A Dislexia deve ser entendida como um distúrbio específico de aprendizagem relacionado à aquisição da escrita e da leitura. Esse distúrbio tem sido foco de estudo nas ciências médicas, na psicologia e na área da educação. No século XIX esse distúrbio de aprendizagem era tido como caso clínico. No século XX, portanto se encontra com outra perspectiva a questão em torno do portador de Dislexia. A visão hoje é mais abrangente ainda e ganha outro sentido. Essa síndrome é visto hoje nos aspectos e origem multicasual. Há uma abertura para o entendimento do quadro de Dislexia.
O distúrbio específico de leitura ou Dislexia é definido clinicamente como um distúrbio neurológico de origem congênita que a comete crianças com potencial intelectual normal, sem déficits sensoriais com suposta instrução apropriada mais que não consegue adquirir ou desempenhar satisfatoriamente a habilidade para a leitura e/ou escrita. (GIACHOTI e CAPELLINI, 2000, p.45). É isso! O portador dessa síndrome, embora intelectualmente preservado, não adquire a leitura e a escrita satisfatoriamente. Entende-se que existem graus de Dislexia assim como os especialistas estabelecem classificações. Um diagnóstico mais completo, se dá com o auxílio de profissionais de diversas áreas como o neurologista, oftalmologista, psicólogo e fonoaudiologista. Os aspectos investigados pelo psicólogo serão associados aos dos demais profissionais.
A Associação Brasileira de Dislexia (ABD), afirma que a faixa etária predominante de disléxicos diagnosticados hoje no país é de 7 a 12 anos. Eles tem muita dificuldade de lidar com o código linguístico, como ler, compreender o que se lê e também escrever.
O Professor Mario Ângelo Braggio, diretor consultivo de relações escolares da ABD, explica que o disléxico é um aluno inteligente, que enxerga e lê, sendo que na maioria das vezes apresenta dificuldade de concentração. Veja que o disléxico é inteligente e, até, geniais. Einstein é um exemplo disso. Um gênio que aprendeu de maneira diferente dos outros.
O portador de Dislexia, apresenta a DISGRAFIA (inabilidade ou atraso no desenvolvimento da linguagem escrita), a DISCALCULIA (dificuldade com a linguagem matemática), Deficiência de Atenção (dificuldade de concentrar), Hiperatividade (comportamento impulsivo), Hipoatividade (atividade psicomotora com reação lenta a qualquer estímulo). A partir dos 7 anos de idade a criança disléxica apresenta: lentidão ao fazer as tarefas, cópia com letra bonita, mais com baixa compreensão do texto, invenção ou omissão de palavras na hora da leitura, pode trocar ou inverter a ordem e direção de letras e sílabas, esquecer aquilo que aprendeu facilmente, desliga-se facilmente, baixa auto-estima, não gosta de ir à escola, tem mudanças bruscas de humor, é impulsivo, tem dificuldades visuais (mesmo que exames não apontem nada), sabe contar mais tem dificuldades com as operações e extremamente desordenado, tem pré-disposição à alergias e às doenças infecciosas, muito sensível e emocional.
A Dislexia não deve ser motivo de vergonha para crianças ou parar os seus pais. Dislexia não significa falta de inteligência e não será impecílio para a vida acadêmica e profissional do portador. Quando tratada, não implica em falta de sucesso no futuro. Thomas Edison, Tom Cruise, Walt Disney e Agatha Christie, são também disléxicos, o que sustenta a tese de que não há limitação, quando se dá a devida atenção ao caso.
Os educadores estão preparados para identificarem os distúrbios de aprendizagem. Na rotina escolar, no dia-a-dia da escola é possível a observação das diversas manifestações que indicam necessidade de ajuda. Em casa, a família deve observar suas crianças e buscar junto a escola e a profissionais competentes, auxilio em caso de suspeita.
No mais, fiquem tranquilos.
Fonte bibliográfica:
1) GIACHETI, Célia Maria e CAPELLINI, Simone Aparecida. Distúrbio de Aprendizagem: audição programas de remediação. São Paulo, Frôntis Editorial, 2000.
2) Livro do 6° Simpósio Nacional sobre Distúrbios de Aprendizagem – “Encontro Paulista de Fonoaudiologia, Psicopedagogia e Psicologia” – São Paulo, 2000.
3) Temas em Educação II – Livro das Jornadas 2003. Publicoc, Ribeirão Preto, 2003.
Nenhum comentário:
Postar um comentário