Não é incomum
que crianças e adolescentes sejam diferentes em casa e fora de casa. O
comportamento pode mudar sim. Geralmente, na escola, eles agem diferente do que
agem em casa, mesmo postos diante de um mesmo problema. Alguns, na escola, são
introvertidos, enquanto em casa são extrovertidos. Há situações em que na
escola são levados, e, em casa, quietos. Às vezes, acontece o contrário de tudo isso. E
quando pais e escola sentam para conversar sobre a criança, parece-nos que falamos
sobre duas pessoas diferentes.
Uma outra situação
muito observada em nossos lares é a agressividade de um irmão com outro,
enquanto na escola ele é uma “graça de pessoa”. Por que acontece isso? A
agressividade em casa, justamente onde as crianças são tão carinhosamente
acolhidas, significa um grande problema? Na verdade, não! À luz dos
conhecimentos psicanalíticos, a agressividade, contraditoriamente ao que
parece, não manifesta um distanciamento afetivo, mas o contrário. Ela denuncia
que existe um vínculo e que ele é importante bastante para despertar a raiva.
Acredite! Só sentimos raiva daquilo ou daquele que é importante para nós.
Situação igual pode acontecer entre pais e filhos, principalmente quando estão
entrando na adolescência. Momentos de muita agressão e raiva podem permear uma
discussão entre pais e filhos. Mas, por que isso acontece? Acontece, pois os
filhos sabem inconscientemente que precisam crescer, ganhar autonomia, ir para o
mundo. E, ao fazerem isso, quando
encontram resistência dos pais... aí está o problema!
Muitas vezes,
na escola, onde o espaço é apenas da criança, sem uma intervenção direta dos
pais, ela manifesta ali o seu “eu” de forma muito natural. A escola geralmente
é um ambiente seguro, onde os educadores permitem a manifestação da
expressividade de cada um. O esporte, os eventos, os projetos transversais, a
sala de aula, tudo é planejado e preparado para que a criança se manifeste, logo,
não é para se estranhar que a criança se realize de forma diferente do que se
realiza em casa: “A casa é o útero, a escola é o mundo”. É isso! A superproteção
em casa, o zelo exclusivo, o afeto dos familiares oportunizam um ambiente
diferente do escolar. Assim, a manifestação da criança se fará de forma
diferente. Por isso mesmo, posso ter em casa uma criança ou um adolescente
diferente daquele que tenho na escola. Muito natural. O que necessitamos é de
sintonizar as práticas educativas do ambiente familiar com as práticas
educativas do ambiente escolar. Se conseguirmos essa sintonia, teremos crianças
mais consolidadas em seu “eu”, em sua personalidade. Como estamos lidando com
formação de pessoas, a coerência escola-família e família-escola é essencial.
As crianças e
os adolescentes possuem códigos e linguagens que necessitam ser compreendidos.
Uma criança ou adolescente com comportamento na escola muito diferente do
comportamento no lar, ou vice-versa, pode estar querendo dizer algo. Como eu
disse, é natural que haja diferenças, mas é preocupante se essa diferença for
muito acentuada a ponto de termos duas personalidades em questão. Sabe como se
resolve tudo isso? Inicialmente, conversando e alinhando procedimentos
comportamentais com a escola, e, ao mesmo tempo, dando espaço em sua casa para
que seu filho também se manifeste. Que seja lido e ouvido. Entendido e amado. É
essa a fórmula.
Estamos juntos na missão de educar nossas
crianças e adolescentes para a vida. Conte conosco!
Tipo, eu sou o contrario disso, não consigo me sentir a vontade na escola sou tímido demais mas em casa eu sou quem eu sou de verdade. Qual a explicação disso? Preciso de uma ajuda porque minha timides extrema esta começando a me prejudicar...
ResponderExcluirOlá! o que observo é uma alteração de comportamento em ambientes diferentes. Você está mesmo feliz nessa escola? Há algo que lhe incomode por lá? Procure responder essas perguntas e ter um momento de reflexão com a orientação educacional de sua escola. Certamente lhe ajudarão.
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ResponderExcluirEu sou diferente na escola por não ser iguais aos outros de conversar de se expressar eu só consigo ficar quieta no meu canto pois quando estou em casa eu sou uma pessoa bastante extrovertida.
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