quarta-feira, 12 de junho de 2013

Autoestima elevada: Criança feliz e realizada




Ajude o filho a se conhecer e a gostar de si! Isso é tudo o que a criança e o adolescente necessitam para crescer com confiança e com segurança. Auxilie-o a descobrir que ele se ama, se aceita e que reconhece suas habilidades. Também, ensine-o a saber e conhecer se tem medos, carência e solidão. É fundamental esse autoconhecimento para que ele cresça sabendo a hora certa de procurar os pais para dizer que não está feliz, que está ansioso ou com medo. Tudo isso nos “ajuda a ajudá-los”. É mesmo... se eles se conhecem, nós o conhecemos melhor.
Para as crianças crescerem seguras e felizes, elas necessitam de autoestima elevada. Têm que se sentir valorizados em casa e na escola. Uma pequena coisa que pode parecer para nós irrelevante, é certamente grande para eles. O que nos parece um pequeno resultado, é certamente para as crianças e adolescentes um enorme resultado, produto de muito esforço e dedicação. É assim no esporte, no rendimento escolar, nas descobertas, enfim, em tudo que fazem. Querer cobrar dos filhos, dizendo que não são bons, que não tiram boas notas ou que não sabem jogar bem, é com certeza contribuir e muito para que a criança ou adolescente se sinta incapaz para sempre. Cuidado com isso! Nossas crianças necessitam de auto-afirmação e muito incentivo. Têm que saber que podem, que o que entregaram de resultado foi bom. Precisam de uma autoestima elevada. Alias, se me permitem, como anda a sua autoestima?
Pais e educadores também precisam verificar a sua autoestima, pois adultos são o espelho das crianças e jovens.  A personalidade dos adultos influencia e muito a construção da autoestima da criança em formação. Se você não se sente o máximo, como o seu filho ou filha vai se sentir? Visto que o seu modelo de personalidade não tem amor próprio? Dessa forma, somos sim de alguma maneira responsáveis diretos pela felicidade de nossas crianças. Elas precisam sentir orgulho dos pais e mestres para que possam se espelhar e também sentirem orgulho de si mesmas. Eu sempre me lembro de meu pai e de minha mãe. Sei exatamente as fraquezas e os sucessos dos dois e sei também o legado que me deixaram. Pense se com você também não é assim? Pois é, com os meus filhos e os seus será assim também. Minha sogra sempre me ensinou: “Somos os responsáveis pelo que acontece no mundo de nossos filhos, pois nós construímos juntos esse mundo”. É verdade! Temos, sim, muita responsabilidade, e por isso mesmo, a necessidade de trabalharmos a nossa autoestima, para que nossas crianças tenham bons exemplos.

Para a orientação de todos, seguem alguns indicativos de que a criança esteja com baixa auto estima:
 
  • Estar sempre choramingando por qualquer motivo;
  • Sentir-se sempre o azarão;
  • Distribuir presentes com muita freqüência aos amigos;
  • Apresentar excesso de timidez;
  • Desconfiar das pessoas;
  • Comporta-se sempre na defensiva;
  • Desculpar-se constantemente;
  • Ter medo de experimentar coisas novas;
  • Sentir-se incapaz de decidir.

Como devo falar de sexo com meus filhos


A criança e o adolescente não encaram o sexo como um “bicho de sete cabeças”. Normalmente vão despertando para o assunto na proporção exata do que vai se tornando curioso para ele o assunto. Naturalmente e de acordo com a faixa etária, vão elaborando questionamentos, cujas respostas, tenham certeza, são menos complexas do que geralmente elaboramos. O excesso de cuidado nas respostas acaba tornando-as tão complexas que a criança não entende. A coisa certa está em não se antecipar às perguntas das crianças e nem se eximir de respondê-las, quando elas chegam. O importante é a relação de confiança que os filhos tem com os pais. Aí sim é que está a base de tudo. A criança tem que sentir que não há assunto proibido em casa. Essa certeza dá a ela a confiança necessária para se sentir a vontade com a família.
Geralmente, é no meio de uma conversa que a criança ou adolescente comenta algo que ouviu falar na escola ou que viu na convivência com os colegas. O importante é termos uma reação de naturalidade, sem manifestar surpresa e menos ainda incômodo. Devolva a pergunta à criança, a ponto de entender o que ela exatamente está falando e o que de fato quer saber. Veja a profundidade da questão para não exagerar na resposta. Lembre-se de que uma reação de incômodo, um sentimento de angústia, uma reação marcada por ansiedade são percebidas pela criança e isso pode mexer com o seu inconsciente, provocando a percepção de algum significado que se quer é real. Daí o perigo da “fantasia da curiosidade não saciada”.
Se responder às questões das crianças é tão importante, não é menos importante responder com sinceridade. Assim, a criança sente que pode confiar nos pais. Portanto, nada de invenções e mentirinhas. Vale a verdade, posta na altura da compreensão da criança e do adolescente. Lembre-se de que eles estão estimulados pela mídia e pelos colegas, portanto, eles estão no mundo real e não no imaginário e inocente como gostaríamos. Para a tranquilidade de todos, saibam que a sexualidade faz parte de nossa vida desde a infância. Por isso, é normal que as crianças queiram saber a respeito e que brinquem imitando os adultos com cenas de programas de TV ou filme a que estão expostos. Não pense que seja um sintoma de desvio de comportamento, mas o “descobrir” da sexualidade em seu tempo e, claro, a sua hora.
Em seu desenvolvimento, é muito comum que, a partir dos quatro, cinco anos, ou até antes, a criança manifeste curiosidade pelos órgãos sexuais de outras crianças ou de adultos, ou até façam alguma brincadeira que envolva a sexualidade. Fique certo de que o que a criança vive não é o que um adulto viveria na mesma situação. Por isso mesmo, não é oportuno assustarmos a criança com reações exageradas. O melhor é desviar a atenção da criança para outras brincadeiras. Sei que não é fácil. Eu mesmo já mostrei surpresa e assustei uma filha que inocentemente apontava a gravidez de uma boneca. Vamos ter calma, procurar entender e nos preparar para educarmos nossos filhos com carinho e respeito. Fácil? Não é mesmo, mas precisamos estar abertos para que nossas crianças e adolescentes cresçam felizes e seguros. Se quiserem saber mais, leiam o livro Perguntas a um Psicanalista, de Roberto Girola, Ed. Ideias e Letras. Certamente irá ajudar muito.

O que os filhos esperam dos Pais?


“Eu não compreendo essa criança!”, desabafa um pai ou uma mãe. Talvez não reparemos, mas este desabafo pode soar como uma confissão de nossa falta de habilidade, como pai ou mãe. Se os pais não compreendem os filhos, quem é que irá compreendê-los?
O que os filhos desejam da gente é compreensão. Precisam de compreensão, pois necessitam de amparo, principalmente quando entram na adolescência. Isso não significa dizer que não querem ser compreendidos na infância. Hoje em dia, já com quatro anos de idade, a criança necessita de ser compreendida.
Hugo de Azevedo, no livro O que os filhos esperam dos pais, cuja leitura recomendo, ensina-nos que, como pais, necessitamos dominar a inquietação que sentimos pelos filhos e dar a eles a liberdade necessária para que cresçam. Eles precisam sair do ninho, amparados, mas respeitados e compreendidos em suas demandas.
Compreender significa, aqui, não se escandalizar com as mudanças rápidas dos filhos e reconhecer que não podemos projetar com segurança o destino de nossos filhos; reconhecer que os filhos são projetos vivos em evolução imprevisível. Não controlamos o futuro, e muito menos o futuro de nossos filhos. A nós, pais, cabe animá-los, avisá-los, orientá-los e respeitá-los, porém jamais conseguiremos substituí-los. Eles são para sempre e é assim que se sentem compreendidos.
Sinceramente, esta leitura me impactou e, por isso, terei que operar uma enorme mudança em mim. Realmente preciso ser mais compreensivo com meus filhos e isto significa não apenas ser tolerante ou paciente, mas de fato compreensivo.
Os filhos esperam que os pais sejam pais se preocuparem com as que amem, que se preocupem com relacionamento antes de regras, que tenham compromisso com prioridades, que estejam sempre próximos, não atribuindo às babás a missão de ensinar e amar. Eles precisam que saibamos colocar limites sem traumatizar, que ofereçamos o perdão verdadeiro. Esperam que sejamos pais e amigos, companheiros comprometidos com o mundo deles.
Todo filho quer “presença” antes dos presentes. Quer ter pais que ensinam mais com exemplos, do que com palavras. Esperam que os pais vivam com emoção e que a família seja um lugar seguro e feliz.
Se observarmos os anseios dos filhos, o que temos de fato? O desejo de serem felizes... É o que desejamos a eles e a nós mesmos. Todos buscamos a felicidade e se, quando ainda criança, por diversas vezes, achamos que faltou compreensão a nossos pais, todos carregamos alguma coisa em relação a isso.
Pois é, vamos fazer diferente. Vamos de fato compreender os nossos filhos no sentido de acolhê-los e fazê-los entender que pais e filhos é uma aliança eterna, independentemente da situação civil do pai e da mãe. Não se deixa de ser pai e de ser mãe. Não existe ex-pai ou ex-mãe. Independentemente de qualquer coisa, pais e filhos estarão juntos e, por isso mesmo, vamos oportunizar às nossas crianças tudo o que necessitam, começando pela compreensão. Estamos juntos e confiantes!


Referência: Azevedo, Hugo de. O que os filhos esperam dos pais. Ed. Quadrante.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

COMO DEMONSTRAR AMOR AOS FILHOS E COMO ISSO INFLUENCIA NA ELEVAÇÃO DE SUA AUTOESTIMA


Filhos felizes, com autoestima elevada, realizados e plenos. Amados... Quem não deseja isso? Qual o pai ou a mãe que não quer ver seus filhos bem? Eu quero! Contudo, pra que esse objetivo seja atendido, teremos que investir e muito em nosso relacionamento com as nossas crianças. Nossos filhos serão “tudo de bom”, na proporção exata a que nós nos dedicamos a eles. Se queremos filhos que se sintam amados, e assim desenvolvam autoestima, confiança e segurança em si mesmos, teremos que encontrar tempo de conversar e rir com eles, fazendo de cada minuto uma oportunidade de demonstrarmos o nosso carinho. 

Pode ser que muitos de nós não tenhamos tido exemplos de pais que demonstravam afeição, o que torna um pouco mais difícil dirigirmos aos nossos filhos com afeto e compreensão. Nesse caso, somos então chamados a um exercício de doação e de entrega pessoal ainda maior. Teremos que nos dedicar mais, não valendo mais esta desculpa: “Não tive modelos de pais carinhosos e por isso não sou também”. Aí é que teremos que nos reinventar. 

Um dia desses, conversava com um amigo e percebi nele uma grande dificuldade em lidar com essa questão: não sabia com dizer aos filhos que os amava. Achava que a melhor forma de demonstrar o amor era dando presentes. Daí, os filhos mal imaginavam e pronto. Tinham em mãos o que desejavam. O amigo me disse que dessa forma os filhos o abraçavam e nisso se estabelecia a troca afetiva. Sem querer desapontá-lo perguntei: “você já disse a seus filhos que o amava?” É isso! Quantas vezes você na semana diz a seu filho ou a filha que os ama que confia nele, que o respeita, que é feliz com ele? Precisamos falar isso... Passar pelos filhos e dirigir-se a eles dizendo: “Eu te amo”! Experimentem! O resultado será maravilhoso. Tenho insistido nisso, pois tenho reparado que as crianças estão carecendo desse carinho. A nossa correria do dia-a-dia tem nos tirado a oportunidade de conversarmos com os familiares e, principalmente, de demonstrarmos o nosso amor. 
Acredito verdadeiramente que os pais amam os seus filhos, mas eles sabem disso? Gostaria de colocar algumas formas práticas, através das quais podemos demonstrar que os amamos: 
  • dando exemplos de nosso amor conjugal - os filhos sentem-se seguros e felizes quando sentem que os pais se amam. Não discutam perto deles e sejam singelos um com o outro.
  • amando através do contato físico - abraçar os filhos, beijá-los e confortá-los com um minuto de carinho que seja transmite paz e tranquilidade.
  • comunicando-se bem - uma boa comunicação com seu filho não implica somente você falar com ele. Procure ouvi-lo também, oriente, mas não “esmague” a forma de ele encarar a situação.
  • dizendo “eu te amo” - a forma dessa expressão é muito grande. Precisamos deixá-los certos de nosso amor.
  • dedicando algum tempo - estamos sempre muito ocupados, mas vamos dedicar um pouco de nosso tempo aos nossos filhos. Quando estiver organizando a sua agenda, lembre-se que seus filhos precisam de vocês. 
Educar não é fácil! Cabe a nós, pais, encontrar diferentes formas de demonstrar o quanto amamos nossos filhos.

Fiquem atentos para que a culpa não seja sempre dos filhos dos outros



Essa é uma preocupação que nós, pais e educadores, precisamos ter: “o amor cego” ou a “preferência” por ouvir apenas a versão de nossos filhos pode nos levar a sempre inocentá-los e atribuir culpa aos outros. É uma tendência natural, contudo essa “Percepção Seletiva”, como nos ensina Freud, pode ser uma armadilha pra nossos filhos. Acreditar sempre que o erro está no outro e não nos nossos filhos, pode cegar-lhes a capacidade de desenvolver autocrítica e limite nas questões de relacionamento social.

Não estamos aqui virando o nosso olhar para pais, principalmente mães superprotetoras. Em certo sentido elas até ajudam muito os filhos na construção da autoimagem e da autoestima. Faz parte do relacionamento mãe e filhos ou mesmo pais e filhos. O que devemos, porém, é estar atentos no sentido de evitarmos que o nosso “ amor cego” possa servir de um “caminho de fuga” para os nossos filhos. Isso não é bom para eles, pois podem se esconder de algo que fizeram, certos de que terão a nossa aprovação sempre. 
Na escola, mundo onde nossos filhos se expressam longe dos olhares dos pais, muitas vezes o comportamento das crianças muda. Claro que sim, pois a escola é o primeiro contato que os nossos filhos têm com o “mundo real” da sociedade. As regras são praticamente as mesmas que existem na sociedade e é lá que se relacionam com os colegas e experimentam a autoridade do outro, que não seja o pai e a mãe. É na escola que os nossos filhos assimilam todas as formas de sentimentos humanos, exigências de disciplina e organização. É óbvio, então, que nesse universo, rico em novas experiências, em algum momento, nossos filhos se comportem diferente do que em casa, onde estão acolhidos por laços afetivos e sanguíneos. 

De maneira geral, a melhor forma para sermos justos e termos segurança na educação de nossas crianças é estarmos sempre prontos para desarmarmo-nos os espíritos, toda vez que alguém venha nos falar algo sobre os nossos filhos. Não podemos imaginar que estão nos criticando. O que temos é uma conversa em pauta. Muitas vezes, se nos permitimos ouvir, vamos nos surpreender com a escuta e podemos então conhecer melhor nossos filhos. Ouvir a visão de nossos filhos é fundamental. Dê-lhes créditos e mantenha-se neutro. A neutralidade ajudará a confortar as informações. Essa atitude não significa falta de amor. Aliás, o amor de pais para os filhos é incondicional. Acredite que a melhor forma de demonstrar amor é dar segurança aos filhos e mostrar a eles o mundo. Temos que cuidar para que eles sejam também amados pelos outros. Infelizmente há crianças tão fora do senso-comum que ninguém as quer por perto. Aí eles sofrem, e a família também. Por isso, devemos mostrar-lhes o caminho de um bom relacionamento social, pautado no respeito aos outros e no limite do que, de fato, é o seu direito. 

É assim, gente! Criar filhos é difícil mesmo, e nesse mundo de hoje mais difícil ainda. Contudo, como no passado, os filhos de hoje necessitam de nossa atenção, de nosso carinho e de nossa correção. Nada disso mudou. O ser humano em formação necessita de orientação, de amor e de respeito. Deseja ser aceito e quer ser pleno em suas realizações. Por isso, eu digo que não será se negando a enxergar os pequenos erros de nossos filhos que estaremos dando a eles a chance de construírem um futuro melhor para si e para os demais de sua geração.

O importante, nessa caminhada, é saberem que não estão sós! Estamos juntos! A escola é a sua parceira na linda missão de formarmos pessoas felizes e preparadas para a vida.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

O que você vai ser quando crescer?




Outro dia, enquanto conversava com um amigo meu em um clube da cidade, o filho dele se aproximou.  O pai, com ar de orgulho, bateu no ombro do garoto de apenas 9 anos e disse assim: “Este aqui será o médico da família”. Eu olhei para o garoto que esboçava um “sorriso amarelo” e perguntei: “Você vai ser um médico?” Ele então olhou para o chão e disse: “Vou”. Certamente não senti nenhuma firmeza nele. Na verdade,  nem me pareceu que ele estava mesmo com interesse na conversa. O pai, muito seguro,  reafirmou a mim que o filho seria médico, que levava jeito para a profissão e que era aluno com boas notas,  por isso seria médico e teria muito sucesso na vida. Quantas vezes fazemos isso com os nossos filhos?
 Você é um profissional por escolha sua ou por determinação dos seus pais? Você fez a sua escolha? Pois é, devemos deixar que os nossos filhos façam a sua escolha. A carreira será dele e o sucesso dependerá dele. Por hora, temos que estar satisfeitos com o desenvolvimento social, cognitivo e afetivo de nossos filhos;  querer que tenham responsabilidades de escolher uma carreira, nessa idade (9 anos!),  é muito para eles. Até os 14 anos, eles  não têm a menor maturidade para saber o que querem da vida. Por enquanto, necessitam de brincar, de serem crianças e terem um lar gostoso para se viver.
Meu pai tinha essa mania com os filhos. Ele queria que eu fosse advogado. Até poderia ter sido, sinto que me sairia bem, mas eu tinha desde pequeno alguns sonhos: quis ser padre e depois policial militar, por isso estudei em seminário e em colégio militar. E, por incrível que pareça, foi na educação que eu me encontrei. Meu pai achava sempre que todas as minhas opções não eram boas e adequadas. Como disse, fiz a minha opção e não escutei os conselhos dele. Sofri resistência, mas fiz vestibular para o curso de História. Era a faculdade que havia escolhido.
Com meus filhos é assim: brinco com a situação, mas respeitarei a opção de cada um. Afinal, quem terá que conviver com a escolha que fizerem serão eles e não eu. Hoje tenho certeza absoluta de que o sucesso na vida depende de amar o que se faz, e,  para tanto, é óbvio que a escolha tem que ser pessoal. O que podemos,  e até devemos, é orientar os filhos, no sentido até de ajudá-los a conhecer melhor as suas habilidades e competências,  mas nunca impor a eles a nossa vontade. Eu me lembro de um amigo que. após a morte de seu pai, depositou em seu túmulo o diploma de engenheiro e foi ser ator de teatro. Trabalha até hoje com isso,  e o seu filho é também ator em Nova York. Como eu disse, queria que algum filho meu fosse militar, outro médico e, por fim, o outro um Juiz de Direito. Sonho meu e não deles. Pensei bem e resolvi deixar com cada um a oportunidade de escolher o seu próprio destino. O que não abrirei mão é de orientá-los na vida, mostrar como o mundo funciona e acolhê-los sempre em seus conflitos.
Quando escrevia este pequeno ensaio, ouvia a linda música de Renato Russo que diz assim: “O que você quer ser quando crescer? Alguma coisa importante, um cara muito brilhante, quando você crescer não adianta, perguntas não valem nada, é sempre a mesma jogada. Um emprego e uma namorada. Quando você crescer é cada vez mais difícil de vencer...” É isso, lembram-se dessa música? Ela nos ensina que quando a gente cresce, a felicidade está mesmo no “cafezinho mostrando o filho para a vó”, “sentindo o apoio dos pais”, “achando que não está só”. Acho isso fundamental. Vamos dar aos filhos a segurança de que eles podem contar com a gente, independente do que escolherem ser.
 
Sejamos felizes! Estamos juntos!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Indisciplina Infantil e o TDAH


É muito comum, crianças terem comportamento inadequado que cause insatisfação aos pais e aos educadores. Mas se o comportamento estiver mesmo muito fora do gráfico, é preciso estar atento. Ao perceber crianças teimosas, inquietas e rotuladas de mal educadas em casa e na escola, principalmente se apresentarem dificuldades no aprendizado escolar e no relacionamento social com os amiguinhos, é hora de se procurar um profissional para uma avaliação mais profunda. Geralmente, a escola percebe primeiro que as famílias a necessidade de um apoio à criança com essa sintomatologia. Crianças que apresentam esse quadro: desorganização, impaciência, dificuldade de aprendizagem e de relacionamento podem ser portadoras de TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção / Hiperatividade).
O TDAH é uma patologia que se caracteriza por uma alteração no lobo frontal, causadas por fatores externos ou genéticos. Portanto, trata-se de um transtorno neurobiológico que aparece na infância e acompanha a pessoa por toda a vida. Segundo Silva (2009, p. 23), ninguém adquire TDAH durante a vida, mas nasce com ele. Portanto, se faz necessário um acompanhamento médico, e a escola deve ser informada através de laudos médicos para que o trabalho das Psicopedagogas sejam adequados a cada caso. Escola, família e profissionais de saúde devem formar juntos o tripé de apoio a essa criança ou adolescente, sem dramas. Os portadores de TDAH são inteligentes, criativos e intuitivos. Apresentam dificuldade em administrar o tempo, manter a concentração e dar continuidade ao que iniciam. O transtorno apresenta três sintomas específicos: desatenção, impulsividade e hiperatividade. Cuidado! Não vamos confundir o portador de TDAH com uma criança ativa, esperta, brincalhona e inquieta. São situações diferentes e, por isso, a importância de uma avaliação médica.
O diagnóstico de TDAH é muito importante, e para fechar esse diagnóstico é necessário que o paciente apresente claras evidências de prejuízo clinicamente significativo no funcionamento social, acadêmico ou ocupacional (conforme a CID 10). Por isso mesmo, o tratamento é muito importante. Não só a medicação, mas técnicas que venham auxiliar a criança ou adolescente a melhorar o seu desempenho na escola e no relacionamento com os amigos. Aí entra o importante trabalho do Psicopedagogo na escola.
Convém salientar que é importante e fundamental a diferenciação entre TDAH e indisciplina. Um diagnóstico correto é fundamental para o bom desenvolvimento social, cognitivo e afetivo da criança, uma vez que o não tratamento pode vir a comprometer gravemente a vida do paciente. Assim, é relevante a participação da família nesse empenho de buscar ajuda, caso haja suspeita por parte da escola ou mesmo de um familiar. No mais, não há com o que se perturbar. A escola está preparada para acompanhar os alunos que venham apresentar esse quadro e, além disso, tudo se organiza quando realizamos as nossas trocas com confiança e segurança. Como sempre digo, estamos juntos! Acredite nisso!
  


Referências:

1) Silva, Ana Beatriz. B. Mentes inquietas. São Paulo, Ed. Gente, 2003.

2) CID – 10, classificação de transtornos mentais e de comportamento. Descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. Porto Alegre, Artmed; 1993 R. 2011.