segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Crianças que se tornam adultos bem-sucedidos



Pais e educadores de todo o mundo já têm um desejo: garantir que as crianças (filhos e alunos) se tornem adultos habilidosos e competentes. Há muitos anos, pais e educadores acreditavam que o adulto bem sucedido teria sido também uma criança de sucesso na infância. Para eles a correlação era direta: crianças com bom desempenho na escola certamente seriam adultos de sucesso. Será mesmo?
Nas últimas décadas, pesquisadores da neurociência, pedagogos e psicólogos vêm discordando que notas altas e Q.I elevado sejam indicadores de uma educação de qualidade e garantam que essa criança tenha sucesso na vida adulta. E isso nos faz perguntar “como podemos proporcionar uma educação de qualidade para as nossas crianças?”. O jornalista Paul Tough, autor do livro Uma questão de caráter, da Editora Rio de Janeiro, traz à luz um interessante indagação: Por que a curiosidade e a determinação podem ser mais importantes que a inteligência para uma educação de sucesso? É isso! O livro citado e traduzido para o português por Clóvis Marques tem revolucionado e muito essa discussão.
Os especialistas mais conectados com o mundo contemporâneo têm abraçado a ideia de que competências não cognitivas como autoestima, autoconfiança, responsabilidade e perseverança têm colaborado muito mais para o sucesso de uma pessoa adulta do que o quadro de competências que as pessoas carregam. A escola, em sua missão de preparar para a vida, tem que incorporar em seu currículo formal e disciplinar projetos que garantam ao educando a aprendizagem de estratégias que irão também desenvolver as suas habilidades emocionais. São as atividades diversas, muitas delas fora da sala de aula, que se ocupam de capacitar a inteligência emocional de nossas crianças. Infelizmente, algumas famílias mais conservadoras e ainda não conhecedoras dos desafios que os adultos das próximas décadas enfrentarão ainda acreditam que o papel da escola é só o de aplicar conhecimentos. O cognitivo é importante, mas o emocional é fundamental. Adultos emocionalmente pouco preparados não atingem o sucesso. E se o atingem, não conseguem lidar com ele. Aí está o novo desafio da família e da escola: formar a criança tanto no seu contexto cognitivo quanto no contexto emocional.  No SEB, nós estamos trabalhando para isso.
Em 2013, uma pesquisa foi realizada na fundação Ayrton Senna pelo Boston Conulting Group com mais de 3. 700 respondentes Professores e Diretores. Quase 70% dos depoimentos declararam que as principais competências a serem desenvolvidas na escola são socialização, autonomia, pensamento crítico e resolução dos problemas. Sabe por quê? Hoje, aprende-se conteúdo mais fora da escola do que nela. Informação rápida e de qualidade está à disposição de todos. Agora, as competências aqui relacionadas contribuirão para que os trampolins sociais e as desigualdades possam ser reduzidas e ultrapassadas com mais velocidade. Assim, o sucesso não parece depender somente do conhecimento. É preciso mais ferramentas para que a pessoa atinja o topo. Pense nisso, interiorize essa novidade e tenha certeza de que aqui na Escola estamos atentos a este novo olhar: ensinar o conhecimento, mas fomentar o desenvolvimento de uma inteligência emocional capaz de fazer com que as nossas crianças amadureçam preparadas. Por isso, em nossa proposta pedagógica todas as nossas atividades complementares e eventos são planejados com esse olhar.
Daniel Golenan, Psicólogo PHD por Havard e autor da obra Inteligência Emocional (Editora Objetiva), ensina-nos que o controle das emoções é fator essencial para o desenvolvimento da inteligência emocional e para o sucesso na vida. Dessa forma, como dissertei acima, não é só o raciocínio lógico e habilidades matemáticas que levarão as crianças a se tornarem adultos felizes e de sucesso. Muito pelo contrário. Só o conhecimento nada significa. Se não estamos preparados para perder, como iremos nos preparar para vencer? Só quer vencer quem experimentar a decepção da derrota. É preciso também desenvolvermos em nossas crianças a habilidade de entender outras pessoas. Saber ler o outro é fundamental. Desenvolver nas crianças a capacidade de negociação, solução de conflitos, liderança e sensibilidade social é imprescindível! Tudo isso é ensinar para a vida real. Portanto, que fique bem claro: pai e educador não podem focar só no ensino-aprendizagem de conteúdos curriculares. Afinal, nossos filhos e nossos alunos terão a vida inteira para aprender!
Pense nesse novo paradigma e saiba que educar é a arte de transformar crianças em pessoas felizes.


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