Eu me chamo
José. Sou filho de um retirante nordestino (um desses que deram certo na vida)
e fui criado aprendendo a amar essa porção do Brasil. Aprendi, com meu pai,
ainda criança, que quando chove no dia de São José (19 de março) é promessa de
bom inverno para o nordestino. Eu sempre espero chuva no dia de São José. Certa vez, dois auditores que visitavam a unidade, ao me
ver contente com a pouca chuva que caiu, me perguntaram: “É o suficiente?” De
imediato respondi: “Claro! A fé do sertanejo é que alimenta essa esperança.
Teremos um bom inverno.” Pronto! Estamos com a chuva de volta.
Foi com meu
pai também que aprendi a ler o povo nordestino, através da obra de Luiz
Gonzaga. Praticamente todos os domingos, com a família reunida para o almoço, o
aperitivo era Luiz Gonzaga. Cada música que tocava, meu pai, entre um e outro
passo de xaxado, nos explicava o lamento nordestino e a cultura. Traduzia as
palavras que não conhecíamos e explicava as expressões idiomáticas. Assim, crescemos,
aprendendo as coisas do Nordeste, mesmo estando tão longe. Mas, por que estou
iniciando o meu artigo falando sobre chuva e Luiz Gonzaga? Estou aqui
compartilhando com vocês o quanto é importante na vida da gente o ensinamento
que vem de casa, da família, da força da tradição. Todos os meus irmãos têm uma
forte ligação com o Nordeste. Eu até vivo aqui com minha família. Aprendemos isso
com meu pai, nas trocas realizadas nos almoços aos domingos. Minha identidade
foi forjada por meu pai! Você imagina a força que os pais têm sobre os filhos?
A família, sobretudo a figura do pai e da mãe, é responsável pela compensação
afetiva e afirmação de identidades. Quando há diálogo e afeto, é maior a
probabilidade de haver uma formação de qualidade.
O afeto, o cuidado e os ensinamentos são os
princípios da autoestima. Não podem faltar aos filhos. Sou insistente nessa
questão. Também não podem faltar ensinamentos. Escola instrui e ensina, mas
quem educa, de fato, é a família. Quem passa valores, quem forma o caráter é a
família. Por isso, vamos, como pais que somos, fazer cumprir na nossa casa um
ensinamento bíblico: “Filhos, obedecei a vossos pais no Senhor, pois isto é
justo. Honra a teu pai e a tua mãe, para que te vá bem, e sejas de longa vida
sobre a terra. E vós, pais, não provoqueis vossos filhos à ira, mas criai-os na disciplina e na admoestação
do Senhor”. (Efésios 6: 1-4). É isso
mesmo! Pais educam e os filhos os respeitam.
Assim, encontramos uma boa sintonia e podemos ensinar aos nossos filhos,
os nossos valores, o caminho certo na vida e, principalmente, a terem
identidade e autoestima elevada.
Ao
compartilhar com vocês um dos ensinamentos de meu pai, quero, na verdade,
reforçar a importância do pai e da mãe na vida dos filhos. Claro que o conceito
de família, o “modelo antigo” de organização da célula mater, está mudando.
Sabemos disso! O mundo moderno tem
trazido formas modernas de organização familiar. Ótimo! Devemos mesmo estar
abertos a mudanças e nos adaptar ao novo. O que nunca muda é o conceito de
amor, de responsabilidade e de compromisso. Sejamos, portanto, amigos de nossos
filhos, independente do modelo de família. Pai e mãe são incondicionais. São
para sempre! São eternos em nossa vida, em nossa mente...
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