Estamos
avançados no século XXI e, a cada ano que se inicia, eu tenho a nítida sensação
de que o ano anterior passou muito rápido. Agora mesmo, enquanto escrevo este
ensaio, tenho a mesma sensação com este ano que mal iniciou. Ele está passando
rápido demais! Rápido também estão nossos filhos. A mim fica a impressão de que,
em algum momento de nossa evolução, eles já chegarão à vida falando. Como pode?
Mas é incrível. Estão rápidos nas “sacadas”, nas brincadeiras, na tecnologia,
nas respostas aos desafios. E nós então? Trabalhamos, estudamos, buscamos e
corremos. Será que está sobrando um tempo para os filhos?
Vocês estão
sendo convocados a encontrarem um momento para seus filhos. Para orientá-los na
tarefa escolar, para escutá-los em seus questionamentos, a dar carinho, a
brincar com eles. Vocês estão sendo convocados a demonstrar amor, a dizer não,
a não sentir culpa por não poder estar mais tempo com eles. Estão convocados a
terem ternura, mas firmeza, quando a questão for dar limite; a acompanhar a
vida deles na escola, nos eventos, na vida de cada filho. Estão convocados a
assumirem a responsabilidade de formar pessoas éticas e felizes e também a
serem parceiros da escola.
Os pais
estão sendo convocados a participarem do processo educativo de seus filhos,
acompanhando-os em suas necessidades. Mas, para que tenhamos sucesso, é muito
importante que estejamos felizes. Busquemos, então, o equilíbrio e a entrega
verdadeira nos momentos que estamos nos dedicando aos nossos filhos. Não peço
aqui a ninguém que se anule para os filhos, ou que viva para eles. Acredito que
cada um de nós tem que viver por nós e que nossos filhos estão em nossas vidas
e, por isso, são nossos companheiros. Portanto, dedicar algum tempo a eles e
com qualidade não é se anular para eles. Assim, não estou convocando os pais
para viver a vida dos filhos, mas sim viver a vida com os filhos e deixar que
eles sintam isso. Orientar na tarefa diária não é estudar por ele. Participar
nos eventos da escola não é fazer por ele, mas para ele (no sentido de ele se
sentir importante com a sua participação). Viu como não é uma tarefa tão
difícil?
Sei como é,
afinal sou pai de três filhos, sendo um já adolescente. As demandas são variáveis
e, às vezes, sinto-me cansado, mas sei que é de meu direito. Aí me refaço e vou
dar a eles a atenção merecida. Não é todo o tempo, pois quero para mim um tempo
também. Mas, com certeza, é o tempo diário necessário para eu passar a eles
segurança e confiança, ouvir algo, orientar e na hora de dormir, que nunca
ultrapassa às 20h30, dizer a cada um: durma
com Deus!
Referência Bibliográfica:
JUNQUEIRA FILHO, Gabriel de A.
Conversando, lendo e escrevendo com crianças na Educação Infantil. Porto
Alegre. UFRS.
Temas em Educação 11 – Livro das
Jornadas 2003.
Gráfica PubliCOC, 2003.
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