sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Educar os filhos para a felicidade


Eu tenho recentemente pensado muito sobre a educação dos filhos. Minha motivação reside em um momento lindo que vivo: o aprofundamento no estudo da Psicanálise e na alegria de estar me preparando para a chegada do meu quarto filho. O encontro comigo mesmo e o crescimento de minha família me tornam um privilegiado. Estou muito feliz e como sempre, um pensador. Educar meus filhos para a felicidade é o meu foco hoje e quero muito compartilhar com vocês esse meu pensar.
Na difícil missão de educar para vida, o que nós, pais, desejamos é um manual de regras e estratégias a seguir. Ocorre que cada criança é um universo próprio, cheio de experiências próprias e que certamente não haveria no mundo um manual que contemplasse toda essa diversidade que é o ser humano. Assim, torna-se impossível desenvolvermos um manual, um método, ou mesmo uma regra para educarmos nossos filhos para a felicidade. O que necessitamos é de buscar em cada filho a sua essência, a sua natureza e fazermos, em cada um, a leitura de sua personalidade.
Se a criança nasceu com a alma independente, ela precisa de liberdade para ser, o que verdadeiramente ela é. Orientar sim, ensinar também, mas “doutrinar” em um padrão por nós sonhado não será o melhor caminho. Procurar criar filhos perfeitos, moldados em nossos sonhos, pode não ser exatamente o correto e, aí, podemos estar criando um filho para a nossa felicidade e não para que ele tenha a sua própria felicidade. A vontade que temos de criar filhos perfeitos pode nos levar a esquecer que o ser humano tem alma e que cada um tem a sua alma. Se a alma de seu filho não for escutada, pode ser que ele encontre muita dificuldade em ser feliz.
Para que eduquemos nossos filhos para a felicidade não é fundamental que eles façam de suas vidas a realização de nossos sonhos. Eu já coloquei isso em um outro ensaio meu. Não podemos transferir para os nossos filhos os nossos desejos ou frustrações. “A infelicidade de muitas pessoas começa exatamente quando seus pais têm um projeto de vida grandioso para elas. Ser pai, ser mãe, portanto, não pode ser enquadrar o seu filho em um projeto de vida que você criou, mas sim ajudá-lo a realizar sua própria vocação existencial” (Roberto Shinyashiki, p. 17). Essa verdade mexeu muito comigo, e eu estou convencido de que o meu papel como pai é o de descobrir com os meus filhos qual é o melhor caminho para que eles encontrem a felicidade. Descobri que se eles crescerem felizes e forem felizes como adultos, eu estarei feliz e realizado como pai. Claro! A minha felicidade reside na felicidade de meus filhos.
Educar os filhos para a felicidade é dar a cada um a oportunidade mágica de ser ele mesmo. Mas como se faz isso? Dando a eles o sentido do respeito ao jeito de ser de cada um. Nenhum dos meus três filhos é igual ao outro e, por isso mesmo, estou aprendendo que não posso tratá-los em suas demandas de uma mesma forma. Descobri também que cada filho meu é uma oportunidade maravilhosa que tenho de ter contato com a minha própria essência. Posso, então, me conhecer melhor, na medida em que procuro conhecer e aceitar a maneira de ser de cada um. Que genial! Aprendo a me conhecer melhor quando busco uma forma de conhecer melhor os meus filhos. Assim, eles também ensinam a mim o que tenho em mim. E isso é muito bom!
De tudo o que compartilhei com vocês, em momento algum eu disse: “deixe-os à vontade”. Não. Sou disciplinador e educador. O que estou dizendo é que educar os filhos para que sejam felizes passa pelo respeito a cada um e também pela ajuda que daremos (com disciplina, organização e educação) a cada um para que possam realizar o seu sonho. Portanto, convido a todos os pais que foquem em conhecer o mundo interior de seus filhos e que oportunizem a eles que encontrem, em seus sonhos, a busca para a felicidade.

Bibliografia:
Shinyashiki, Roberto. Pais e filhos (companheiros de viagem) – uma educação para a felicidade. Ed. Gente. São Paulo.

2 comentários:

  1. Para que todos os membros da família sejam felizes, é necessário que todos possam desenvolver suas individualidades, sem perder o senso de coletividade. Como disse o Prof. José Romero, o respeito ao outro é princípio fundamental para a construção da felicidade individual, na medida em que aprendemos também a nos respeitar.
    Ótima reflexão!

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