena.
Bibliografia:
Mannoni, Maud. A primeira entrevista em psicanálise, 2ª edição. Ed campus, RJ.
2004.
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