sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Professor, o meu filho é inteligente?


Todos nós somos inteligentes! Todos nós pensamos, e o pensamento é produto do cérebro humano, que é dotado dessa enorme capacidade inata. O que nos torna seres inteligentes é o pensar. Essa capacidade é inerente aos humanos e é o que nos diferencia das demais espécies. Nós temos um cérebro evoluído graças à energia do combustível que o alimenta e o faz evoluir ainda mais: a inteligência.
A inteligência humana não significa apenas uma representação de alguma atividade humana ou a capacidade de executá-la. Aborda toda a estrutura corporal e cognitiva do ser humano. Está diretamente relacionada à capacidade humana de aprendizagem e, consequentemente, à educação, sem desprezarmos as demais e importantes experiências decorrentes da vida em comunidade. Dessa forma, seremos mais inteligentes, quanto mais aprendizagem tivermos, seja na educação ou no aprendizado informal do dia-a-dia. Assim, pessoas mais expostas aos estímulos e ao conhecimento, certamente mais e mais desenvolverão a sua inteligência.
Para Jean Piaget, a gênese do conhecimento está no próprio sujeito, ou seja, o pensamento lógico não é inato ou tampouco externo ao organismo, mas é fundamentalmente construído na interação homem-objeto. Portanto, depende da ação do homem. Eu diria assim: nascendo com todas as condições biológicas e estruturais perfeitas, a inteligência é inata. Aproveitar as habilidades e desenvolver ainda mais a capacidade de aprender é mecânico e depende da vontade humana. Aí é que a escola, o meio social e a família são peças fundamentais. Disciplina no estudo, estímulo e motivação são elementos que, se não definem a capacidade de inteligência do sujeito, pelo menos garante uma enorme ajuda à busca pelo saber. Oportunizar ao indivíduo contato com o mundo do conhecimento e incentivar a descoberta do novo são também ingredientes fundamentais para despertar a inteligência.
Muito bem, mas o que me levou a esta breve introdução sobre a inteligência humana? A tentativa de responder ao questionamento inicial deste artigo que eu transformei em título: Professor, o meu filho é inteligente? Será que ele é tão inteligente quanto o fulano? São perguntas comuns em nossos atendimentos diários. Ora, eu diria que sim. Pode até ser que ele não seja tão motivado, tão incentivado e disciplinado, mas inteligente ele é sim. Motivação é disciplina! Guarde isso, pois é fundamental para que a inteligência aflore e os resultados também.

Evocando novamente Piaget, vale ressaltar o conceito de “sujeito epistêmico”. Para ele, esse “sujeito” expressa aspectos presentes em todas as pessoas. Suas características conferem a todos nós a possibilidade de construir conhecimento. Como explica a psicóloga Zélia Remozzi – Chiarottino da USP – SP (Universidade de São Paulo), o “sujeito epistêmico” de Piaget é o que permite o ser humano a desenvolver uma gama de operações essenciais para a aquisição do saber: observar, classificar, organizar, explicar, provar, abstrair, reconstruir, fazer conexões, antecipar e concluir. Está vendo? Todos nós podemos ser inteligentes. Motivemos nossos filhos em casa e na escola e teremos crianças inteligentes e felizes.


Fonte Bibliográfica
Piaget, J. Seis estudos de Psicologia. Ed. Forense.
Revista Nova Escola-Edição 238. Dezembro de 2010.

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